Significado de Salmos 27

Salmos 27

O Salmo 27 é um salmo de fé e confiança na proteção e salvação de Deus. O salmo é atribuído ao rei Davi e é dividido em duas partes: uma declaração de confiança em Deus (versículos 1-6) e uma oração por libertação e orientação (versículos 7-14).

Na primeira parte do salmo, Davi afirma sua confiança em Deus como sua luz, salvação e fortaleza. Ele expressa seu desejo de habitar na presença de Deus e buscar Sua face, mesmo em tempos difíceis. Davi declara sua confiança na proteção de Deus e sua fé de que verá a bondade de Deus na terra dos vivos.

Na segunda parte do salmo, Davi implora pela ajuda e orientação de Deus. Ele pede a Deus que não o abandone e o conduza no caminho certo, apesar da oposição de seus inimigos. Davi expressa sua confiança na fidelidade de Deus e pede a Ele que lhe ensine Seus caminhos. Ele conclui com uma declaração de confiança na bondade de Deus e um chamado para esperar pacientemente no Senhor.

No geral, o Salmo 27 é um salmo de esperança e confiança na proteção e orientação de Deus em meio aos desafios da vida. Encoraja os crentes a confiar na fidelidade de Deus e buscar Sua face, mesmo em tempos de angústia, sabendo que Ele é um refúgio forte e amoroso para Seu povo.

Introdução ao Salmo 27

O Salmo 27, um salmo de fé (Sl 23), começa com Davi afirmando a realidade de Deus em sua vida. O poema apresenta um forte desejo de viver na presença de Deus e chama a atenção para a necessidade permanente de o crente esperar no Senhor. Possui seis momentos: (1) determinação de não temer qualquer inimigo, em virtude da presença de Deus (v. 1-3); (2) desejo de viver na presença do Senhor (v. 4, 5); (3) afirmativa de louvor a Deus (v. 6); (4) oração pela continuidade da presença de Deus (v. 7-10); (5) oração pela continuidade da fé em meio de uma vida afligida (v. 11-13); (6) palavra de orientação (v. 14).

Comentário de Salmos 27

Salmos 27.1-3 Luz indica a libertação das trevas (Gn 1.3), símbolo bíblico do mal. A palavra salvação junto a luz significa luz salvadora (Sl 3.8). Para comerem as minhas carnes. Davi imagina seus inimigos como feras famintas prontas a destroçá-lo (Sl 10.8-10; 22.12-16).

Salmos 27:1–3 A confiança do salmista está no Senhor. Ele experimentou a presença do Senhor e a descreve como “luz” e “fortaleza”. “Luz” (GR 240) refere-se às experiências de “salvação” e à confiança na alegre e gloriosa vitória que Deus prometeu ao seu povo. O Senhor é “a luz” do seu povo (cf. 4,6; 18,28; 43,3; Jo 1,4.9; 8,12; 1Jo 1,5).

Além disso, Deus é comparado a uma “fortaleza” (GR 5057). Ele é a força de seu povo, provendo um lugar de refúgio para eles. O conhecimento íntimo da presença protetora de Deus dá confiança e afasta o medo. Por maiores que sejam suas adversidades, o salmista olha para a grandeza do Senhor em relação à insignificância de seus próprios problemas. Os “homens maus” são inimigos individuais em contraste com os inimigos nacionais. A oposição e a “guerra” direta não o tocam porque seu “coração” é fortalecido pelo Senhor.

Salmos 27:1-3 (Devocional)

Força no SENHOR

O Salmo 27 está ligado ao salmo anterior pelo desejo da morada de Deus (Sl 26:8; Sl 27:6). Ouvimos aqui o desejo do crente que confessou seus pecados (Salmo 25) e vai em integridade ao altar (Salmo 26) para habitar na casa do Senhor.

No Salmo 24 é levantada a questão: Quem subirá ao monte do SENHOR? O Salmo 25 fala de saudade do SENHOR e o Salmo 26 fala de amar a casa do SENHOR. O Salmo 27 fala sobre ficar na casa do SENHOR, onde você pode contar tudo a Ele. Você pode espalhar lá, como Ezequias, por assim dizer, as cartas ameaçadoras perante o Senhor (Is 37:14).

