Salmos 144 — Comentário de Matthew Henry

Salmos 144 — Comentário de Matthew Henry
Versículos 1-8: Davi reconhece a grande bondade de Deus, e pede socorro; 9-15: Ora pela prosperidade de seu reino.

Vv. 1-8. Quando os homens se tornam iminentes em coisas nas quais tinham poucas vantagens, devem ser mais sensíveis ao fato de Deus ter sido o seu Mestre. Felizes são aqueles a quem o Senhor concede a mais nobre vitória, que é a conquista e domínio de seus próprios espíritos. A oração em favor de mais misericórdia começa, apropriadamente, com ações de graças por misericórdias recebidas anteriormente. Havia um poder especial de Deus que inclinava o povo de Israel a sujeitar-se a Davi, isto tipifica as almas que são levadas a submeter-se ao Senhor Jesus Cristo.

Os dias do homem são pouco reais, se forem considerados quantos pensamentos e preocupações existem na alma, que jamais morre, e que são empregados para um pobre corpo moribundo. A vida do homem é como uma sombra que passa. Em sua máxima exaltação terrestre, os crentes recordarão quão maus, pecadores e vis são em si mesmos; assim, serão livres do perigo de atribuírem importância a si mesmos, e de tornarem-se presunçosos. O tempo de Deus socorrer os seus eleitos chega, quando soçobram e faltam-lhes todas as demais ajudas.

Vv. 9-15. Os novos favores pedem nova gratidão; devemos louvar a Deus pelas misericórdias que dEle aguardamos por suas promessas, e pelas que temos recebido por sua providência, ser salvos de uma espada que poderia nos ferir ou de uma enfermidade que nos consumiria, sem que sejamos libertos do domínio do pecado e da ira vindoura, seria somente uma pequena vantagem. Davi expressa a prosperidade pública que deseja para o seu povo. Neste inundo, muito é acrescentado ao consolo e à felicidade dos pais quando vêem que, com grande probabilidade, os assuntos relacionados aos seus filhos irão bem. Os pais devem vê-los como plantas que crescem sem murchar-se ou sem destroçar-se, e não como ervas daninhas e espinhos; ver que provavelmente darão frutos para Deus na estação própria, que em sua juventude crescem firmados no Espírito santo.

Há muito para desejar; que possamos ser agradecidos a Deus, generosos para com os nossos amigos e caridosos para com os pobres; caso contrário, de que nos aproveita termos os nossos celeiros? Além disso, temos a paz ininterrupta. A guerra causa abundância de males, seja para atacar o próximo, seja para defender-nos. À medida que não nos unimos à adoração e ao serviço a Deus, deixaremos de ser um povo feliz. Os súditos do Salvador, o Filho de Deus, também chamado de Filho de Davi, compartilham as bênçãos de sua autoridade e vitória, e são felizes porque têm ao Senhor como o seu Deus.