Significado de Salmos 32

Salmos 32

O Salmo 32 é um salmo de confissão e ação de graças, que se acredita ter sido escrito pelo rei Davi depois que ele cometeu adultério com Bate-Seba e matou seu marido Urias. O salmo é dividido em três partes: as bênçãos do perdão, a agonia do pecado não confessado e a alegria da restauração.

Na primeira parte (Salmos 32:1-5), Davi fala da bem-aventurança do perdão, descrevendo como é feliz a pessoa cujos pecados são perdoados e cujas transgressões são cobertas. Ele reconhece a importância de confessar seus pecados a Deus e observa que, quando se calou, seus ossos se desgastaram e ele gemeu o dia todo. Mas quando ele confessou seu pecado e recebeu o perdão de Deus, experimentou uma sensação de alívio e liberdade.

Na segunda parte (Salmos 32:6-11), Davi fala da agonia que experimentou antes de confessar seu pecado e a contrasta com a alegria que sente agora após receber o perdão. Ele encoraja outros a confessarem seus pecados a Deus e a buscá-Lo enquanto se pode achar. Ele também observa que Deus é um refúgio e um esconderijo para aqueles que confiam nEle.

Na terceira parte (Salmos 32:11), Davi conclui o salmo com um chamado para se alegrar no Senhor e se alegrar, encorajando todos os que confiam nEle a gritar de alegria. Ele enfatiza a importância da fidelidade e retidão, observando que aqueles que andam nesses caminhos serão cercados pelo amor e favor de Deus.

No geral, o Salmo 32 é uma bela expressão das bênçãos do perdão, da agonia do pecado não confessado e da alegria da restauração. Ela nos encoraja a sermos honestos conosco mesmos e com Deus sobre nossos pecados, e a buscar Seu perdão e restauração.

Introdução ao Salmo 32

O Salmo 32, um salmo de sabedoria, é também um dos grandes salmos penitenciais. Acredita-se, geralmente, que este salmo — bem como o Salmo 51 — teve como inspiração uma resposta de Davi a Deus após seu infame caso com Bate-Seba (2 Sm 11). Uma das marcas de integridade das Escrituras é que tanto as fraquezas quanto os triunfos de suas personagens são ali relatados. A estrutura deste salmo é a seguinte: (1) louvor de gratidão pela bênção (v. 1,2); (2) relato da angústia do salmista antes de confessar a Deus seus pecados (v. 3-5); (3) lição para todos, com base na experiência do salmista com o Senhor (v. 6,7); (4) oráculo do Senhor falando sobre a vida reta (v. 8,9); (5) louvor final ao Senhor por Sua misericórdia (v. 10,11).

Comentário de Salmos 32

Salmos 32.1 Bem-aventurado, a mesma palavra que abre o livro de Salmos (1.1), significa feliz. O emprego deste termo é bem adequado tanto para o justo do Salmo 1 quanto para o pecador confesso deste salmo. Cujo pecado é coberto. O poeta descreve como Deus lida com o pecado de várias maneiras. O pecado pode ser afastado, que é o sentido básico da palavra perdoado, e coberto, que é o significado básico da palavra expiação.

Salmos 32:1–2 O perdão é concedido livre e graciosamente por Deus, independentemente de haver uma “transgressão”, “pecado” ou “iniquidade” (NVI, “pecado”). “Transgressão” (HB 7322) é um ato de rebelião e deslealdade; “pecado” (GR 2631) é um ato que perde – muitas vezes intencionalmente – a vontade expressa e revelada de Deus; e “iniquidade” (HB 6411) é um ato tortuoso ou errado, muitas vezes associado a uma intenção consciente e intencional de fazer o mal.

