Significado de Salmos 26

Salmos 26

O Salmo 26 é um salmo de confiança e devoção, escrito por Davi. Neste salmo, Davi expressa sua confiança na justiça de Deus e seu desejo de viver uma vida sem culpa.

Davi começa pedindo a Deus que o justifique e examine seu coração e sua mente. Ele declara que viveu uma vida irrepreensível e confiou em Deus sem vacilar. Ele também expressa seu desejo de se separar dos pecadores e evitar a companhia dos ímpios.

Davi então pede a Deus que tenha misericórdia dele e o redima de seus problemas. Ele reconhece que sua única esperança está na graça e na justiça de Deus e expressa seu desejo de oferecer ações de graças e louvor a Deus.

Nos versos finais do salmo, Davi declara seu amor pela casa de Deus e seu desejo de adorá-Lo com um coração agradecido. Ele pede a Deus que seja misericordioso com ele e o preserve em sua integridade.

No geral, o Salmo 26 é uma bela expressão da confiança do crente na justiça de Deus e seu desejo de viver uma vida sem culpa. Enfatiza a importância de separar-se do pecado e dos ímpios, e a necessidade de um coração agradecido e adorador. Ela nos encoraja a confiar na misericórdia e na graça de Deus e a viver uma vida que agrada a Ele.

Introdução ao Salmo 26

O Salmo 26 é um salmo de lamentação em que há um protesto de inocência (Sl 17; 35; 43; 69). Ele assim se desenvolve: (1) prece pela redenção (v. 1, 2); (2) afirmação de integridade (v. 3-5); (3) voto de louvor (v. 6-8); (4) prece de discriminação (v. 9, 10); (5) afirmação de integridade (v. 11, 12).

Comentário de Salmos 26

Salmos 26.1, 2 Julga-me. A palavra hebraica para julgar geralmente significa exercer julgamento; mas aqui ela quer dizer declarar que é justo. Minha sinceridade. Esta é a oração de um pecador perdoado, que está vivendo no temor de Deus, mas cuja vida tem sido flagelada por males que não merece. Os meus rins e o meu coração referem-se ao mais íntimo da pessoa.

Salmos 26:1–3 Para que Deus “vindique” (GR 9149), alguém deve declarar que seu servo é inocente e se vingar dos ímpios. Em seu próprio coração, o salmista sabe que andou com Deus em integridade. Ligada a esta oração por vindicação está uma petição para que Deus examine seus recessos mais profundos e íntimos, seu “coração” e “mente”. O salmista se oferece completamente para um exame total e deseja a aprovação divina. Assim, a vindicação não é primariamente uma expressão da justa ira e indignação de Deus contra os ímpios, mas uma palavra tranquilizadora de Deus.

O salmista acredita que Deus o motivou e o capacitou a andar na verdade de Deus com integridade de coração. A presença de Deus é para ele uma experiência autêntica. Ele não é um homem de autoconfiança, pois confiou “no SENHOR”. “Sem vacilar” e “continuamente” descrevem o tipo de confiança que o salmista tem em seu Deus.

Salmos 26:4–5 Em sua devoção ao Senhor, o salmista demonstrou ódio ao mal de qualquer forma. Ele não “se senta” (cf. 1:1) com pessoas más — descritos como “homens enganadores” (GR 8736; ie, pessoas que se entregaram à busca da vaidade), “hipócritas” (GR 6623; i.e., aqueles cujos caminhos e motivos estão ocultos dos outros) e uma “assembleia de malfeitores”.

A assembleia de malfeitores está em total contraste com a “grande assembleia” do v. 12. A palavra “assembleia” (GR 7736) muitas vezes denota Israel como a “congregação” do Senhor (cf. Êx 12:6; Lv 16:17; Nm 14:5; et al.). Entretanto, dentro do povo de Deus havia um segmento que recusava lealdade ao Senhor. Eles estabeleceram uma “assembleia” dentro de uma assembleia, aqueles que estavam realmente separados do Senhor. O salmista afirma seu ódio ao mal e sua completa dissociação dele.

Salmos 26.3-5 Tua benignidade. O amor fiel (Sl 13.5) de Deus é foco recorrente do livro de Salmos. Não me tenho assentado. Tal como na descrição de retidão em 1.1, Davi declara que não tem parte com os perversos ou idólatras. Em lugar disso, busca constantemente ao Senhor.

Salmos 26:1-3

Declaração de Integridade

No Salmo 25 e no Salmo 26, encontramos algo semelhante ao que encontramos no Salmo 5 e no Salmo 6. No Salmo 5, descobrimos que o remanescente crente reconhece sua condição pecaminosa à luz de Deus, enquanto no Salmo 6 o remanescente apela à sua justiça., às suas ações justas. Isso não está em conflito um com o outro. É verdade.