O salmista, que é um tipo do remanescente fiel de Israel, colocou sua confiança no Senhor no passado e Ele não se envergonhou dessa confiança (Sl 27:2). Agora que o perigo ameaça novamente (Sl 27:3) – profeticamente o rei do Norte, de quem Daniel e Isaías falam longamente –, o salmista, como Ezequias em Isaías 38, decide perseverar e colocar sua confiança no SENHOR (cf. Mar 9:24).

O salmista, ou o remanescente fiel, deseja não apenas permanecer na presença de Deus para servi-lo, mas também habitar com ele e meditar [literalmente inquirir] (Sl 27:4). Meditar indica que há um desejo de conhecê-lo melhor, quem ele é, quem operou a grande redenção, quão belo ele é.

Este salmo é lido pelos judeus todos os dias entre a Festa das Tendas e o dia da expiação, dez dias durante os quais os judeus se humilham diante de Deus. A humilhação é uma condição para se aproximar de Deus (Is 66:2).

O salmo pode ser dividido da seguinte forma:

1. Confiança (Sl 27:1-3).
2. Pedido (Sl 27:4-12).
3. Confiança renovada (Sl 27:13-14).

Para “[um salmo] de Davi” (Salmos 27:1), veja Salmos 3:1.

Davi começa este salmo expressando sua confiança no próprio Senhor (Sl 27:1). Ele o faz em vista de seus inimigos, pois fala de “medo” e “pavor”. Ele não teme ninguém, não porque o SENHOR lhe dê luz e salvação, mas porque o SENHOR é a sua “luz” e a sua “salvação” (cf. Mq 7,8).

Ele precisa de luz porque a escuridão está ao seu redor. Escuridão aqui significa sem a orientação e proteção do SENHOR, sem a coluna de fogo. Por “luz” podemos pensar na coluna de fogo no deserto (Êxodo 13:21-22; Neemias 9:12; Neemias 9:19). Conectado a isso está o que o Senhor Jesus disse: “Eu sou a Luz do mundo” (João 8:12). E nos Salmos, a luz está ligada à verdade (Sl 43:3) e à alegria (Sl 97:11) e é necessária para a salvação (Sl 18:27-28).

Ele precisa de salvação porque ele está em necessidade. Ele sente sua própria fraqueza e também vê a força do inimigo. A salvação significa que o Senhor o ajuda a passar por ela, cuida dele dia após dia (Sl 68:19), para que mesmo que seja fraco ou mesmo que o inimigo seja forte, ele chegará em segurança. Portanto, não são as trevas e a angústia que controlam o seu pensamento, mas o SENHOR. O mesmo vale para a “defesa da minha vida”. Em hebraico, “defesa da minha vida” significa literalmente “a fortaleza da minha vida” (cf. Sl 18:2; Sl 28:7).

Ele não tem forças em si mesmo para resistir aos adversários e permanecer vivo. O poder do mal é uma realidade; ele não fecha os olhos para isso. Mas isso não o paralisa, porque ele não compara o mal com suas próprias forças, mas com a força de Deus que protege sua vida. Ele vê o mal da presença de Deus e então tem paz e fica sem medo no meio do mal (cf. Rm 8, 35-39).

Ele se lembra de uma situação em que malfeitores o atacaram (Sl 27:2). Essas pessoas queriam devorar sua carne, indicando que vinham até ele como feras selvagens e chorosas. Eles eram seus “adversários” e seus “inimigos”. Os adversários são homens do seu próprio povo (cf. Sl 27,12), os inimigos vêm de fora do povo.

Então ele viu como eles próprios “tropeçaram e caíram”. Foi assim que Deus ajudou então. É por isso que não há medo em seu coração agora, mesmo que um exército se acampe contra ele e uma guerra surja contra ele (Sl 27:3). Temos um exemplo disso em Isaías 36-37. Ele simplesmente confia no SENHOR. Em quem mais?

Sua confiança diz respeito ao presente (Sl 27:1), ao passado (Sl 27:2) e ao futuro (Sl 27:3; cf. Hb 13:8). Esta confiança é posta à prova (Sl 27:4-12) e não envergonhada, mas fortalecida e renovada (Sl 27:13-14).

Profeticamente, é sobre o tempo da grande tribulação, quando adversários dentro de seu próprio povo – o anticristo e seus seguidores, isto é, a massa incrédula do povo – oprimem o remanescente crente. Os inimigos de fora do povo (os assírios) sitiarão o remanescente fiel no final da grande tribulação e farão guerra contra eles. Eles serão roubados de toda a luz. Mas então eles olham para cima e veem o SENHOR ali. Ele dá luz, sim, Ele é luz (veja Sl 27:1), naquele período escuro. A consequência imediata é que Ele também é a salvação deles. Ele fará com que cheguem em segurança ao reino da paz.