Três verbos expressam o caráter absoluto do perdão divino: (1) “são perdoados” (lit., “arrebatados”; HB 5951) é o ato de remoção do pecado, culpa e lembrança do pecado; (2) “são cobertos” (HB 4059) é o gracioso ato de expiação pelo qual o pecador é reconciliado e o pecado é uma questão do passado, de modo que o Senhor não o traz mais à tona; (3) “não conta” (HB 3108 e 3110) expressa a atitude de Deus para com os perdoados como “justificados”. A voz da sabedoria é ouvida na última frase, onde a bem-aventurança do perdão depende da integridade.

Salmos 32:1-2

Abençoado

O Salmo 32 é o segundo dos sete salmos penitenciais. Veja a introdução do Salmo 6, o primeiro salmo penitencial. Este segundo salmo penitencial é um encorajamento para os crentes virem a Deus com arrependimento, sabendo que Ele tem prazer em perdoar. O Salmo 32, porém, é mais do que um salmo penitencial: é também um salmo de sabedoria com instrução, ensino e ação de graças.

Este salmo, que trata da confissão de culpa e do perdão dos pecados, tem grande semelhança com o Salmo 51. Davi escreveu os dois salmos depois de seus graves pecados de adultério com Bate-Seba e do assassinato de Urias. Em ambos os salmos encontramos seu verdadeiro arrependimento e humilhação.

A base sobre a qual Deus pode perdoar pecados, isto é, a obra de Cristo, não é mencionada aqui. Isso não é revelado até o Novo Testamento. Os judeus no fim dos tempos, portanto, estarão familiarizados com isso.

Uma divisão do salmo:

Sl 32:1-2 a bênção da confissão de culpa.
Sl 32:3-5 fala o “especialista em experiência”.
Sl 32:6-7 a proteção de Deus após a confissão.
Sl 32:8 instrução e ensino sobre o caminho do crente restaurado.
Sl 32:9 advertindo para não ser rebelde.
Sl 32:10 legalidade.
Sl 32:11 chama à alegria todos os justos.

Em Romanos 4, esses dois versículos são citados como prova de que o perdão dos pecados ocorre independentemente da circuncisão e da lei, ou seja, sem obras (Rm 4:5-8). O perdão é baseado unicamente na fé. O salmista não diz: ‘Bem-aventurado aquele que guarda a lei.’ Não existem pessoas que guardam a lei, exceto o Senhor Jesus.

A citação em Romanos 4 deixa claro que esses versículos sobre o perdão também se aplicam ao crente do Novo Testamento, apenas no grau mais profundo e rico que vem com o conhecimento que esse crente tem da obra de Cristo.

Para “[um salmo] de Davi”, veja Salmo 3:1.

É “uma Maskil”, uma instrução ou um ensinamento. Davi dá “uma instrução”. Ele não faz isso como professor dando aulas teóricas, mas fala como ‘especialista por experiência’. A instrução está em hebraico como está escrito aqui maskil, que é uma instrução dos maskilim, que são os sábios que tornam os outros sábios. A palavra hebraica é derivada da palavra sakal que significa ‘ter insight’.

Serão os sábios, os maskilim, que no fim dos tempos darão discernimento a muitos para entender o tempo em que vivem (Dan 11:33; Dan 11:35; Dan 12:3; Ap 13:18). É um tempo de grandes provações do povo de Deus na terra. Os salmos-máscara também contêm instruções para nós, pois também passamos por provações e também vivemos no fim dos tempos (cf. Rm 15:4; 1Co 10:11).

Essas ‘instruções’, também chamadas de ‘poemas didáticos’, transmitem conhecimento, não de doutrinas, mas de experiências, de ensinamentos adquiridos na escola de Deus. Todo o livro dos Salmos trata disso, mas os salmos maskil tratam disso por excelência.

O Salmo 32 é o primeiro dos treze salmos maskil. Seis são de Davi (Salmos 32; 52; 53; 54; 55; 142), quatro dos filhos de Coré (Salmos 42; 44; 45; 88), dois de Asafe (Salmos 74; 78) e um de Etã (Salmo 89).