O Salmo 25 termina com o desejo do salmista de ser íntegro e reto (Sl 25:21). No Salmo 26, o salmista também começa e termina com um testemunho de sua integridade (Salmos 26:1 e Salmos 26:11).

No Salmo 25, o remanescente se vê à luz de Deus e confessa seus pecados, enquanto no Salmo 26 eles testificam de sua inocência. Eles o fazem com base no perdão de seus pecados, o que os capacita a vir a Deus, à Sua casa (Sl 26:6-8). O Salmo 26 é o primeiro salmo de uma série de cinco salmos nos quais a casa de Deus tem um lugar importante (Salmos 26-30).

Para “[um salmo] de Davi” (Salmos 26:1), veja Salmos 3:1.

O salmo é uma oração de redenção (Salmo 26:11), que aqui significa ‘me absolva’. Davi pede ao Senhor que o justifique ou julgue (Sl 26:1). Ele está pedindo uma decisão judicial. Ele quer uma declaração de inocência sobre as falsas acusações feitas contra ele por seus inimigos. Ele dá a razão de estar seguindo seu caminho em sua integridade (Sl 26:11). Isso não é uma presunção nem uma declaração de impecabilidade. Está aqui em defesa contra falsas acusações. Paulo disse algo semelhante (1 Tessalonicenses 2:10).

Davi confessou seus pecados e recebeu perdão. Ele caminha, para colocar em termos do Novo Testamento, na luz (1Jo 1:7) e tem comunhão com Deus. Ele confia no SENHOR. Ele tem certeza de que não vacilará porque confia no Deus inabalável.

Um crente não quer esconder nada de ninguém que ama e, portanto, certamente não de Deus. Davi não tem nada a esconder. Ele não se defende das falsas acusações com fortes juramentos, de que nada disso é verdade, mas se refugia em Deus. Podemos tomar um exemplo de Davi. Leva-o a Deus com o desejo de examiná-lo, prová-lo e testá-lo (Sl 26:2).

“Examinar” – hebraico bahan – significa examinar a qualidade, por exemplo, metais; isso envolve integridade. “Tentar” – hebraico nasa – significa verificação de genuinidade. “Testar” – hebraico sarap – significa derreter, purificar; isso envolve a remoção de impurezas.

Ele se coloca à disposição para um interior profundo – para o qual a “mente” [literalmente “rins”, figurativo para o homem interior] e o “coração” apontam – exame pelo SENHOR. O salmista não se preocupa apenas com o julgamento de suas ações, mas também com os pensamentos, motivações e sentimentos por trás delas. Ao fazê-lo, o salmista pede ao Senhor que o sonde profundamente (cf. Sl 139, 23).

Devemos fazer o mesmo. Deus pode julgar, não os inimigos, mas nós. A linguagem figurativa usada é a do metal precioso colocado numa fornalha de fusão para testar sua pureza.

Ele quer estar completamente aberto a Deus. Ele diz isso com ousadia porque mantém em mente a benignidade de Deus, isto é, a fidelidade da aliança do Senhor (Sl 26:3). Ele pode fazer isso porque caminha na verdade de Deus (cf. 2Rs 20,3; 3Jo 1,4). Uma das primeiras características do temor a Deus é o desejo de saber o que é a verdade e de viver por ela.

A verdade aqui é a fidelidade de Deus e Seus mandamentos. Não é ‘conhecer a verdade’, pois a verdade não consiste apenas em doutrinas, como às vezes pensamos. Quem anda na verdade sabe que sobre ele repousa o deleite de Deus. A ênfase está na caminhada, ou seja, na prática da vida. Esta vida é focada na benignidade ou na fidelidade da aliança de Deus. É o desejo de Davi viver de tal maneira que continue assim. É por isso que ele anseia por esse exame de Deus.

Salmos 26.6-8 Ao redor do teu altar. O centro deste salmo é o desejo de adorar a Deus de toda a alma. Neste aspecto, o poema compartilha do espírito do Salmo 15. O lugar onde permanece a tua glória. O local onde Deus escolheu revelar Sua glória ao Seu povo. Os sacerdotes intercediam pelas pessoas com os sacrifícios necessários. Hoje, o lugar santíssimo é na presença de Deus, onde nosso Salvador defende nossa causa (Hb 7.25).