Esses versículos são particularmente aplicáveis à confiança inabalável do Senhor Jesus quando Ele é levado cativo para ser condenado e crucificado. Quando eles vêm para levá-lo cativo, Ele diz: “Esta hora e o poder das trevas são seus” (Lucas 22:53). Mas Deus é a Sua luz. Deus também é a Sua salvação, pois Ele sabe que Deus o salvará da morte (Hb 5:7). Ele vai até a multidão que vem para levá-lo cativo sem medo e sem ansiedade. Quando Ele chama Seu Nome, “eu sou” ou eu sou o SENHOR, o EU SOU O QUE EU SOU, eles caem (João 18:6; Êxodo 3:14).

Salmos 27.4, 5 A expressão morar na casa do Senhor exprime o desejo de Davi de estar sempre mais perto da presença de Deus. A formosura do Senhor fala da natureza agradável de Deus. O nome Noemi, no livro de Rute, está ligado à palavra hebraica para beleza, formosura.

Salmos 27:4 O anseio do salmista pelo templo de Deus expressa a intensidade de sua busca pelo próprio Deus (cf. v.8; Mt 6,33). Ele deseja habitar no templo de Deus pelo resto de sua vida e “contemplar” a beleza do Senhor e “procurar” (indagar) por ele. A “beleza” do Senhor é seu favor para com os seus.

Salmos 27:5 O salmista busca o Senhor em seu “dia de angústia”, seja ele qual for. Ele espera encontrar proteção para si mesmo e para seu povo na “morada” de Deus, ou seja, o “tabernáculo”. Com a certeza de que está nas mãos protetoras de Deus, ele compara ainda mais essa proteção a ser colocado “no alto de uma rocha”. Deus é aquela rocha para aqueles que confiam nele.

Salmos 27:6 Confiante no cuidado e na ajuda de Deus nas dificuldades, o salmista antecipa a vitória sobre aqueles que perturbaram o povo de Deus. Ele jura sacrificar ao Senhor para expressar sua devoção, enquanto canta um hino ao seu Deus. Sem dúvida, ele proclama os poderosos atos da redenção de Deus em seus “gritos de alegria” e canções, em antecipação à vitória. Suas expressões de lealdade resultam de um coração confiante.

Sacrifício de júbilo é a oferta sacrificial que os crentes levam a Deus para celebrar as bênçãos que Ele lhes concede (Hb 13.15).

Salmos 27:4-6 (Devocional)

Morada de Deus

O medo (Sl 27:3) pode ser paralisante. Vemos isso com Pedro na tempestade (Mateus 14:30). A resposta é “uma coisa” (Sl 27:4) que é: permanecer fiel ao Senhor com, como literalmente diz, propósito de coração (Atos 11:23). Embora o perigo seja grande, como mostra a segunda metade do salmo, o salmista não começa, como em alguns outros salmos, com um grito de socorro, mas com um cântico de confiança (cf. 2Cr 20,21-22).; Atos 16:22-25).

Davi conheceu o Senhor como sua luz e salvação por meio de sua libertação de seus malfeitores (Sl 27:1-3). Isso não faz com que ele desfrute de seu descanso agora, mas produz nele um desejo e uma atividade. Ele deseja fortemente habitar na casa do SENHOR e contemplar Sua beleza e meditar em Seu templo. “Eis” significa que ele anseia pelo próprio Deus; “meditar” significa que ele anseia pelo conhecimento da vontade de Deus. Sua permanência no templo também é sua maior segurança contra os inimigos que buscam sua queda.

Esta é a única coisa, “uma só coisa”, que ele deseja, e isso para “todos os dias da minha vida” (cf. Sl 23,6). Esta é a “exclusividade” da fé. Exclui todo o resto. Tudo o mais é visto como perda e lixo (cf. Fp 3:8). Apenas esta “uma coisa” é importante.

Muitos crentes não estão satisfeitos com ‘uma coisa’. Eles acham que isso é muito tacanho. Você tem que olhar de forma mais ampla; afinal, há mais para desfrutar. Mas o que há para desfrutar além da beleza de Deus, Sua grandeza e todas as Suas características graciosas que experimentamos cada vez mais enquanto vivemos com Ele? Que crente não quer saber mais e mais sobre isso?