Este salmo, a título de exceção, não começa com um louvor ou vocação ao SENHOR, mas com uma menção ou mais ainda com a proclamação da beneficência do perdão (Sl 32:1). Isso, é claro, envolve o maior agradecimento a Deus, pois o perdão vem dEle. Encontramos aqui duas vezes a palavra “bem-aventurado” ou “feliz”, expressão que encontramos neste primeiro livro de Salmos no início de três salmos (Sl 1:1; Sl 32:1; Sl 41:1). No Salmo 1, trata-se da relação com Deus: obediência. Aqui, no Salmo 32, no meio do salmo, trata-se do crente: o perdão. No Salmo 41, final do livro de salmos, trata-se da atitude para com os outros: misericórdia.

Não é um elogio exuberante porque Davi tem uma consciência profunda do que fez. O israelita crente expressa por meio de Davi como é abençoado saber que os pecados são perdoados (literalmente: levados) e cobertos. Os pecados foram levados embora. Significa que Deus não vê mais os pecados e, portanto, não os imputa mais. Que isso também tem seu significado para o crente do Novo Testamento foi observado acima.

Davi usa três expressões para o que fez e pelo qual recebeu perdão: transgressão, pecado e iniquidade.

1. Transgressão é a violação de qualquer mandamento da lei e, portanto, rebelião contra a autoridade do Legislador.

2. O pecado é a iniquidade no sentido mais amplo, ou seja, o desrespeito a qualquer autoridade (1Jo 3:4). É uma atuação errada, geralmente deliberada. A palavra hebraica para pecado, chata’a, significa errar o alvo (Rm 3:23), é, consciente ou inconscientemente, não corresponder à vontade de Deus.

3. A iniqüidade é agir injustamente. É uma ação que é contrária ao que uma pessoa tem direito. Isso se aplica tanto a Deus quanto aos outros seres humanos, crentes ou incrédulos.

No Salmo 32:2, diz-se que Deus “não imputa iniqüidade”. Isso significa que não apenas os pecados são perdoados, mas a pessoa cujos pecados são perdoados é vista por Deus como não tendo cometido os pecados. A verdade completa disso só poderia ser conhecida após a morte e ressurreição do Senhor Jesus como a maravilha da justificação. Essa maravilha é tão grande que Deus dedica uma carta inteira da Bíblia a ela, ou seja, a carta aos Romanos.

Aquele cuja transgressão é perdoada, cujo pecado é coberto e a quem a iniquidade não é imputada, é aquele “em cujo espírito não há engano”. Uma confissão sincera carece do espírito de engano. Quem confessa os seus pecados viu-se à luz de Deus e diz a Deus «toda a verdade» sobre os seus pecados (cf. Mar 5, 33). Ele não escondeu nada; não há resíduo de pecado ao qual ele queira se apegar. Na mente, no pensamento daquele que assim tratou consigo mesmo na presença de Deus, realmente não há engano. Natanael é um exemplo de tal pessoa e do remanescente crente (João 1:47).

Salmos 32:2-5 Eu me calei. O silêncio era uma resistência teimosa em admitir a culpa, uma esperança de que, com o tempo, o pecado e seu castigo desaparecessem. Porém, quanto mais Davi adiava sua confissão, mais sofria. Ele percebeu que não eram somente sua consciência ou seus sentimentos que o atormentavam, mas a pesada mão de Deus (Sl 38.1,6-8). Quem quer que tenha saído ferido, o principal ofendido em qualquer pecado é sempre o Senhor. Tu perdoaste. As sequelas do pecado de Davi com Bate-Seba ainda permaneceram por algum tempo, apesar do perdão de Deus (2 Sm 12.13-20). Nesse momento, no entanto, a grande notícia era o perdão de Deus. O Senhor havia restaurado Seu relacionamento com Davi.

