Significado de 1 Coríntios 10

1 Coríntios 10

1 Coríntios 10 aborda a questão da idolatria e adverte os coríntios contra cair no mesmo pecado que os israelitas no deserto. Paulo lembra aos coríntios que os israelitas foram todos batizados em Moisés na nuvem e no mar, e que todos comeram do mesmo alimento espiritual e beberam da mesma bebida espiritual da rocha que os seguia, que era Cristo. No entanto, apesar desse alimento espiritual, muitos deles caíram na idolatria e foram destruídos por Deus.

Paulo adverte os coríntios de que eles também podem cair na idolatria se não forem cuidadosos e enfatiza a importância de fugir da tentação. Ele os encoraja a resistir ao diabo e a permanecer fiéis a Deus, lembrando-os de que Deus providenciará um meio de escapar de toda tentação.

Paulo também aborda a questão de comer carne sacrificada aos ídolos, que era uma prática comum em Corinto. Ele enfatiza que, embora os ídolos não tenham existência real e comer tal carne não seja um pecado em si, os cristãos devem evitar fazer qualquer coisa que possa levar um irmão ou irmã mais fracos a tropeçar. Ele lembra aos coríntios que todos são membros de um só corpo e que devem agir com amor uns pelos outros, considerando o impacto de suas ações nos outros.

No geral, Primeira Coríntios 10 enfatiza a importância de evitar a idolatria e fugir da tentação. Paulo adverte os coríntios contra cair no mesmo pecado que os israelitas no deserto e os encoraja a resistir ao diabo e permanecer fiéis a Deus. Ele também fornece orientação sobre como abordar a questão de comer carne sacrificada a ídolos, enfatizando a importância de considerar o impacto de nossas ações sobre os outros e agir com amor uns pelos outros.

Comentário de 1 Coríntios 10

10.1-5 Paulo inseriu a história da infidelidade de Israel com relação a Deus após sua exortação aos coríntios a fim de que perseverassem na obra divina. O apóstolo enfatizou as bênçãos das quais os israelitas desfrutaram no deserto: todos eles tiveram a proteção e a direção do Senhor, experimentaram o milagre do livramento do Altíssimo, identificaram-se com seu líder espiritual — Moisés —, comeram o pão do céu e, por fim, beberam a água que Deus proveu. O fundamental no que o apóstolo declarou foi que, embora todos os israelitas tivessem recebido essas maravilhosas dádivas de Deus, a maioria não conseguiu agradar ao Senhor.

10.1 Para os antigos israelitas que estiveram debaixo da nuvem no deserto, a nuvem tinha duas funções: (1) ela oferecia proteção (Ex 14-19,20), fogo durante a noite em meio ao frio do deserto e sombra durante o dia do sol forte e (2) guiava o povo pelo deserto (Ex 13.21). Todos passaram pelo mar. Todo israelita que partiu do Egito no Êxodo conheceu o livramento de Deus no mar Vermelho.

10.2 Todos foram batizados em Moisés. Os atos de Deus na nuvem e no mar uniram o povo ao seu líder espiritual, Moisés.

10.3-5 Um mesmo manjar espiritual [...] uma mesma bebida espiritual. Todos seguiam o mesmo Deus e as mesmas leis (Jo 4-13,14; 6.32-35).

10.6-10 E essas coisas foram-nos feitas em figura [Exemplos para nós (ARA)]. A disciplina que Deus aplicou aos israelitas desobedientes deveria ser uma advertência aos cristãos de que o Senhor castigará o pecado de Seu povo.

10.6 Os antigos israelitas falharam pela primeira vez quando cobiçaram. Eles não estavam satisfeitos com a provisão de Deus, mas lembraram-se da provisão que tinham no Egito (Nm 11.4-34).

10.7, 8 Os antigos israelitas eram notórios idólatras. Embora o Deus verdadeiro os tivesse tirado do Egito, eles insistiam em adorar ídolos sem vida. Além disso, os antigos israelitas se envolviam com imoralidade (ARA), um pecado que também contaminava os coríntios (1 Co 5.1; 6.18). Vinte e três mil. O registro em Números menciona 24 mil (Nm 25.6-9). Há várias razões possíveis que explicam a diferença. Alguns sugerem que o número de Paulo reflete o número de pessoas que morreram num dia, enquanto o relato de Números pode ser um registro de todos os que morreram por causa da praga. Outra explicação possível é que o relato de Números inclua a morte dos líderes (Nm 25.4), ao contrário do número de Paulo.