No entanto, assim que acrescentamos algo além de Cristo para dar nossa atenção, não estamos mais satisfeitos com ‘uma coisa’. ‘Uma coisa’ exclui todo o resto. A escolha não é difícil se considerarmos que esta ‘uma coisa’ também dá perfeita satisfação à vida. Tudo o que adicionamos diminui essa satisfação.

Existem mais histórias que nos mostram a importância de “uma coisa”. O Senhor Jesus diz de Maria que ao sentar-se aos Seus pés ela fez “uma coisa” que é necessária e que assim ela escolheu a boa parte (Lc 10:39; Lc 10:42). O cego de nascença, quando começa a ver, sabe “uma coisa” (João 9:25); ao jovem rico falta “uma coisa” (Lucas 18:22; Marcos 10:21); há apenas “uma coisa” que Paulo faz (Filipenses 3:14).

O santuário é um abrigo no qual Deus faz com que o crente se refugie e o proteja “no dia da angústia” (Sl 27:5). A palavra “por” explica por que ele não pede julgamento sobre seus inimigos. Ele poderia fazer isso, mas novos inimigos se apresentarão. Em vez disso, ele está no abrigo de Deus, que fornece segurança contra todos os inimigos presentes e futuros.

Davi chama o santuário de “Seu tabernáculo” ou “Seu abrigo”. É uma simples cabana de quatro colunas com teto de folhas, na qual quem trabalha no campo pode se proteger do calor do sol (Is 4,6). É também um lugar onde Deus o esconde “no esconderijo da sua tenda”. Esta é a parte privada da tenda. Indica que o lugar de segurança é também um lugar de intimidade pessoal com Deus, onde ninguém mais está presente. Por fim, Davi diz que Deus o ergueu “sobre uma rocha”. Nenhum inimigo pode alcançar esse lugar ou fazê-lo vacilar.

Também encontramos esse aspecto com o remanescente fiel de Israel no tempo do fim. Eles encontrarão refúgio do mal com Cristo. Para isso Ele os levará a um lugar seguro e ali os sustentará e suprirá com o que precisam (cf. Ap 12,13-14).

Por causa da segurança e proteção, Davi pode levantar a cabeça acima de seus inimigos que o cercam (Sl 27:6). ‘Levantar a cabeça’ é uma metáfora para ‘obter a vitória’ (cf. Sl 3:3; Sl 110:7). Os inimigos podem cercá-lo, mas ele está com seu Deus e, portanto, acima deles. Eles não podem fazer nada com ele, não podem alcançá-lo, não importa o quanto rugam e se enfureçam.

Em seguida, Davi não olha mais para eles, mas para Deus. Ele expressa sua confiança no livramento total ao dizer que oferecerá sacrifícios de louvor e ação de graças na tenda de Deus, o tabernáculo. Ele o fará “com gritos de alegria”. O esconderijo torna-se um lugar de louvor alto e aberto. De todo o seu coração ele canta, sim, ele canta salmos ao SENHOR.

Salmos 27.7-13 Em todo este salmo, buscar a presença de Deus (Sua face) é o maior objetivo do salmista. Os adversários podem dissuadir o justo de buscar a presença de Deus, mas o salmista quer estar em Sua presença ainda nesta vida — na terra dos viventes.

O humor muda repentinamente. A profundidade da ansiedade é expressa em “ouvir minha voz”, “seja misericordioso comigo”, “não esconda seu rosto” e “não se vire... Não rejeite.” A linguagem repetitiva comunica a intensidade da busca da alma e a grandeza de sua necessidade. Ele está orando por libertação imediata da adversidade. Os fundamentos de sua oração são o nome da aliança do Senhor, a devoção do salmista ao seu Deus amoroso, os atos da lealdade passada de Deus como o “ajudador” e Salvador, e o relacionamento Pai-filho.

Através de sua oração, o salmista desenvolve um senso mais profundo de dependência do Senhor. A adversidade muitas vezes se disfarça como falta de interesse de Deus ou raiva total. Quando Deus esconde seu rosto, ele remove suas bênçãos. Mas o salmista sabe que o Senhor é seu Pai celestial. Ele procura a intimidade de um relacionamento com seu Pai no céu, mesmo na experiência da ira de Deus; ele espera que o Senhor o “receba”.