A descrição da angústia do sofrimento é comparada ao desgaste dos “ossos” e ao esgotamento da força física. A disciplina de Deus pesou tanto que o salmista quase sucumbiu sob sua pressão. A disciplina de Deus, como o clima quente e seco do verão mediterrâneo, seca o vigor do salmista como uma planta no calor do verão. Num espírito verdadeiramente arrependido, o salmista confessa seu pecado. Os três sinônimos de pecado associados a três sinônimos de perdão estão agora associados a três verbos de confissão: (1) ele “reconheceu” (HB 3359), (2) ele “não encobriu” (HB 4059) e (3) ele “confessou” (HB 3344).

Salmos 32:3-4

A Mão Pesada de Deus

O que é dito no Salmo 32:1-2 só pode e será dito por alguém que confessou seus pecados. Até o momento da confissão dos pecados, mantém-se o silêncio, ou seja, oculta-se o pecado (Sl 32:3). Não é um silêncio em geral, mas a escolha de não confessar deliberadamente o pecado.

Davi experimentou que o silêncio deliberado sobre seu pecado de adultério com Bate-Seba o paralisou; seu corpo, melhor: seus ossos, definhados (cf. Pro 17:22). Não há força para andar. Ele ficou calado com a boca, mas interiormente não há silêncio, mas houve “gemidos o dia inteiro”. Uma pessoa que está consciente de seus pecados não tem descanso.

Os sintomas podem ser diferentes conosco. Reconhecemos a teimosia de Davi em persistir e silenciar sobre o pecado dentro de nós. Também pode haver sintomas físicos em nós que são uma indicação de um defeito espiritual (1Co 11:30).

Durante o silêncio, ou seja, o silêncio sobre o seu pecado, a mão de Deus pressiona fortemente sobre tal pessoa “dia e noite”, ou seja, continuamente (Sl 32:4). Fala da intromissão de Deus com ele para trazê-lo à confissão e, assim, a si mesmo, em comunhão com ele. Sua “vitalidade foi drenada [como] com o calor febril do verão”, o que significa que de sua vida não saiu mais fruto para Deus.

Salmos 32:5

Confissão e Perdão

Então chega o momento da rendição. É o momento de descer do trono do orgulho seguido de humilhação diante de Deus com o reconhecimento do pecado. Rendição aqui significa confissão total, sem depreciação ou desculpas. O significado da palavra grega para confissão é ‘dizer a mesma coisa’, ou seja, ver e nomear o pecado da mesma forma que Deus o faz.

O silêncio é quebrado e o pecado é dado a conhecer a Deus. Claro, mesmo antes de Davi revelar seu pecado, Deus sabe de sua existência. Mas Deus quer que o pecador veja sua iniqüidade à plena luz da verdade e não mais se cale e a cubra. Quando o pecador não cobre mais o seu pecado, Deus cobre o seu pecado, como diz o Salmo 32:1.

Que o pecador confessa o seu pecado vê-se aqui do lado do confessor, que diz “eu disse”. Davi tomou uma decisão de vontade. Resolveu confessar suas “transgressões ao SENHOR” e o fez. Vemos a mesma coisa com o filho pródigo. Ele diz que vai se levantar e ir até o pai para confessar seus pecados. Ele o faz e é recebido de braços abertos por seu pai (Lc 15,17-20).

Davi pecou contra Urias, mas acima de tudo pecou contra Deus. Precisamos do perdão de Deus, não apenas dos homens. Se o pecador age como Deus diz, Deus também age: Ele perdoa a culpa do pecado (cf. 1Jo 1,9). Pela maneira como Davi coloca aqui, vemos que o perdão segue imediatamente a confissão. Mal o pecado foi confessado ou o perdão está presente. Há uma grande gratidão ressoando no que o pecador diz enfaticamente: “E Tu perdoaste a culpa do meu pecado”. Que alívio, que fardo cai dele.

É como o pai do filho pródigo que anseia pela volta de seu filho (Lucas 15:20). É assim que Deus anseia pela confissão dos nossos pecados, para que possamos voltar mais uma vez aos braços do nosso Deus e Pai.