Salmos 26:6 O salmista reflete sobre sua alegria em participar da adoração a Deus e afirma que na integridade de seu coração ele tem o privilégio de se aproximar de Deus. “Lavar minhas mãos na inocência” não precisa se referir ao ritual de lavar as mãos (cf. Êx 30:18-21), mas pode expressar pureza de coração (cf. 73:13) ou uma declaração de inocência (cf. 24: 4; Mt 27:24).

Salmos 26:7 Apesar de seus problemas, o salmista espera trazer suas ofertas de devoção, enquanto proclama a seus companheiros de adoração os atos de bondade de Deus. Seu “louvor” (GR 9343) consiste em palavras de agradecimento pelo que o Senhor fez. O motivo dessa ação de graças é a história da salvação da qual participa o salmista.

Salmos 26:8 A preocupação do salmista com integridade, devoção e louvor flui de um coração cheio de “amor” pelo Senhor e pela casa de Deus. “A casa” é mais do que tijolo e argamassa: o Santo de Israel vive no meio do seu povo. Ele fez sua “glória” habitar entre seu povo (Êx 40:34–35; 1Rs 8:11).

Salmos 26:4-8

Provas de Integridade

Davi prova sua integridade apontando, por um lado, sua separação dos pecadores (Sl 26:4-5) e, por outro, seu amor a Deus e à Sua casa (Sl 26:6-8). Parece que Davi foi acusado de manter contato próximo com pessoas perversas e, como resultado, teria se tornado infiel a seu Deus. Ele não reivindica a perfeição, mas pede a absolvição dessas imputações, enquanto aponta para seu amor por Deus e Sua casa.

Davi não quer nada com homens enganadores e impostores (Sl 26:4). Ele não quer se sentar com eles ou ir com eles (Sl 1:1; Jr 15:17). Quem anda em integridade não quer. Homens enganosos são pessoas que não são íntegras e nem honestas; eles são fanfarrões imprudentes e não confiáveis. É impensável que ele pudesse sentar-se com eles, como se estivesse confortável com eles. Os pretendentes são os hipócritas, pessoas com planos ocultos e depravados. Eles parecem ser amigos, mas querem prejudicá-lo da maneira mais grosseira.

Em vez de amor pelos “ malfeitores” haverá ódio por fazer parte de sua “assembleia” (Sl 26:5). Os malfeitores são uma companhia separada no povo de Deus. Eles não têm em mente o bem do povo de Deus, mas se propõem a fazer o mal a esse povo. Ele também não “se senta com os ímpios”. Ele não quer se envolver com eles de forma alguma ou dar a impressão de se sentir em casa na companhia deles. Eles são um contraste completo com ele.

Isso também se aplica a nós, crentes da igreja. Quem vive com Deus não quer ter comunhão com essas pessoas. Não se trata de pessoas que pensam diferente de nós sobre certas coisas da Palavra de Deus, mas de apóstatas. Infelizmente, também há pessoas entre o povo de Deus que fazem isso de qualquer maneira. Se um membro do povo de Deus tem comunhão com tais pessoas, Deus não pode ter comunhão com tal pessoa (2Co 6:14-18).

Quem imita Davi nesta atitude para com os apóstatas, não deve contar com a aprovação na profissão do cristianismo e muito menos no mundo. Aqueles que amam a comunhão com Deus suportarão com alegria a reprovação que a separação do mundo e do mundo cristão traz.

Davi deixou claro que não tem comunhão com os pecadores apóstatas. Depois de ter dito o que não fez, ele diz o que fez (Sl 26:6). Ele diz com quem tem comunhão e com quem se sente em casa. Primeiro, ele alega sua inocência novamente. Ele impôs suas mãos sobre o sacrifício para confessar seus pecados, após o que o sacrifício foi abatido. Como resultado, os pecados foram removidos.

Desta forma, ele lavou as mãos – uma imagem de uma consciência limpa e, portanto, pura (Sl 73:13). Ele tem as mãos limpas (cf. Deu 21:6; 1Ti 2:8). Originalmente, este preceito era apenas para os sacerdotes. Antes que pudessem fazer seu serviço, eles tinham que lavar as mãos e os pés (Êxodo 30:18-21). Mais tarde, os leigos fizeram lavagens rituais semelhantes e até Pilatos. É óbvio que se trata do significado espiritual disso. Portanto, o que Pilatos fez foi uma grande mentira. Ele lavou as mãos (Mateus 27:24), enquanto as ungia entregando pessoalmente o Inocente para ser crucificado.

Até onde Davi sabia, ele confessou todos os seus pecados (Sl 25:18). Ele é, ao contrário do engano em Salmos 26:4, honesto e íntegro. Ele tem as mãos limpas. Portanto, ele pode corajosamente ir ao altar de Deus e fazer isso, isso é adoração ali. No altar, onde o sacrifício expiatório foi trazido, ele agora pode oferecer sacrifícios de ação de graças.

O altar fala do Senhor Jesus, assim como o sacrifício, pois o Senhor Jesus se ofereceu como sacrifício a Deus. A imagem é que o crente que vai ao altar tem comunhão com o Senhor Jesus, bem como com outros que também estão lá (cf. 1Co 10:18; Lv 7:6; Lv 7:15). Este é um grande contraste com a comunhão com os pecadores de que Davi falou anteriormente, da qual ele não participava. Não só isso, ele não gostava muito de sua prática e atitude perante a vida (Sl 26:5).

O culto de adoração do crente é para dar graças a Deus (Sl 26:7). Como no Salmo 26:6, ainda é pessoal neste versículo. Mais tarde, no Salmo 26:12, o coração se expande e Davi o faz no meio de outras pessoas nas congregações. Tivemos algo semelhante no Salmo 25, que foi uma luta pessoal de Davi, mas termina em uma intercessão pelo povo (Sl 25:22).

No cântico de louvor aqui, Davi canta todas as maravilhas que Deus fez por ele (Sl 66:16; Sl 145:5-6). Este é um grande exemplo para praticarmos a adoração. Podemos “oferecer continuamente a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que louvam o seu nome” (Hb 13:15). Sempre há motivos de sobra para honrar a Deus. Ainda vemos as maravilhas que Deus fez e continua a fazer por nós ? Cantamos sobre eles e contamos a Ele sobre eles?

Em Sl 26:8, Davi fala de seu amor pelo lugar onde fica o altar de Deus. A maneira elaborada com que ele fala da casa de Deus deixa claro o quanto esse lugar é importante para ele. Davi fala de “casa” e “lugar”, uma dupla expressão da morada de Deus. Esta é uma preparação para o Salmo 27, onde a casa de Deus ocupa um lugar predominante. Nesse sentido, o Salmo 26 é uma ponte entre o Salmo 25 e o Salmo 27.

Para Davi, a casa onde Deus habita é a tenda onde trouxe a arca (cf. 2Sm 15,25). Mais tarde, este lugar é o templo. É a morada da glória de Deus, a shechiná, o símbolo de Sua presença. Uma casa ou um local de habitação é mais do que apenas um lugar para estar, é também para ‘sentir-se em casa’ lá.

Para nós agora, a igreja é a morada de Deus. É aí que mora a Sua glória, que é Cristo. Podemos experimentar isso quando nos reunimos como igreja. O Senhor Jesus disse sobre aquele lugar: “Porque, onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, ali estou eu no meio deles” (Mateus 18:20). Nós também amamos aquele lugar?

Salmos 26.9-11 Não colhas. Com base em suas alegações de integridade (v. 1,2), Davi ora pela discriminação divina (Sl 4.3). Deus distingue aqueles que responderam à Sua graça daqueles que não responderam.
 
Salmos 26:9–10 O salmista se afasta dos pecadores cuja sorte está nas mãos de um Deus irado. Sua oração “Não tire” é uma oração pelo favor divino e uma oração para que ele não seja condenado pelo julgamento de Deus junto com os ímpios. Os pecadores são aqueles que se entregaram a uma vida de pecado e rebelião contra Deus. Mas o salmista não é um deles. Portanto, ele tem motivos para esperar que o Senhor, em sua ira, ainda o poupe.

Salmos 26:11a Em contraste com os homens sanguinários e maus, o salmista afirma sua determinação de continuar em sua caminhada com o Senhor. O mal não apresenta nenhuma tentação para ele. Ele conhece Aquele em quem acredita e está determinado a se apegar a ele com devoção, independentemente das circunstâncias externas.

Salmos 26:11b–12 O salmista ora para que o exame do Senhor se transforme em evidência de sua misericórdia. Ele se vê com os piedosos em Israel. Entre eles, ele louvará ao Senhor pelas evidências de sua bondade. Assim, ele tranquilizará outros crentes sobre o que Deus pode fazer na vida de seus filhos. O teste de fé é público e também deve ser a celebração da graça sustentadora de Deus. O salmista sabe que Aquele que o ama não permitirá que seus pés tropecem. Portanto, ele diz que seus “pés estão em terreno plano”. Sua confiança está no Senhor.

Salmos 26.12 Como sempre acontece nos Salmos, o louvor é uma atitude pública e em voz alta, que seu tem lugar apropriado nas congregações dos crentes.