Tendo orado pela misericórdia de Deus e em comunhão com o Senhor, o salmista espera que novamente desfrute da proteção de Deus. O “caminho reto” significa que todos os obstáculos foram removidos. Somente o Senhor pode tirar o salmista e o povo de Deus de sua angústia e conduzi-los à segurança. O salmista também ora pela vitória sobre os inimigos. Se Deus está com seu povo, nenhuma força é suficientemente poderosa para se opor a eles. A questão é qual “desejo” será atendido: o do salmista ou de seus inimigos? De acordo com 41:2, o Senhor protege os seus e não os entrega “à vontade dos [seus] inimigos”. A submissão do salmista à orientação de Deus contrasta com a “violência” dos ímpios.

Salmos 27:7-10 (Devocional)

Buscando a Face de Deus

Salmos 27:7-12 são uma elaboração de Salmos 27:4. Ele alterna entre a oração (Sl 27:7; Sl 27:9; Sl 27:11) e os motivos da oração (Sl 27:8; Sl 27:10; Sl 27:12). Em Sl 27:7-10, ouvimos o crente clamando a Deus por ajuda e esperando que ela venha. A confissão de confiança na fé de Sl 27:1-6 agora é severamente testada. A fé brilha, mas o teste deve provar se é ouro verdadeiro ou ouro falso.

A convicção de que o Senhor ajuda não torna desnecessária a oração por ajuda. Pelo contrário, a necessidade disso será sentida ainda mais. Ele também conhece Deus como um Deus que está zangado com o pecado e, portanto, apela à Sua graça (Sl 27:7). Ele sabe que uma resposta não pode ser dada com base em nenhum mérito próprio, mas apenas com base na graça de Deus. Ele implora por uma resposta.

A ordem de Deus para buscar Sua face ressoa no coração do crente (Sl 27:8; Sl 24:6; cf. Dt 4:29). É, por assim dizer, um ‘mandamento da graça’ fazer isso. Ao mesmo tempo, também é um privilégio poder fazê-lo. Davi busca a face de Deus e pergunta se Deus não esconderá Sua face dele (Sl 27:9). Ele leva em consideração que Deus pode rejeitá-lo com raiva, porque ele percebe que não é digno porque houve coisas em sua vida sobre as quais Deus está zangado. Ele se autodenomina “Teu servo”, o que dá ênfase à sua atitude humilde para com Deus.

Ele também lembra a Deus que Ele foi sua ajuda no passado. Certamente então Deus não o abandonará e o abandonará, certo? Ouvimos ao se dirigir a Deus com as palavras “Ó Deus da minha salvação” com que intensidade ele clama a Deus e apela à Sua salvação.

As mais queridas relações terrenas de cuidado são finitas (Sl 27:10; cf. Is 49:15). Eles não podem fornecer a garantia de confiabilidade inabalável e duradoura. Os pais de Davi não o deixaram literalmente, pois ele mesmo os deixou e depois os levou ao rei de Moabe (1Sm 22:3-4). Abandonado aqui tem o significado de ‘não ser capaz de ajudar’. Se pai e mãe não podem ser apelados, a fidelidade de Deus permanece. Ele garante aceitar qualquer um que espera dele a sua salvação. Levar aqui significa levantar uma criança para ajudá-la ou confortá-la (cf. Ex 19:4).

Salmos 27:11-12 (Devocional)

Os inimigos

Davi pede a Deus que lhe ensine Seu caminho, ou seja, que Ele o instrua em Seus mandamentos (Sl 27:11). Ligado a isso, ele pergunta se Deus o conduzirá “por um caminho plano”, isto é, um caminho no qual não há perigo de tropeçar porque os obstáculos foram removidos (cf. Sl 26, 12). Ele sabe que só está trilhando o caminho certo quando Deus o guia. O caminho da fé é um caminho pavimentado para aqueles que vivem de acordo com a Palavra de Deus. Davi pergunta isso porque os inimigos, seus assaltantes, estão à espreita para ver se ele se desvia do caminho, do caminho de Deus, dos mandamentos de Deus, para depois atacá-lo.

A pressão dos inimigos é grande (Sl 27:12). Davi conhece o desejo de seus adversários. São as “falsas testemunhas” que se levantaram contra ele e o acusam de todo tipo de maldade. Eles “expiram violência”, o que significa que querem matá-lo violentamente. Reconhecemos isso no julgamento do Senhor Jesus. Falsas testemunhas se levantaram contra Ele. Eles foram deliberadamente procurados pelos acusadores (Mateus 26:59).