Salmos 32:6–7 O salmista encoraja os “piedosos” a se aproximarem de Deus em sua afirmação da capacidade de Deus de proteger e livrar da adversidade. Mesmo em grandes adversidades, comparadas ao fluxo de água através dos limites estreitos de um wadi, o Senhor protegerá aqueles que buscam refúgio nele; ele é o “esconderijo” deles. Sua alegria pela libertação se expressa em gritos de alegria como tributo à fidelidade de Deus.

Salmos 32.6 Aquele que é santo. Com base em sua própria experiência, Davi orienta a congregação. Ela também poderá obter o perdão de Deus, se entrar na presença do Senhor com fé, como fez Davi.

Salmos 32.7 Este salmo possui mudanças rápidas e dramáticas. Após se dirigir à congregação, Davi fala diretamente a Deus: Tu és o lugar em que me escondo.

Salmos 32:6-7

Canções de Libertação

Quando a comunhão com Deus for totalmente restaurada dessa forma, isso terá um efeito direto na vida de oração dos “piedosos” (Sl 32:6). Davi aqui indiretamente comunica sua experiência a todos os que são piedosos e o encoraja a orar a Deus. Nesse contexto, essa exortação à oração significará principalmente confessar o pecado a Deus em oração. Num sentido mais amplo, significa que vamos orar para não cair no pecado, como aconteceu com Davi. O fato de Davi falar de um “piedoso” significa que se refere a um crente que vive separado (novamente) para Deus.

Oração é comunhão com Deus, cuja consequência certa é que “uma inundação de grandes águas… não alcançará” o crente que ora. O crente que ora e confessa seu pecado fica fora do alcance do inimigo. O inimigo perdeu o controle sobre ele. O que quer que o inimigo tente fazer para recuperar o controle do crente restaurado e orante, tudo falha. O crente que ora para ser guardado permanece firme quando tentações poderosas para pecar vêm sobre ele. Esta não é uma oração única, mas uma oração contínua, uma vida vivida em oração.

Devemos estar cientes de que podemos ser apanhados em qualquer transgressão (Gl 6:1). Se isso acontecer, a chave é confessar essa ofensa o mais rápido possível (cf. Is 55:6). Desde que seja o momento favorável, a pessoa pode apelar para a graça de Deus (2Co 6:2). Deus estabelece um limite para o tempo em que se deixa encontrar (Lc 19:44; Jr 46:17). Isso significa que a oração não será em vão, mas que Deus se deixará encontrar e responderá à oração e concederá o perdão! O pecado na vida provoca um rompimento com Deus, rompimento que só é reparado após a confissão.

Para o crente que percorre este caminho de confissão, Deus é um “esconderijo” do dilúvio das grandes águas de Sl 32,6, impedindo-as de alcançá-lo (Sl 32,7; cf. Ap 12,15-16). Ele é preservado por Deus de problemas. Ele pode estar em apuros, mas não perecerá nele.

Enquanto ele está cercado por inimigos que o incomodam, ele não vê esses inimigos, mas pessoas que cantam “cânticos de libertação” com e para ele. Aquele que fica impressionado com a libertação de seus pecados sentirá que toda a atmosfera ao seu redor está repleta de música do céu. Ele está cheio de felicidade por dentro e sente que tudo e todos ao seu redor compartilham dessa felicidade.

Salmos 32:8, 9 Instruir-te-ei. O orador novamente muda. Agora, o Senhor entra no salmo para falar a Davi e ao Seu povo. Exorta quem O ouve a não ser como um cavalo que não quer ir aonde o dono manda; que tem de ser disciplinado por causa de sua teimosia. Deus não quer colocar cabresto nem freio no Seu povo, como um animal de montaria. Espera que seus servos lhe respondam prontamente e por vontade própria.

Salmos 32:8 Há uma mudança repentina do encorajamento da proteção de Deus para a exortação a uma vida sábia (vv. 9–11) quando o salmista cita o Senhor, que prometeu instruir seus filhos , dar-lhes sabedoria e zelar por eles. O padrão de “três” é retomado na promessa de Deus de “instruir”, “ensinar” e “aconselhar”.

