Salmos 58 — Comentário de Matthew Henry

Salmos 58 — Comentário de Matthew Henry
Comentário de Salmos 58

Versículos 1-5: Descrição e reprovação dos juízes; 6-11: Uma oração para que eles sejam impugnados, e o anúncio de sua ruína.

Vv. 1-5. Tem-se a pior situação quando se faz o mal sob a aparência do direito. É particularmente doloroso contemplar, os que professam ser filhos de Deus, unindo-se contra um membro da Igreja de Cristo. Devemos agradecer ao Senhor por suas restrições misericordiosas; devemos ser mais sinceros na procura da graça renovadora, mais vigilantes quanto a nós mesmos e mais pacientes sob o efeito da natureza caída nos demais.

A corrupção de sua natureza era a raiz de seu rancor. Podemos ver que a maldade do mundo pode ter o seu início ainda na infância. se as crianças não forem instruídas e cuidadas, apartar-se-ão de Deus e de seu dever o mais cedo possível. E quão cedo as crianças estão prontas para mentir! É nosso dever ensiná-las e, acima de tudo, orar diligentemente para que tenham em sua vida a graça que converte, para que nossos filhos sejam, a cada dia, novas criaturas.

Ainda que alguns tragam dentro de si o veneno, este pode ser eliminado e não vir a causar dano aos demais. Quando a Palavra do Senhor é considerada de forma devida, a serpente toma-se inofensiva. Porém, os que se negam a ouvir a sabedoria celestial deverão perecer para sempre.

Vv. 6-11. Davi pede que os inimigos da igreja e do povo de Deus tornem-se incapazes de praticar ainda mais o mal. Através da fé, podemos orar contra os desígnios dos inimigos da Igreja. É anunciada a ruína destes, pois quem conhece o poder da ira de Deus?

As vitórias do justo, em sua pessoa e em seus servos, sobre os inimigos da salvação do homem, produzem um gozo que não brota da vingança, mas da visão de misericórdia, justiça, e verdade divinas, que se mostram na redenção dos eleitos, no castigo dos ímpios e no cumprimento das promessas. Quem quer que considere devidamente estes fatos, buscará diligentemente a recompensa da justiça, e adorará a Deus que, por sua providência, organiza retamente todas as coisas no céu e na terra.