Isaías 66 — Comentário de Matthew Henry

Isaías 66

Versículos 1-4: Deus vê o coração e ameaça vingar a culpa; 5-14: O crescimento da Igreja, quando judeus e gentios serão reunidos ao Redentor. 15-24: Todos os inimigos da Igreja serão destruídos, e se verá a ruína final dos ímpios.

Isaías [66]:1-4. Os judeus se gloriavam muito em seu templo, mas que satisfação a mente Eterna pode encontrar em uma casa feita pela mão humana? Deus tem um céu e uma terra que são obra de suas próprias mãos, e templos feitos pelo homem; Ele não leva isto em consideração para conceder o seu favor ao que é pobre de espírito e sério, humilde e abnegado, cujo coração está verdadeiramente dolorido pelo pecado. Tal coração é um templo vivo para Deus.

O sacrifício do ímpio não é somente inaceitável; é uma grande ofensa a Deus. Aquele que agora oferece sacrifícios no altar conforme a lei, na realidade coloca de lado o sacrifício de Cristo. Aquele que queima incenso despreza o incenso da interseção de Cristo, e o faz como se bendissesse um ídolo. 

Os homens se enganam pela vã confiança, e seus corações incrédulos e as consciências impuras não necessitam outras coisas que lhes imponham temores para desgraçá-los. Qualquer coisa que os homens coloquem no lugar do sacerdócio, da expiação e da interseção de Cristo, será considerada por Deus como abominável.

Isaías [66]:5-14. O profeta se volta para aqueles que tremeram diante da Palavra de Deus, para consolá-los e dar-lhes ânimo, o Senhor se manifesta para o gozo do crente humilde, e confusão dos hipócritas e perseguidores. Quando o Espírito santo foi derramado e o Evangelho saiu desde Sião, em pouco tempo multidões se converteram. A Palavra de Deus, especialmente as suas promessas e ordenanças, são o consolo da Igreja. A verdadeira felicidade de todos os cristãos é aumenta por cada convertido que é levado a Cristo.

Onde quer que seja recebido em seu poder, o Evangelho leva consigo um rio de paz, que nos conduz ao oceano de ilimitada e interminável bênção. o consolo divino chega até o homem interior; o gozo do Senhor é a fortaleza do crente. A misericórdia e a justiça do Senhor serão manifestas e magnificadas para sempre. 

Isaías [66]:15-24. É feita uma declaração profética da vingança do Senhor contra todos os inimigos da Igreja, especialmente os inimigos do Evangelho nos últimos tempos.

Os versículos 19 e 20 representam a abundância de meios para a conversão dos pecadores. Estas expressões são figuradas e declaram a ajuda abundante e cheia de graça, que é concedida para levar a Cristo aqueles que são escolhidos por Deus. Todos serão bem-vindos e nada faltará para a sua ajuda e estímulo. O Evangelho será instalado na Igreja, e seus participantes cultuarão solenemente ao Senhor. No último versículo representa-se a natureza do castigo dos pecadores no mundo vindouro. Então o justo e o injusto serão separados. O nosso Salvador aplica isto à miséria e ao tormento eternos dos pecadores impenitentes, no estado futuro.

Para a honra da livre graça que assim os distingue, os redimidos do Senhor devem entoar cânticos triunfais com humildade e santo temor. Isaías conclui as suas profecias com esta forte representação do estado oposto do justo e do ímpio, que inclui toda a raça humana. Que Deus conceda, por amor a Cristo, que a nossa porção seja com os que temem e amam o seu Nome, que se apegam às suas verdades e perseveram em toda boa obra, esperando receber do Senhor Jesus Cristo o convite da graça: "Vinde benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo".