Significado de Salmos 37

Salmos 37

O Salmo 37 é um salmo de sabedoria que encoraja o leitor a confiar em Deus e viver uma vida de retidão, mesmo diante da injustiça e da maldade. O salmo pode ser dividido em várias partes principais:

Confie no Senhor (versículos 1-11): O salmista começa encorajando o leitor a confiar no Senhor e não ter inveja dos ímpios, que podem parecer prosperar a curto prazo, mas serão destruídos no final.

O destino dos ímpios e dos justos (versículos 12-22): O salmista descreve o destino dos ímpios e dos justos, enfatizando que os ímpios serão exterminados, enquanto os justos herdarão a terra e serão abençoados.

O caráter do justo (versículos 23-26): O salmista descreve o caráter do justo, que é generoso, justo e confia no Senhor.

Os caminhos do Senhor (versículos 27-34): O salmista encoraja o leitor a seguir os caminhos do Senhor, que incluem fazer o bem, buscar a paz e confiar nele.

O destino final dos justos (versículos 35-40): O salmo termina com um lembrete de que o Senhor finalmente justificará os justos e os trará à vida eterna.

No geral, o Salmo 37 nos ensina a confiar no Senhor e a viver uma vida de retidão, mesmo diante de injustiças e adversidades. Isso nos lembra que o Senhor é justo e fiel, e que aqueles que confiam nele serão finalmente abençoados e vindicados.

Introdução ao Salmo 37

O Salmo 37 é um salmo de sabedoria, escrito em forma de acróstico. Sua mensagem simples é a de mantermos a paciência em meio aos nossos problemas. O povo de Deus pode nutrir tal paciência, porque sabe que sua recompensa eterna há de superar abundantemente quaisquer de seus problemas temporais. O desenvolvimento do poema é o seguinte: (1) a necessidade de ter paciência, em face do aparente sucesso dos ímpios (v. 1 -11); (2) a necessidade de ter paciência, dado o iminente juízo final dos perversos (v. 12-22); (3) o incentivo de persistência aos justos em se manterem no bom caminho, ante a ação dos perversos (v. 23-33); (4) a nova conclamação pela paciência, em face do aparente sucesso dos ímpios (v. 34-40).

Comentário de Salmos 37

Salmos 37.1-4 Não te indignes é o tema do salmo. Embora o ímpio pareça prosperar, o salmista apela à paciência do justo, sob uma nova percepção da dependência do Senhor e um novo prazer em conhecê-Lo. O que deseja o teu coração. Se os desejos do justo emanam do Senhor, o Senhor certamente os satisfará.

Salmos 37.5, 6 Entrega o teu caminho significa depositá-lo junto ao Senhor — magnífica imagem de confiança total nele.

Salmos 37:1–6 O sábio deve observar cuidadosamente sua resposta aos iníquos. É muito fácil ser afetado adversamente por sua prosperidade. Independentemente de quão bem estejam os maus, eles nada mais são do que mortais que vivem em uma terra sob o governo justo e soberano de Deus. Os ímpios podem prosperar como a grama e as plantas, mas não resistirão à adversidade. Assim como a exuberante vegetação da primavera pode perder rapidamente sua beleza diante de um vento quente e seco do deserto, também os ímpios desaparecerão rapidamente.

Em vez de ceder à autopiedade e à inveja, o sábio confia no Senhor, submetendo-se à sua vontade na resolução do dilema. Nesse espírito, eles se deleitam no Senhor. Esse “deleite” (GR 6695) é uma reação mais positiva do que “ciúme”, pois o sábio aprende a desfrutar de todas as suas bênçãos com contentamento. Aqueles que “confiam” (GR 1053) no Senhor (ou seja, esperam que ele aja) irão “habitar na terra” e fazer seu trabalho (“desfrutar de pastagens seguras”) com a certeza de que a bênção do Senhor repousa sobre eles. Ele concederá os desejos daqueles que se colocam completamente sob seus cuidados paternais.

Porque o Senhor é reto e justo, o sábio tem a certeza de que ele estenderá “retidão” (GR 7406) e “justiça” (GR 5477) aos seus. Essas duas palavras se referem às evidências do governo de Deus sobre este mundo, quando ele estabelece a ordem justa e glorifica seus filhos. Essa glória será revelada como o sol nascente ao amanhecer e como a luz brilhante do meio-dia. Os justos podem sofrer com os malfeitores (v.1), mas vivem na esperança do dia em que Deus tratará o mal com justiça.

Salmos 37:1-6 (Devocional)

Confie no Senhor

Este salmo instrui o remanescente crente sobre os caminhos de Deus no tempo em que Israel está sendo purificado (Ml 3:3). É um salmo de sabedoria, comparável ao livro de Provérbios. Sua forma é o acróstico, pois cada verso começa com a próxima letra do alfabeto hebraico. Não é totalmente perfeito na forma, como uma indicação de que o perfeito ainda está por vir.

A instrução é dada comparando os modos e características dos ímpios com os dos justos. É o tema recorrente do Salmo 1. Em termos de conteúdo, este salmo pode ser comparado e, portanto, uma continuação do Salmo 36.

O salmo é um encorajamento para o remanescente no fim dos tempos, e também para os crentes agora, para esperar em Deus. Então eles não se deixarão confundir por prestar atenção à prosperidade temporária dos ímpios que os cercam. O salmo mostra que eventualmente os ímpios serão exterminados e os justos possuirão a terra como herança dada a eles por Deus. Será bom para os justos e ruim para os ímpios. A ênfase está no remanescente fiel de Israel que finalmente herdará o reino da paz (Sl 37:3; Sl 37:9; Sl 37:11; Sl 37:22; Sl 37:34).

Para “[um salmo] de Davi” (Salmos 37:1), veja Salmos 3:1.

Davi começa o salmo sem introdução ou frases educadas. Se houver perigo, como fogo, por exemplo, você imediatamente começa a gritar ‘fogo, fogo!’ Aqui os crentes estão expostos a um grande perigo: invejar os incrédulos (cf. Pro 23:17; Pro 24:1; Pro 24:19).

O salmista começa diretamente com o núcleo de seu tema, exortando o justo a não se afligir por causa dos malfeitores e a não ter inveja dos malfeitores (Sl 37:1; Pv 24:19). Quando nos preocupamos, isso mostra que não confiamos em Deus. Quando a gente fica com ciúmes de alguém, inveja de alguém por alguma coisa, é ainda pior, porque aí estamos pensando só em nós mesmos. No fundo, significa que não entendemos os caminhos de Deus. Isso é elaborado no Salmo 73 (Salmos 73:1-17).

É preciso viver com a paz de Deus em nossos corações em meio ao mal. Vivemos no meio de pessoas que parecem poder seguir seu caminho sem serem perturbadas às custas dos outros, sem serem detidas. Os justos podem ficar chateados com isso. Mas, diz Davi, ele não deveria fazer isso.

É desnecessário e sem sentido, porque aos malfeitores só é permitido uma curta permanência na terra e então tudo está acabado para eles (Sl 37:2). Eles murcharão rapidamente como a grama e murcharão como a erva verde (Sl 103:15-16; 1Pe 1:24; Tg 1:9-11). A grama é uma figura da parte incrédula do povo, parecendo verde e próspera (Is 40:6-8). Davi aqui destaca a vida sob a perspectiva da eternidade e sob a perspectiva do governo indireto de Deus em vista das profecias.

Davi não tem apenas uma advertência negativa em Sl 37:1-2, mas também um encorajamento positivo para confiar no SENHOR e andar com Ele (Is 26:4). Ele dirige os olhos dos justos acima da cena terrena para Deus em Salmos 37:3. Que ele confie Nele e faça o bem. Esta é a resposta adequada ao mal predominante. Primeiro, é importante confiar em Deus e depois fazer o bem. Fazer o bem em meio ao mal dá glória a Deus. É o que Cristo fez em Sua vida na terra. A nós é dito: “Não desfaleçamos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl 6:9).

Em vez de nutrir autopiedade ou amargura, a sabedoria nos aponta para uma confiança crescente no Senhor. O crente do Antigo Testamento – assim como o remanescente fiel no futuro – é encorajado a “habitar na terra e cultivar a fidelidade”. “Cultivar a fidelidade” significa alimentar ou dar alimento à fidelidade para que ela cresça. Fidelidade não é comida com a qual uma pessoa pode se alimentar. A fidelidade é uma atitude fundamental na qual a pessoa deve crescer, que se torna visível nas suas idas e vindas.

Aquele que cultiva ou alimenta a fidelidade, que cresce na fidelidade, não se preocupará com os ímpios ao seu redor nem os invejará. Sua tarefa é ver a terra que lhe foi dada por Deus como seu lar. Ele ainda não pode desfrutá-lo plenamente, mas vive lá. Para nós, vivemos nos lugares celestiais e lá podemos desfrutar de todas as bênçãos que nos foram dadas. Isso nos impedirá de focar na prosperidade deste mundo.

Aquele que cultiva a fidelidade terá descanso e paz no coração em meio ao mal. Isso é verdade para todos os crentes em todos os tempos. A fidelidade é a coisa mais importante na vida do crente e é recompensada pelo Senhor dando-lhe entrada em Sua alegria (Mateus 25:21; Mateus 25:23).

Essa alegria pode ser desfrutada agora mesmo. Ouvimos isso no encorajamento para “deleitar-se no Senhor” (Sl 37:4). Essa é a nossa força (Ne 8:10) e também dá rica recompensa. Pois Deus então dá o que nosso coração deseja. Se o coração se deleita em Deus, os desejos do coração não serão egoístas, mas visarão honrar e glorificar a Deus.

O terceiro encorajamento é entregar nosso caminho ao Senhor e confiar nEle (Sl 37:5; 1Pe 5:7). A palavra hebraica implica o rolamento de algo que é grande e pesado. Isso deixa claro que não é fácil e leve confiar no Senhor em meio aos nossos problemas.

Se percorrermos o caminho da nossa vida com todos os seus fardos e dificuldades, com tudo o que pesa sobre nós, sobre Ele, Ele carregará tudo. Também é importante entregá-lo a Ele com a confiança de que está em boas mãos. Podemos então deixar ir, mesmo que pareça que algo não está indo bem. A maneira que Ele determina é boa. Somado a isso, podemos confiar que Ele fará, ou seja, que Ele fará o que prometeu, mesmo que às vezes pareça que as coisas estão indo completamente para o lado errado.

O que Ele prometeu é trazer nossa justiça como a luz (Sl 37:6). Isso acontece quando o SENHOR começa a agir de acordo com Seus propósitos e promessas. Isso é tão certo e tão brilhante quanto a chegada da luz da manhã. Ele fará nosso julgamento brilhar como o meio-dia. Agora ainda é nossa parte sermos tratados injustamente e suportar a injustiça. Até que Ele nos justifique abertamente, podemos, seguindo o Senhor Jesus, entregar tudo e nos entregar Àquele que julga com justiça (1Pe 2:23).

Salmos 37.7, 8 Descansa [...] espera nele. Estes conselhos voltam a ressaltar a principal mensagem do salmo: não te indignes (v. 1). Não se trata de chamados à inatividade, mas, sim, à dependência ativa do Senhor vivo. O salmo nos exorta que paremos de nos preocupar.

Salmos 37:7–11 A vida sábia lida primeiro com as emoções negativas — raiva, preocupação e ciúme. Isso leva ao pecado contra Deus, contra si mesmo ou contra os outros. A vida sábia resiste ao mal confiando no Senhor e fazendo o bem. Uma pessoa justa começa por estar “ainda diante do Senhor” e esperando por sua libertação. A fé viva sabe que Deus agirá.

A justiça de Deus contra os ímpios é seu fim prematuro e, finalmente, a aniquilação completa do mal. Eles perecerão como a erva no dia que Deus lhes determinou (v.13b). Então seu próprio povo “herdará a terra”. Isto se refere primeiro a Canaã, mas a promessa se estende a todo o povo de Deus e a toda a terra (cf. Mt 5,5). As promessas de Deus são apenas para os “mansos” (GR 6705), que confiam em Deus “na esperança” de justiça e que fazem ativamente a sua vontade na terra. Deles é o reino! Eles “desfrutarão de grande paz”. “Paz” (shalom; GR 8934) representa a beneficência dos piedosos, em contraste com a vida de sofrimento.

Salmos 37.9-12 Muitas vezes, os ímpios parecem prosperar; mas este salmo nos lembra repetidamente que os malfeitores serão desarraigados. Ainda um pouco. Do ponto de vista de Deus, a prosperidade do perverso dura muito pouco (Ec 3.16,17). Os mansos herdarão a terra. Jesus cita estas palavras em Mateus 5.5, confirmando o Antigo Testamento e demonstrando a importância dos Salmos na Sua vida e na nossa.

Salmos 37:7-11 (Devocional)

Os humildes herdarão a terra

Como a situação prometida no Salmo 37:6 está atrasada, há um grande perigo de que o crente preste atenção à prosperidade dos ímpios (Salmo 73:3). Ele não deveria fazer isso. É importante descansar ou ficar tranquilo na presença de Deus e esperar pacientemente por Ele, ou seja, aguardar o Seu tempo (Sl 37:7). É um silêncio de confiança tranquila na presença de Deus na expectativa da Sua intervenção (cf. Sl 62,5-6). A reclamação se transforma em incredulidade, dúvida e amargura quando os olhos não estão mais em Deus, mas nos ímpios e em sua prosperidade. Essas pessoas fizeram planos astutos e também os executam com sucesso (Sl 73:4-9).

Não deixe que o que você vê ao seu redor o deixe louco, diz Davi (Sl 37:8). Pare de ficar com raiva de Deus, recupere a compostura, acalme-se. Deixe de lado sua severidade, não dê mais atenção a ela. Venha para si mesmo. Ficar com raiva não leva a nada. Pelo contrário, leva “apenas à maldade”. Em sua raiva, você diz coisas ou faz coisas que prejudicam os outros e a si mesmo e trazem desonra a Deus. Você só piora as coisas ao fazer isso e se torna igual aos malfeitores.

Agora segue uma promessa com dois lados: julgamento sobre os malfeitores, eles serão cortados, e bênção sobre aqueles que esperam no SENHOR, eles herdarão a terra, ou seja, entrarão no reino da paz (Sl 37:9). O que precisamos fazer é confiar em Deus em Sua Palavra. Ele disse que os ímpios serão exterminados. À primeira vista ainda não parece, mas Ele o fará. Em contraste com isso é o que os humildes possuirão. Isto é, segundo a Sua promessa, “herdar a terra”. Nós confiamos Nele? Se assim for, isso determinará nossa atitude em relação ao mal.

Para enfatizar, elaborar e aprofundar o que disse no Salmo 37:9, Davi repete em outras palavras nos próximos dois versículos como terminará com o ímpio de um lado e com o humilde do outro. Quanto ao ímpio, “ainda um pouco, e o ímpio não existirá mais” (Sl 37:10). Literalmente, ‘só um momento, e o homem perverso se foi’. Dê outra boa olhada em seu lugar e considere que logo estará vazio. Nada restará dele e de todo o seu poder, posse e prestígio. Não sobrará nada dele. Não apenas o próprio homem perverso desaparecerá, mas também tudo o que o faz lembrar. Então, apenas aguente o homem perverso por mais um pouco que eles estão indo bem. O fim de sua prosperidade está à vista.

Quanto aos humildes – o hebraico anawim, aqueles que são oprimidos e, no entanto, colocam sua confiança no SENHOR – falta pouco para que “herdarão a terra” (Sl 37:11). Para eles, isso significará que “se deleitarão em abundante prosperidade”. Portanto, apenas um pouco de perseverança, apenas um pouco mais de sofrimento, e então começará o tempo de alegria e paz que durará mil anos e continuará por toda a eternidade. É uma grande paz, uma atmosfera só de paz, e nessa atmosfera eles se deleitam, é só alegria.

O Senhor Jesus cita a primeira linha do Salmo 37:11 no Sermão da Montanha (Mateus 5:5). Humildade, ou gentileza, é a característica do remanescente no tempo do fim (Sf 2:3). É também o que deve nos caracterizar. Podemos aprender isso com o Senhor Jesus (Mateus 11:29). Significa que em meio à tribulação não nos rebelamos, mas colocamos nossa confiança nEle, na silenciosa expectativa de Sua redenção, tendo a convicção de que a herança prometida nos será dada (1Pe 1:3-5).

Salmos 37:12–17 Os ímpios “conspiram” para obter vantagem. Sua impiedade se expressa na obsessão pelo mal e no ódio pelo bem. Eles “rangem os dentes” em ciúme amargo. Como soldados em uma batalha desesperada, eles usam qualquer truque para vencer os piedosos. Eles governam com “espada” e “arco”, simbolizando sua força e abuso de poder, e aguardam ansiosamente a destruição dos piedosos. Suas vítimas são os “pobres e necessitados”, ou seja, os destituídos e os privados da justiça. Seu objetivo é uma autonomia caótica, um mundo em que a injustiça é lei. Não há lugar para aqueles “cujos caminhos são retos” em seu mundo.

Em contraste com o ímpio, o homem sábio sabe que um “pouco” com piedade é preferível a muito com impiedade (cf. Pv 15:16; 16:8, 19). Acima do ímpio está um Deus justo que não age imediatamente, mas “ri-se do ímpio”. Ele vê o fim desde o início e garante aos piedosos que “o dia deles está chegando”. Será aquele terrível “dia do Senhor”, quando “o poder dos ímpios” (simbolizado pelas espadas penetrantes e arcos quebrados) será quebrado. Eles receberão seus justos desertos.

Salmos 37.13-17 O Senhor se rirá. Estas palavras relembram a risada de Deus em Salmos 2.4. Que completo terror para o ímpio ouvir a risada de Deus para ele! Compare com o agrado que o Senhor demonstra pelo caminho do justo (v. 23).

Salmos 37.18-20 A expressão o Senhor conhece os dias possui diversos sentidos: (1) Deus conhece nossa situação e provê aquilo de que precisamos; (2) Deus sabe quanto tempo viveremos e há de nos sustentar até o fim (Sl 90.12); (3) Deus sabe que nossos dias na terra são apenas o começo de nossos dias junto a Ele na eternidade.

Salmos 37:18–22 O Senhor conhece “os dias dos íntegros”, ou seja, os muitos dias de suas vidas. Considerando que ele vê “o dia” (cantar.) dos ímpios, ele concederá seus favores de aliança por conta própria nos dias (pl.) vindouros. Eles continuarão mesmo nos “dias de fome”, mas os iníquos chegarão ao fim. Os piedosos podem sofrer adversidades, mas, ao contrário dos ímpios que “murcham”, eles “desfrutarão em abundância”. Os justos são “abençoados” pelo Senhor e, portanto, têm a garantia de suas misericórdias de aliança: a vida e seu pleno gozo. Em contraste com os ímpios, que acumulam para si mesmos, os justos são como Deus e “generosamente” ajudam os pobres.

A morte dos ímpios conforta os justos. São como sacrifícios que se transformam em fumaça ou lindas flores que desaparecem facilmente. Eles certamente irão “desaparecer” por causa da maldição de Deus. Eles podem até chegar à pobreza nesta vida para que tenham que pedir emprestado para se manterem vivos, sendo incapazes de pagar; mas no final eles serão “excluídos” da presença de Deus e de todos os seus benefícios.

Salmos 37.21-23 O justo se compadece. Há vários contrastes entre o ímpio e o justo nos salmos de sabedoria; este se constitui de atitudes opostas em relação aos bens (Sl 15.5; 112.5). De todas as coisas que Deus criou na terra, somente uma delas há de perdurar — as pessoas. Tudo o mais que atualmente é material há de desaparecer (2 Pe 3.10-12).

Salmos 37:12-22 (Devocional)

O ímpio oposto ao justo

Até aqui tudo é abstrato, o contraste entre o ímpio e o justo é discutido de forma doutrinária. Salmos 37:12-26 são práticos, o contraste agora se torna tangível na vida cotidiana.

Esta seção examina mais de perto o contraste descrito no Salmo 37:10-11. Isso lida com as ações dos ímpios e a resposta de Deus a eles. O primeiro contraste está no Salmo 37:12-13. O ímpio está continuamente tramando planos perversos “contra o justo” (Sl 37:12), que é o mesmo que o humilde de Sl 37:11 e Sl 37:14. Enquanto ele planeja matar o justo (Sl 37:14), ele range os dentes contra ele (cf. Sl 35:16). Isso indica que interiormente ele está muito zangado com ele, cheio de ódio por ele.

O Senhor, Adonai, o governante soberano, não se impressiona com o que o ímpio planeja e faz contra o justo (Sl 37:13). Enquanto o ímpio range os dentes, Ele ri dele, tão ridículo é o que o ímpio está fazendo (cf. Sl 2,1-4). Afinal de contas, é uma tolice suprema voltar-se contra Ele e ser totalmente míope porque o dia do julgamento está chegando por causa de seus esquemas tolos. O Senhor vê “o seu dia”, o seu fim (cf. Sl 73, 17), que é o dia em que os ímpios serão julgados, e os justos devem continuar a vê-lo.

O segundo contraste está em Sl 37:14-15. Os ímpios iniciam a execução de seus planos. Eles “desembainharam a espada e entesaram o arco” (Sl 37:14). Isso fala do poder dos ímpios: a espada para matar perto e arco e flecha para matar à distância. No entanto, o poder (braço) dos ímpios será quebrado (Sl 37:15; Sl 37:17).

Sua intenção é “derrubar o aflito e o necessitado” e “matar aqueles que são retos de conduta”. ‘Matar’ é uma palavra frequentemente usada para o abate de gado. É assim que os ímpios veem os justos (cf. Sl 44,22). Mas Deus garante que “sua espada entrará em seu próprio coração” e que “seus arcos serão quebrados” (Sl 37:15). Seus próprios corações serão afetados porque é daí que vem toda a sua maldade.

O terceiro contraste está em Salmos 37:16-17. No Salmo 37:16, “o pouco dos justos” é comparado à “abundância de muitos ímpios”. O resultado também é dado diretamente: o que o justo tem é “melhor” do que o que o ímpio tem. A razão é dada no Salmo 37:17: “Os braços dos ímpios serão quebrados”, de modo que ele não tem poder para usar espada e arco contra o justo, nem para trazer mais de sua abundância com a mão à boca.. Em contraste, o justo desfruta do apoio de Deus no pouco que tem. Ele não precisa ter um braço poderoso, pois o seu Deus o ajuda. Certamente não pode ser uma questão de quem está em melhor situação, pode?

O quarto contraste está em Sl 37:18-20. “O SENHOR conhece os dias dos íntegros” porque eles vivem com Ele (Sl 37:18). Eles são justos, eles desejam fazer a Sua vontade. Deus cuida de suas vidas dia a dia com Seu cuidado amoroso. Ele está interessado em tudo o que acontece em suas vidas todos os dias e os ajuda.

Seus dias não têm fim. O SENHOR vê o dia (singular) dos ímpios (Sl 37:13), mas dos justos, dos piedosos, dos retos, Ele conhece os seus dias (plural). O que lhes foi prometido pelo Senhor em termos de herança “será para sempre”. Eles desfrutarão plenamente de sua herança e todos os dias no reino da paz.

Isso também significa que “não serão envergonhados no tempo do mal” (Sl 37:19). Afinal, o SENHOR os conhece. Também “nos dias de fome terão abundância”. Isso não significa que sempre terão pão suficiente, mas que experimentarão Sua comunhão em suas necessidades. Eles não dependem de circunstâncias externas; mesmo os desastres não podem impedir que o Senhor continue a provê-los (cf. Sl 1:3). Não se trata principalmente de satisfação material, mas de satisfação espiritual.

Completamente diferente será com os ímpios (Sl 37:20). Eles perecerão. Para eles não há reino de paz, mas julgamento eterno. Eles são chamados de “inimigos do SENHOR”, pois é isso que eles são em sua mente e atitude. O que resta deles é fumaça que se desvanece. Assim como “a glória dos pastos”, ou seja, as flores do campo. Os ímpios são comparados à grama e às flores do campo (Sl 37:2; Is 40:6). Isso fala de perecibilidade.

O quinto contraste está em Sl 37:21-22. Os ímpios nunca têm o suficiente. Eles tomam emprestado e continuam tomando emprestado, sem devolver um centavo (Sl 37:21). Muito diferente é o caso dos justos. Ele dá, e não apenas isso, ele dá com o coração, pois ele dá por compaixão aos necessitados. Aqui não importa se ele é materialmente rico ou pobre. Ele dá porque é uma pessoa justa. Ele deseja dar porque tem a natureza de Deus, e Deus é um Doador (cf. 2Co 9:7; 2Co 9:15).

Eles podem ser generosos porque foram “abençoados por Ele” e “herdarão a terra” (Sl 37:22). Este versículo significa que Deus finalmente cumprirá Sua promessa da terra de acordo com Sua aliança. Com que nos preocuparemos em acumular muitos bens agora e guardá-los para nós, quando sabemos que em breve receberemos uma herança inteira? Os ímpios vivem apenas para si mesmos e fingem ser donos da terra. Eles não percebem que são “amaldiçoados por Ele” e “serão cortados”. Isso também está de acordo com a aliança: que a maldição caia sobre aqueles que quebram a aliança.

Salmos 37:23–26 O foco passa dos contrastes entre os piedosos e os iníquos para as várias bênçãos dos piedosos. (1) O Senhor estabelece os piedosos, mesmo em tempos de adversidade. Eles podem “tropeçar”, mas não cairão, pois o Senhor os impede de cair. (2) O Senhor cuida das necessidades físicas de seus filhos. Ele dá vida ao seu povo e sustenta o justo com “pão”. Eles não são “abandonados”. Eles têm a promessa de Deus de que ele não abandonará completamente os seus (Gn 17:7; 28:15; Mt 28:20). (3) Deus dá aos seus porque eles, como ele, são mordomos graciosos (v.26). A bênção de Deus também se estende à próxima geração, pois “seus filhos serão abençoados” (At 2:39).

Salmos 37.24 O sustém. O justo sabe que, se cair, nunca ficará desamparado; se tropeçar, nunca ficará inteiramente abandonado.

Salmos 37.25 Mendigar o pão. Estas palavras podem ser vistas de dois ângulos: (1) A fome do justo é temporária e será substituída pela fartura nos dias por vir; (2) existe uma fome de que os justos nunca precisam padecer: nunca estão sem a presença do Senhor (Jo 6.35). Talvez seja também uma convocação para ajudarmos os justos se ocasionalmente vierem a passar fome neste mundo.

Salmos 37.26-29 Este mesmo conselho para apartar-se do mal encontra-se em Salmos 34.14. Nesta vida, temos de escolher entre apegar-mo-nos a Deus e à justiça ou buscar o mal. O caminho de Deus leva à vida eterna. O Senhor ama o juízo. Como Deus se opõe à injustiça, apoiar a injustiça é tornar-se Seu inimigo. O povo de Deus deve amar aquilo que Ele ama e detestar aquilo que Ele abomina.

Salmos 37:27–31 O salmista deu aos piedosos muitos motivos para encorajamento, bem como uma perspectiva sábia da vida. No entanto, o justo deve perseverar em fazer a vontade de Deus. Assim, eles têm uma responsabilidade para com seus filhos, porque Deus protegerá seus descendentes e permitirá que eles habitem na terra, enquanto a descendência dos ímpios será eliminada.

A base para todas as bênçãos é o amor de Deus. Ele “ama [GR 170] o justo” (Pv 2:8) e, portanto, nunca abandonará “seus fiéis” (ou seja, “seus santos”; GR 2921). O Senhor ama os sábios, que promovem a justiça e são amorosos. Eles temem o Senhor, reverenciam a Deus e desejam fazer a sua vontade. A lei está escrita em seus corações. Em harmonia com seu “coração” (GR 4213), eles falam sabiamente e assim estabelecem a justiça e “não escorregam” cedendo aos malfeitores ou invejando-os.

Salmos 37:23-28 (Devocional)

Não Abandonado

É uma grande bênção saber que “os passos de um homem”, isto é, do justo, são “firmados pelo SENHOR” (Sl 37:23). Deus cuida para que o justo seja guiado por Ele em circunstâncias nas quais o caminho não é mais visível. No caminho daquele justo, Ele encontra Sua alegria. Deus encontrou essa alegria perfeitamente na maneira como o Senhor Jesus veio à terra. Deixou-se guiar pelo Seu Deus em tudo. Portanto, podemos ser chamados a seguir Seus passos (1Pe 2:21).

Se percebermos até certo ponto que o mundo está cheio de armadilhas e armadilhas, o conhecimento de que Deus está estabelecendo nossos passos nos encherá de grande gratidão. Estamos então em Seu caminho. Vamos por esse caminho quando nos deixamos guiar pelo Espírito Santo. Então, como Moisés, pediremos a Deus: “Faze-me conhecer os teus caminhos” (Êxodo 33:13). Moisés não pede um caminho, mas Seus caminhos, os caminhos de Deus.

Mesmo que o justo caia (Sl 37:24), ele não será lançado de cabeça para baixo, pois o SENHOR é quem segura sua mão (cf. Pv 20:24; Pv 24:16; Dt 33:27). Quando uma pessoa segue o caminho de Deus, ela pode tropeçar ou cometer um pecado. Mas ele não ficará deitado, porque o SENHOR o restaurará. Ele não será rejeitado, pois poderá contar com o apoio de Deus.

Davi está falando por experiência própria (Sl 37:25). Já está “velho”, mas não esqueceu que também “foi jovem”. Ao longo de sua vida, ele “não viu o justo desamparado”. Isso não significa que um crente não tenha problemas. Deus não nos prometeu uma jornada fácil, mas nos prometeu uma chegada segura. Este é um grande encorajamento para um crente perseverar. Durante todo o tempo em que Davi está sendo perseguido por Saul, Deus sempre forneceu a ele e a seus homens o que eles precisam. O mesmo é verdade para seus filhos.

Experimentar a provisão de Deus é experimentar Suas misericórdias. Aqueles que percebem isso começarão a agir dessa maneira em relação aos outros (Sl 37:26). Quem é abençoado e dá crédito a Deus por isso, distribuirá sua bênção aos outros. Ele não faz isso de vez em quando, mas “o dia todo”. Ele “é misericordioso e empresta” e continua a fazê-lo o tempo todo. Isso será continuado por “seus descendentes”. A bênção que o justo recebe vai de geração em geração. Seus filhos viram como ele viveu em comunhão com Deus. Eles o seguem nisso e, por sua vez, também são “uma bênção”. Eles são abençoados e uma bênção para os outros.

Há também outro lado disso: deve haver um afastamento do mal (Sl 37:27). O mal neste contexto consiste em não guardar a aliança de Deus, perdendo assim a bênção prometida. Afastar-se do mal deve ser seguido de fazer o “bem”. Isso inclui guardar a aliança de Deus com Abraão. Fazer o bem significa fazer o que Deus espera. Para o remanescente fiel, a consequência é que eles permanecerão para sempre, o que significa que habitarão a terra para sempre, o que é o cumprimento da promessa da terra que Deus fez a Abraão. Para nós, significa que receberemos a herança que nos foi reservada no céu.

Permanecer para sempre é, por assim dizer, uma recompensa do Senhor. Ele dá, porque Ele “ama a justiça” (Sl 37:28). Em virtude do direito, Ele o dá a eles. Ao mesmo tempo, Ele habita com Seus piedosos. Essa expressão deixa claro que eles são objetos de Seu favor, de Sua graça. Eles recebem a bênção, não porque são melhores que os ímpios, mas porque Ele os poupou de acordo com a eleição de Sua graça.

Novamente, encontramos os chassidim hebreus, piedosos, ou seja, aqueles que são fiéis à aliança com o Senhor. Estes são os que receberão as bênçãos do SENHOR, de geração em geração. E visto que o SENHOR também é fiel à Sua aliança, Ele nunca pode abandonar Seus santos. De acordo com a mesma aliança, os ímpios, aqueles que violam a aliança, serão eliminados.

Ser um piedoso do SENHOR envolve ainda mais bênçãos: “Eles são preservados para sempre”. Ele também mantém Sua mão protetora sobre eles e os preserva para que possam desfrutar do que Ele lhes prometeu. O que acontece com “os descendentes dos ímpios” contrasta fortemente com isso: eles “serão exterminados”. Quem vê bem esse contraste não inveja nem se entusiasma com a prosperidade temporária dos ímpios.

Salmos 37:29-33 (Devocional)

Características do Justo

Davi – na verdade o Espírito Santo – mostra ao justo em detalhes quais são suas verdadeiras bênçãos e características. Mais uma vez ele aponta para os justos que eles herdarão a terra e nela habitarão para sempre (Sl 37:29). Como tantas vezes, trata-se do cumprimento da promessa da terra prometida na aliança com Abraão.

O cumprimento ocorre quando o Messias vier e reinar. Todos os poderes inimigos foram julgados. Não há mais nenhuma ameaça de que sejam expulsos de suas terras novamente. Não há ameaça ao redor deles ou neles, pois em seu coração está a lei de Deus, como diz o Salmo 37:31.

Essa perspectiva guiará o justo em sua vida agora, enquanto ele ainda vive no meio do mal. Sua “boca... profere sabedoria” (Sl 37:30). A sabedoria do justo é que ele olha para o fim dos ímpios (Sl 73:17). Portanto, ele não fica com inveja de sua prosperidade de curta duração. Isso é expresso nos versículos seguintes. O sábio sabe o que dizer. Vale a pena ouvir com atenção o que ele diz, pois ajuda a escolher o caminho certo. No que ele diz, nada é distorcido ou torto, pois “a sua língua fala a justiça”. Ele diz o que é justo para Deus e para os homens.

O justo fala assim porque “a lei do seu Deus está no seu coração” (Sl 37:31). Somente quando o coração está cheio da lei – a Palavra de Deus – uma pessoa pode abrir a boca e expressar sabedoria e justiça (Sl 37:30). O coração é o centro da existência, de onde flui tudo o que ele faz (Pv 4:23). A lei de Deus o governa em todos os seus pensamentos e deliberações e em todas as suas palavras e ações.

Aqui pensamos imediatamente no Senhor Jesus, que diz: “A tua lei está dentro do meu coração” (Sl 40:8). Ele é o Justo por excelência. Vemos aqui que isso é verdade para toda pessoa justa. Para nós, crentes do Novo Testamento, é dito: “Que a Palavra de Cristo habite ricamente em vós” (Cl 3:16).

Os “passos” daquele em quem a lei, isto é, a Palavra de Cristo ou de Deus está no coração, “não escorregam”. Aquele que é guiado pela Palavra de Deus, caminha com passos firmes no caminho que Deus diz que ele deve seguir. Ele ainda pode experimentar tantas dificuldades e hostilidade, mas não será abalado, porque ele é sustentado pela Palavra de Deus que está em seu coração.

Os ímpios são guiados por princípios muito diferentes (Sl 37:32). Ele é, sob a inspiração do diabo, que é “um assassino desde o princípio” (João 8:44), para matar os justos. Para tanto, ele o espreita e move um processo contra ele. Vemos isso em Judas, que quer entregar o Senhor Jesus, e o falso tribunal religioso que faz uso de Judas. Assim, muitos foram inspirados pelo diabo para matar os crentes por meio de falsas acusações (cf. 1Rs 21:1-16). Isso ainda está acontecendo hoje e certamente também acontecerá em toda a sua intensidade durante o tempo da grande tribulação.

Então Davi diz: “O SENHOR não o deixará em suas mãos nem o condenará quando for julgado” (Sl 37:33). Precisamos ver isso da perspectiva de Deus. Ele nunca entregará uma pessoa justa nas mãos de pessoas perversas que farão com ele qualquer coisa que quiserem. O fato de que pode parecer assim tem a ver com o fato de que o mundo é agora a esfera de poder de satanás. Ele controla seus súditos e os coloca contra os justos. Isso não é feito sem a permissão de Deus, mas não com Seu consentimento. Ele permite porque está de acordo com Seu plano. Para ver esse plano, devemos olhar para o fim dos justos.

O que o homem faz e assim cumpre o plano de Deus é um problema para o nosso pensamento, mas não para Deus. Encontramos esse problema resumido em uma frase no discurso de Pedro em Jerusalém quando a igreja foi formada. Nela, ele diz o seguinte sobre o que aconteceu com o Senhor Jesus: “Este [Homem], entregue pelo plano predeterminado e presciência de Deus, você pregou em uma cruz pelas mãos de homens ímpios e o matou” (Atos 2:23).

Isso não pode ser explicado por nós. É compreensível para nós apenas se deixarmos essas duas verdades lado a lado e considerarmos cada uma separadamente. Devemos perceber que nosso conhecimento é “em parte” (1Co 13:9) ou ‘em partes’. Não nos é possível ver toda a verdade de Deus de uma só vez. Só é possível conhecermos a Palavra de Deus examinando uma parte da verdade de cada vez.

Começamos então a ver cada vez mais conexões, mas também há coisas que permanecem escondidas de nós. Uma dessas coisas é que o conselho de Deus é parcialmente cumprido pelo pecado do homem. É um absurdo dizer que Deus não previu a Queda. É igualmente sem sentido dizer que Ele queria a Queda. Devemos deixar Deus ser quem Ele é: Deus. Se fizermos isso, perceberemos que somos criaturinhas insignificantes que não podem julgar a Deus, mas devem se curvar a Ele e a Seu conselho. Essa será a nossa sabedoria e também nos levará à adoração (Rm 11:33-36).

Salmos 37:30, 31 Em seu coração. Em diversos lugares dos Salmos, o poeta declara seu amor à lei de Deus e seu empenho em aplicá-la integralmente em sua vida (Sl 1.2; 19.7-11; 119.1-176).

Salmos 37:32-35 Espera no Senhor recomenda uma atitude de fé; não esperar nele é insensato. Arvore verde na terra natal. Davi admite que os ímpios possam temporariamente prosperar, mas afirma que eles não desfrutarão de seu suposto sucesso para sempre.

Salmos 37:32–33 Os ímpios não podem tolerar a verdadeira piedade. Eles podem prontamente descartar o hipócrita, o falso e o entusiasta, mas a fé viva do sábio evoca represálias furiosas. Os ímpios são retratados como bandidos que armam emboscadas para destruir os sábios. Os justos, porém, não são abandonados pelo Senhor. Ele não permitirá que sejam julgados injustamente pelos injustos. Mesmo quando parece que os ímpios detêm o poder e pervertem a justiça, Deus promete estabelecer a justiça e livrar a terra do mal.

Salmos 37.36, 37 Paz, aqui, sugere tudo como deveria ser. O destino dos justos contrasta fortemente com o dos ímpios (SI 1.4-6).

Salmos 37:34–40 Diante do mal no mundo, a resposta sábia do piedoso compreende (1) esperança no Senhor, (2) obediência leal a ele e (3) fé em sua justiça. Deus exalta os justos, dá-lhes a terra, dá-lhes um futuro (ou posteridade), livra-os e protege-os das tribulações e coroa-os com a vitória (“salvação”). No entanto, ele derruba os ímpios, mesmo quando parece que eles viverão para sempre. Os piedosos viverão para “ver” esse julgamento dos ímpios. O salmista conclui o salmo chamando os piedosos a olhar para o Senhor em busca de proteção, libertação e vitória. A ajuda é prometida àqueles que “se refugiam nele”. Ele é a “fortaleza” deles.

Salmos 37.38-40 Salvação. A questão principal aqui não é a regeneração, mas, sim, a santificação — o livramento diário do mal e da tentação, que Deus concede a seu povo. Confiam. O salmo conclui com o Deus de confiança, que lembra os crentes correndo como pintainhos para o abrigo das asas da ave-mãe (Sl 17.8; 36.7).