Salmos 27:13–14 O salmo conclui com uma nota triunfante. Apesar de suas dificuldades, o salmista está fortemente convencido de que o Senhor virá em socorro de seu povo. Ele acredita que provará a “bondade” de Deus (GR 3206) em comunhão, proteção, orientação e vitória. “A terra dos vivos” denota “vida” na terra contra o estado de morte. As palavras de encorajamento são reminiscentes das palavras de Moisés a Josué (Dt 31:7), da comissão de Deus a Josué (Js 1:6, 7, 9, 18) e das palavras de Josué ao povo (10:25). A história da redenção não terminou com a Conquista. Continua enquanto o povo de Deus “esperar no Senhor” e fazer a sua vontade.

Salmos 27.14 Espera no Senhor demonstra uma expectativa confiante. A palavra hebraica para esperar significa, na verdade, ter esperança. Ter esperança em Deus é esperar por Sua ação em Seu tempo propício (Sl 40.1; Is 40.31).

Salmos 27:13-14 (Devocional)

Espera no SENHOR

A confiança de Davi foi testada (Sl 27:7-12), foi purificada e se revelou ouro. Salmo 27:13 segue com uma renovada confissão de fé. Ele não pode imaginar o que seria dele se não tivesse confiado na bondade do Senhor.

Ele sabe que somente “a bondade do SENHOR” o manteve “na terra dos viventes” (Sl 27:13; cf. Sl 52:5; Is 38:11). Se ele não tivesse acreditado nisso, então, sim, o quê? Ele não completa a frase. As palavras entre colchetes indicam que essas palavras não aparecem no texto raiz. Pode-se dizer que, caso contrário, ele teria se desesperado, como é feito aqui, mas essa interpretação tira algo do poder da fé na bondade do SENHOR, na qual toda ênfase é colocada. É apenas devido à sua fé que ele ainda está vivo. Demonstra que a fé confiança jamais será envergonhada.

Aqui, profeticamente, ouvimos a fé do remanescente no fim dos tempos. Durante os julgamentos que vêm sobre a terra, sua confiança permanece inabalável. Parece que eles estão na terra da morte, mas é a terra dos vivos. Há confiança e, portanto, paciência.

Portanto, o crente pode esperar em Deus em todo o tempo na certeza de que Ele fortalecerá seu coração (Sl 27:14). Agora que o salmista experimentou que sua fé não foi envergonhada, ele pode exortar outros a fazerem o mesmo que ele.

Parece que Davi está dizendo isso para si mesmo, se exortando com isso. A exortação para esperar por Deus é feita duas vezes neste único versículo, tornando a exortação ainda mais urgente. É um encorajamento para ter uma poderosa confiança em Deus, para ser forte Nele. Então, em resposta, Ele fortalecerá seu coração, dando-lhe a paz e a certeza de que Ele ajudará.

O que o Salmo 27 me ensina sobre Deus?

O Salmo 27 é uma oração de fé e confiança na proteção e salvação de Deus. Ela nos ensina várias coisas importantes sobre Deus:

Deus é luz e salvação: O salmista declara: “O Senhor é minha luz e minha salvação; a quem temerei?” ( versículo 1). Isso fala da capacidade de Deus de nos guiar e nos salvar de todos os nossos medos e problemas.

Deus é fortaleza e refúgio: O salmista continua: “O Senhor é a fortaleza da minha vida; de quem terei medo?” ( versículo 1). Isso fala do papel de Deus como nosso protetor e refúgio, que nos protege do mal e do perigo.

Deus é um Deus que ouve e responde a oração: O salmista pergunta: “Ouve, ó Senhor, quando eu clamo, tem misericórdia de mim e responde-me!” ( versículo 7). Isso fala da disposição de Deus de ouvir nossas orações e de nos responder quando o invocamos.

Deus é um Deus de orientação e direção: O salmista pede a Deus que “me guie por um caminho plano por causa dos meus inimigos” (versículo 11). Isso fala do desejo de Deus de nos guiar no caminho que devemos seguir e de nos proteger de nossos inimigos e adversários.

Deus é um Deus de bondade e fidelidade: O salmista declara: “Creio que verei a bondade do Senhor na terra dos viventes” (versículo 13). Isso fala da bondade e fidelidade de Deus para com seu povo, e nossa necessidade de confiar nele para todas as nossas necessidades e desejos.


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