Salmos 32:9 Alguns animais devem ser freados para serem úteis. Deus dá liberdade aos piedosos no caminho da piedade. Eles se aproximam dele por um desejo pessoal de santidade. Aqueles que não se aproximam são como animais que precisam ser contidos.

Salmos 32.10, 11 O salmista apresenta agora um contraste entre as muitas dores do ímpio e a alegria do pecador perdoado. Conclama então os justos a se unirem a ele em louvor a Deus, por Sua maravilhosa misericórdia.

Salmos 32:10 Esta seção repete essencialmente a garantia da proteção e amor de Deus para aqueles que confiam nele. A exigência de “confiança” (HB 1053) é equivalente à expressão de confiança no Senhor. Os ímpios podem experimentar adversidades sem fim, enquanto os sábios experimentarão a constância do amor e proteção de Deus.

Salmos 32:11 O encorajamento para uma vida sábia termina com uma exortação à alegria. Os piedosos que estão atentos a todos os benefícios (perdão, proteção, orientação) do Senhor se alegrarão! Os benefícios são limitados aos “justos”, que são “retos de coração”.

Salmos 32:8-11

Orientação para o Caminho

Após o perdão, segue-se no Salmo 32:8 a promessa de Deus de que Ele instruirá e ensinará os Seus no caminho em que devem andar. As lições que aprendemos neste salmo se aplicam a todos os crentes que seguiram o caminho da confissão do pecado, que levaram essas sábias lições a sério.

Deus não envia o crente a caminho com um roteiro e depois se retira. Ele vai com ele e o “instrui” e “ensina” dessa forma com Sua sabedoria. Recebemos esta instrução e ensino no Novo Testamento a respeito de nosso caminho como membros da igreja (Fp 1:9-11; Colossenses 1:9-10).

Não é um caminho de sua própria escolha, mas “o caminho que você deve seguir”. Nós, crentes do Novo Testamento, sabemos que este caminho foi preparado de antemão por Deus, para que andássemos nele (Ef 2:10). Deus determina o caminho. Por esse caminho Ele dá instrução geral e ensino geral, mas também dá “conselhos” sobre situações práticas. Portanto, devemos sempre pedir conselhos a Ele quando escolhas devem ser feitas. Faremos isso se vivermos em ‘contato visual’ com Ele. Afinal, Seus olhos estão sobre nós. Isso significa que o Senhor está atento, que está cuidando de nós e cuidando de nós.

A comparação foi feita com o treinamento de um cão de caça. A natureza do cão é perseguir a presa assim que a vê. O treinamento do cão não está completo até que ele olhe pela primeira vez para o mestre antes de perseguir a presa. Ter contato visual com o Mestre é a marca de um crente maduro (cf. Sl 123:2; Lc 22:61).

Segue-se uma palavra de exortação. Pode ser que não deixemos que os olhos de Deus nos guiem porque não vivemos em contato visual com Ele. Então Ele deve nos tratar como animais rebeldes como um cavalo e uma mula (Sl 32:9). Ambos os animais precisam de freio e freio para serem contidos para que sigam o caminho que o motorista quer (cf. Tg 3:3). A lição é não ser teimoso como uma mula burra, mas escolher nos humilhar e confessar nossos pecados. Caso contrário, como o salmista e como uma mula, seremos disciplinados até aprendermos a lição.

Se Deus deve lidar conosco dessa maneira, não é o método de Sua preferência. No entanto, nisso vemos Sua graça, pois Ele assim nos impede de seguir um caminho errado e prejudicial. É uma forma negativa de orientação. A palavra ‘caso contrário’ não está no texto original. O significado é que “eles”, ou seja, as consequências de seguir um caminho errado, “não se aproximarão de você”, ou seja, não podem nos prejudicar.