Salmos 37:34-40 (Devocional)

O fim dos justos

Os justos possuirão a terra como herança (Sl 37:9; Sl 37:11), mas esse tempo ainda não chegou. Portanto, eles são chamados a esperar por Deus (cf. Sl 37:7; Sl 37:9) e seguir o Seu caminho (Sl 37:34). Eles precisam de paciência. Eles estão esperando por Alguém para quem o tempo e a pressa não desempenham nenhum papel. Ele sabe o momento certo de agir e o fará naquele momento. Dele é a terra (Sl 24:1) e Ele é, portanto, Aquele que pode dar a herança. Ele então “exaltará” os justos “para herdar a terra”. Naquela época, os justos também serão testemunhas oculares do fato de que “os ímpios serão exterminados”.

No Salmo 37:35-36, Davi relata outra experiência que teve em sua vida a respeito de “um homem perverso e violento” (Salmo 37:35). Ele viu como esse ímpio prosperou. Em linguagem poética, ele descreve a prosperidade desse homem, comparando-o a “uma árvore frondosa”, espalhando-se “em seu solo natal”. Tudo parece ótimo e impressionante.

Mas a vida daquele homem “passou, e eis que já não existia” (Sl 37:36). Acabou abruptamente e radicalmente com ele. Davi ainda o procurou, “mas não foi encontrado”. É assim que acontece com os ímpios. Eles têm prosperidade, mas logo desaparecerão indetectáveis. Eles não perseveram no julgamento (Sl 1:5).

Este é um grande contraste com “o homem íntegro” e “o reto” (Sl 37:37). Davi aconselha os ouvintes a prestarem atenção naquele homem inocente. Eles podem aprender com seu exemplo, tirar coragem dele. Eles também devem contemplar “os retos”. Quão diferente é o fim daquele homem. Tal como acontece com os ímpios (Sl 73:17), também devemos observar o fim dos justos. Seu fim “terá prosperidade”. Ele morrerá em paz, entrará no reino da paz em paz na ressurreição e viverá mil anos em paz. Assim, podemos ver quem lidera os crentes, considerar o resultado de sua conduta e imitar sua fé (Hb 13:7).

Em contraste com isso, mais uma vez ele aponta para o fim dos transgressores e dos ímpios (Sl 37:38). “Os transgressores serão totalmente destruídos”, nada resta deles. Quanto aos ímpios, sua “prosperidade… será cortada”. O corte é feito por uma faca, a faca do julgamento. “Posteridade” é literalmente “fim”. Isso significa aqui que os descendentes dos ímpios também são eliminados.

Como conclusão final, Davi diz qual será a porção dos justos (Sl 37:39-40). Sua “salvação… vem do SENHOR” (Sl 37:39). Uma vez que a salvação vem do Senhor, não há dúvida de que ela certamente virá. E quando os justos, enquanto esperam pela salvação, estão em tempos de angústia, Ele é “sua força” durante esse tempo. Isso se refere ao remanescente crente no tempo da grande tribulação, que é chamado de “tempo de angústia de Jacó” (Jeremias 30:7). Ele os ajudará nessa aflição com Sua força.

O SENHOR os “ajudará” nesse tempo de angústia e eventualmente os “livrará” (Sl 37:40). Mais uma vez Davi diz que o Senhor “os livrará dos ímpios e os salvará”. Certamente podem contar com isso “porque nele se refugiam”. Isso significa que eles confiam Nele, o que remove todo desespero e dúvida.

Assim, este salmo deixa claro como o SENHOR purificará o povo durante a grande tribulação (Ml 3:2-3). Pode haver uma garantia ainda mais poderosa da bênção final dos justos? Não desapareceu toda preocupação e inveja da prosperidade dos ímpios? Quem quer trocar de lugar com os ímpios quando considera tudo isso?

O que o Salmo 37 me ensina sobre Deus?

O Salmo 37 é um salmo de sabedoria que nos ensina sobre o caráter de Deus e como podemos confiar Nele. Aqui estão algumas lições importantes que podemos aprender com este salmo:

Deus é justo: O salmista nos encoraja a não nos preocuparmos com os malfeitores, pois Deus os julgará no final. O salmista diz: “O ímpio trama contra o justo e range os dentes contra ele, mas o Senhor ri do ímpio, pois vê que seu dia está chegando” (versículos 12-13). Este versículo mostra que Deus é justo e fará justiça aos que praticam o mal.

Deus é fiel: O salmista nos encoraja a confiar na fidelidade de Deus, mesmo nos momentos de dificuldade. O salmista diz: “Confie no Senhor e faça o bem; habite na terra e seja amigo da fidelidade “(versículo 3). Este versículo mostra que Deus é fiel e confiável, mesmo quando enfrentamos desafios.

Deus é um provedor: O salmista reconhece que Deus provê para Seu povo. O salmista diz: “Fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado, nem seus filhos mendigando o pão” (versículo 25). Este versículo mostra que Deus é um provedor que cuida de Seu povo.

Deus é misericordioso: O salmista nos encoraja a ser misericordiosos, assim como Deus é misericordioso. O salmista diz: “O justo dá e não retém. Ele não tem medo de más notícias; seu coração está firme, confiando no Senhor. Seu coração está firme; não temerá, até que olhe triunfante para os seus adversários” (versículos 21-23). Este versículo mostra que Deus é misericordioso e devemos seguir Seu exemplo sendo misericordiosos com os outros.

Deus é soberano: O salmista reconhece que Deus está no controle de todas as coisas. O salmista diz: “Os passos de um homem são confirmados pelo Senhor, quando deleita-se em seu caminho; ainda que caia, não ficará prostrado, porque o Senhor lhe sustém a mão” (versículos 23-24). Este versículo mostra que Deus é soberano e pode guiar nossos passos mesmo em tempos difíceis.

No geral, o Salmo 37 nos ensina que Deus é justo, fiel, provedor, misericordioso e soberano. Ela nos encoraja a confiar em Deus e seguir Seus caminhos, mesmo quando enfrentamos desafios ou dificuldades.

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