10.9 Tentemos a Cristo. Ao que parece, essa expressão está relacionada ao fato de os israelitas questionarem o plano e o propósito de Deus enquanto estavam seguiam para Canaã (Nm 21.4-6).

10.10 Os antigos israelitas murmuraram tanto contra os líderes, que Deus lhes enviou uma praga, e muitos pereceram (Nm 16.41-49).

10.11 Como figuras [como exemplos, ARA]. Paulo enfatizou novamente que as situações as quais aconteceram a Israel não são simplesmente eventos históricos a serem interpretados, mas advertências a serem consideradas com atenção. Isso é especialmente verdadeiro na visão de Paulo, uma vez que são chegados os fins dos séculos. Os planos do Senhor estavam chegando ao clímax. O Deus que estava provocando o fim de todas as coisas é o mesmo que trouxe juízo sobre os israelitas ao matá-los — Ele poderia fazer o mesmo novamente (compare com 1 Co 11.30; Rm 11.22).

10.12 Que não caia. Os coríntios, talvez, tivessem a atitude de que, uma vez que foram justificados por Deus, nada lhes poderia acontecer. A disciplina do Senhor, no entanto, não deve ser considerada de forma leviana. Ninguém pode pecar e permanecer impune (Gl 6.7,8).

10.13 Paulo deu aos coríntios uma palavra de conforto. As várias tentações que eles estavam sofrendo eram normais; todos os cristãos, no decorrer dos séculos, tiveram de resistir à tentação. Deus é tão bom, que não deixará que os cristãos passem por algo para o qual Ele não os preparou. O Senhor dará a todo cristão a graça e o poder para resistir. Além disso, a resistência trará sua própria recompensa (1 Co 9.24-27).

10.14-11.1 Nesta seção, o apóstolo Paulo discutiu o problema da idolatria na igreja de Corinto. A adoração de vários deuses estava totalmente arraigada na cultura grega. No mundo da Grécia antiga, havia ídolos nas esquinas das ruas e nas casas. Várias sociedades cívicas prestavam homenagem aos seus deuses favoritos. Cidades adotavam alguns como seus protetores especiais. Os templos pagãos eram quase sempre frequentados, especialmente em Corinto, por causa de seus atos de prostituição no templo. Além disso, grande parte do alimento no mercado havia sido oferecida em adoração a diferentes ídolos. Paulo, primeiro, discutiu a natureza demoníaca da adoração aos ídolos e, depois, expôs a natureza da liberdade cristã, especialmente no que diz respeito à comida oferecida a ídolos.

10.14-22 Fugi da idolatria. A adoração pagã é uma violação da união do cristão com Cristo (v. 21). Os ídolos em si não são uma ameaça (v. 19); o perigo está nos demônios (v. 20), que, sem serem percebidos pelos adoradores, são os verdadeiros objetivos da adoração a ídolos.

10.21 Não podeis beber. Paulo fez os coríntios se lembrarem da comunhão e da unidade que eles tinham quando participavam da ceia do Senhor. A participação na adoração a ídolos era uma violação dessa unidade.

10.22-24 Todas as coisas me são lícitas. Embora tendo liberdade, também temos a responsabilidade de ajudar os outros em seu crescimento cristão. Nosso primeiro dever é com os outros, não com nós mesmos.

10.25, 26 Comei de tudo quanto se vende. Paulo não perguntou se a carne era sacrificada no templo, porque a adoração pagã não poderia contaminar o que Deus havia purificado (Sl 24; At 10.15).

10.27-30 Estes versículos apresentam um cenário em que um cristão esclarecido é convidado para jantar em uma casa particular. Se ninguém fizer caso da carne oferecida no templo, o cristão não deve insistir nessa questão, mas precisa aceitar as verdades enunciadas no verso 26. Por outro lado, se um cristão imaturo na fé, ou sem conhecimento, estiver presente e chamar a atenção daquele que é amadurecido em relação à carne oferecida na adoração pagã, o cristão esclarecido deve deixar de comê-la em consideração ao mais fraco.

10.31-11.1 Fazer tudo para a glória de Deus inclui incentivar os irmãos cristãos e propagar as boas-novas acerca de Cristo. Paulo fez isso quando se recusou a escandalizar judeus, gregos ou a igreja de Deus, ainda que, para isso, sua liberdade tivesse de ser restrita. Como Cristo, Paulo não procurou fazer as coisas como bem entendia para agradar a si mesmo; pelo contrário, ele desejava ajudar os outros (v. 24). Esse deve ser nosso desejo também.

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