Salmos 84 — Comentário de Matthew Henry
Versículos 1-7: O salmista expressa o seu afeto pelos mandamentos de Deus; 8-12: O seu desejo pelo Deus dos mandamentos.
Vv. 1-7. Os mandamentos de Deus são o prazer do crente neste mundo vil; neles, ele desfruta a presença do Deus vivo. Isto faz com que ele lamente quando está em falta com estes. são para a sua alma como o ninho é para a ave. contudo, são somente uma antecipação da felicidade que terão no céu. Dessa forma, como podem ter desejos de entrar nesta santa habitação, os que se queixam de que os mandamentos divinos são tediosos?
São verdadeiramente felizes os que seguem adiante no exercício da religião, e no poder da graça do Senhor Jesus Cristo, de quem é toda a nossa suficiência. Pode ser que os que peregrinam em direção à cidade celestial tenham que passar por mais de um vale de lágrimas, e por mais de um deserto silvestre; porém, serão abertos para eles poços de salvação, e ser-lhe-ão enviadas consolações como sustento. Os que prosseguem adiante em sua carreira cristã verão que Deus acrescenta graça às suas graças. E os que crescem na graça serão perfeitos em glória.
Vv. 8-12. Em todas as nossas conversas com Deus, devemos desejar que, por termos em vista o Senhor Jesus Cristo, o seu Ungido, sejamos aceitos por seu intermédio. Devemos contemplar o Senhor Jesus Cristo pela fé, e Deus olhará para a face de seu Ungido favoravelmente, como sempre o faz; nós, sem Ele, não nos atrevemos a mostrar o nosso rosto.
O salmista alega amor pelas coisas de Deus. consideremos como melhor um dia nos átrios do Senhor do que mil dias em qualquer outro lugar. E prefiramos o lugar mais baixo em seu serviço à posição mais elevada da terra.
Aqui há trevas, mas se o Senhor for o nosso Deus, será um sol que nos ilumina e nos vivifica, para orientar-nos e dirigir-nos. Neste mundo há perigos, mas Ele será um escudo para nós, para guardar-nos dos dardos de fogo que voam de um lado para outro, e em grande número ao nosso redor. Apesar de ter prometido conceder riquezas e honras deste mundo, o Senhor garantiu conceder a sua graça gloriosamente a todos os que a procuram da maneira que Ele designou. E o que é esta graça, senão o céu iniciado aqui em baixo, no conhecimento, amor e serviço a Deus? O que é a glória, senão completar esta alegria, ao sermos feitos como Ele é, e nos regozijarmos na presença dEle para sempre? Tomemos o cuidado de andarmos retamente e, então, confiemos em Deus, para que Ele nos dê tudo o que for bom para nós.
Se não pudermos ir à casa de Deus, vamos, através da fé, ao Senhor da casa. NEle seremos felizes e tranquilos. Realmente feliz é o homem que, quaisquer que sejam as suas circunstâncias externas, confia no Senhor dos exércitos, o Deus de Jacó.