Em Sl 32:10, os ímpios e os que confiam no SENHOR são contrastados. Ao fazê-lo, o leitor é apresentado com uma escolha. Quem escolhe o caminho dos ímpios escolhe muitas dores. Aquele que escolhe o caminho da confiança no SENHOR será cercado de “bondade”, o que significa que a benignidade de Deus é como um muro ao seu redor para que nenhuma calamidade possa atingi-lo. Bondade é chesed em hebraico. Implica que Deus é fiel à aliança, ou seja, que em Sua fidelidade à aliança Ele certamente concederá o perdão.

Os “justos” são chamados a se regozijar e se alegrar no Senhor (Sl 32:11). Se há alguém na terra que tem motivos para fazer isso, são os justos. Esses são os crentes que confessaram seus pecados e, portanto, receberam o perdão. As lições que eles levaram a sério individualmente unem seus corações para que agora possam cantar juntos canções de louvor ao Senhor.

Porque seus pecados foram perdoados, eles têm um Deus que os instrui, os ensina, os aconselha e os guia com seus olhos. Eles também têm uma esperança viva na perspectiva do cumprimento das promessas de Deus. Certamente isso deve encher o coração de alegria (Fp 3:1; Fp 4:4; 1Ts 5:16). Essa alegria deve ser expressa e não apenas acalentada no coração.

Um chamado é feito a “todos os que são retos de coração” para cantar com alegria. Esses retos de coração são aqueles em quem não há espírito de engano em seus corações. Eles honestamente e sinceramente confessaram seus pecados. Agora que receberam o perdão dos pecados, são chamados a mostrar sua alegria por meio de cânticos de louvor. Não é um chamado para agir com alegria, mas para realmente ser. É também um chamado para nós. Nós também temos todos os motivos para fazê-lo quando consideramos que nossos pecados foram perdoados e que recebemos tantas bênçãos, como proteção e orientação, além disso.

O que o Salmo 32 me ensina sobre Deus?

O Salmo 32 é um cântico de confissão e ação de graças que nos ensina várias coisas importantes sobre Deus. Aqui estão algumas lições importantes que podemos aprender com este salmo:

Deus perdoa: O salmista reconhece seus pecados e louva a Deus por perdoá-lo. O salmista diz: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, cujo pecado é coberto” (versículo 1). Este versículo destaca o fato de que Deus está disposto a nos perdoar quando confessamos nossos pecados e buscamos Sua misericórdia.

Deus é digno de confiança: O salmista nos encoraja a confiar em Deus e a recorrer a Ele em tempos de dificuldade. O salmista diz: “Você é um esconderijo para mim; tu me preservas dos problemas; você me cerca com gritos de libertação“ (versículo 7). Este versículo mostra que Deus é uma fonte confiável de ajuda e proteção.

Deus é gracioso: O salmista reconhece que a graça de Deus é o que nos permite experimentar o perdão e a salvação. O salmista diz: “Portanto, todo aquele que é piedoso ora a ti no momento em que te encontras; certamente no correr de grandes águas, eles não o alcançarão. Você é um esconderijo para mim; tu me preservas dos problemas; você me cerca com gritos de libertação “(versículos 6-7). Este versículo mostra que a graça de Deus está disponível para nós quando nos voltamos para Ele em arrependimento.

Deus deseja nossa honestidade: O salmista nos encoraja a sermos honestos conosco mesmos e com Deus sobre nossos pecados. O salmista diz: “Reconheci-te o meu pecado, e não encobri a minha iniquidade; Eu disse: ‘Confessarei as minhas transgressões ao Senhor’, e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado” (versículo 5). Este versículo mostra que Deus deseja que sejamos honestos com Ele sobre nossos pecados para que possamos experimentar Seu perdão e graça.

No geral, o Salmo 32 nos ensina que Deus é perdoador, confiável, gracioso e deseja nossa honestidade. Isso nos encoraja a nos voltarmos para Ele em arrependimento e a confiar em Sua misericórdia e proteção.

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