Salmos 26:9-12

Recompensa por Integridade

Depois de suas expressões de amor pela morada de Deus, Davi retorna em Sl 26,9 aos pecadores e aos homens sanguinários (cf. Sl 26,4-5). Ele se encontra, como disse, não na companhia deles. Ele não queria ter a ver com o estilo de vida dos ímpios. Agora, portanto, ele pede ao Senhor que não o deixe compartilhar do destino dos ímpios. Os “pecadores” são aqueles que se entregaram a uma vida de pecado e rebelião contra Deus. Eles são “os homens de derramamento de sangue”, ou pessoas violentas e sanguinárias.

Deus vai tirar suas vidas. Isso é justo, pois eles não lavaram as mãos na inocência. Pelo contrário, suas mãos, suas ações, são marcadas por “um esquema perverso” e suborno (Sl 26:10). Com eles não quer associar-se nem na vida nem na morte. Ele se distancia tanto quanto possível de pessoas que cometem crimes abertamente e de pessoas que praticam secretamente seus atos perniciosos.

Muito diferente, completamente oposta, é a sua atitude, que ele indica ao dizer: “Mas quanto a mim”. Ele repete o que disse em Sl 26:1, que segue seu caminho em sua “integridade” (Sl 26:11). Começando e terminando com este ponto, ele o enfatiza e agora pede com ousadia a redenção.

Ao mesmo tempo, ele pede que Deus seja misericordioso com ele. Aqui vemos que Davi não está reivindicando o direito de redenção porque ele é íntegro. Ele é íntegro, ele se dá conta, porque Deus o fez assim, e ele vive íntegro, ele também se dá conta, porque Deus o capacita para isso. A redenção nunca pode ocorrer com base em qualquer mérito do homem.

Davi testifica no último verso da resposta à sua oração (Sl 26:12). Ele diz que seu “pé está em um lugar plano”. É um lugar que Deus nivelou para ele, ou seja, um lugar do qual Deus removeu todos os obstáculos de tropeço, para que o crente não corra perigo de vacilar e tropeçar (cf. Is 40,4; Is 42,16).

Então Davi fala que vai “bendizer” ou “louvar ao SENHOR” nas “congregações” do povo de Deus. Essa também é a beleza das reuniões da igreja cristã. Nos reunimos e juntos podemos glorificar a Deus pela obra que Seu Filho realizou pessoalmente para cada membro da igreja e para a igreja como um todo.

O salmo exige um auto-exame cuidadoso de nossa dedicação a Deus. Corresponde ao que o apóstolo Paulo diz aos coríntios em conexão com a participação na Ceia do Senhor: “Mas o homem deve examinar a si mesmo, para que coma do pão e beba do cálice” (1 Coríntios 11:28).). Aqueles que levam a sério a Ceia do Senhor examinarão a si mesmos.

Este auto-exame, este “examinar-se a si mesmo” é necessário. O auto-exame sempre tem um resultado. Pode ser que nos lembremos de coisas que não são boas ; podemos então nos livrar deles confessando-os (cf. Mt 5:23-24). Também pode ser que sinceramente não tenhamos consciência de nada; então podemos participar da Ceia do Senhor sem medo.

Ficar longe da Ceia do Senhor ou deixá-la passar despercebida não é de forma alguma a solução ideal. Deixaríamos então que o obstáculo ou pecado triunfasse sobre nosso amor pelo Senhor Jesus. Não, examinemo-nos a nós mesmos, livremo-nos do obstáculo ou do mal e comamos o pão desta forma e bebamos o cálice desta forma, enquanto O glorificamos pelo que Ele fez.

O que o Salmo 26 me ensina sobre Deus?

O Salmo 26 é uma oração de confiança na retidão e na justiça de Deus. Ela nos ensina várias coisas importantes sobre Deus:

Deus é um juiz justo: O salmista declara: “Faze-me justiça, ó Senhor, porque tenho andado na minha integridade e tenho confiado no Senhor sem vacilar” (versículo 1). Isso fala do papel de Deus como um juiz justo que justificará aqueles que são fiéis a ele.

Deus é um Deus de misericórdia e compaixão: O salmista reconhece sua própria pecaminosidade e pede a misericórdia de Deus : “Tem misericórdia de mim e tem misericórdia de mim; Ó Senhor, sê meu ajudador” (versículo 2). Isso fala da vontade de Deus de mostrar misericórdia e compaixão para com aqueles que vêm a ele em humildade e arrependimento.

Deus é um Deus que prova nossos corações: O salmista pede a Deus para “provar-me, ó Senhor, e provar-me; examina o meu coração e a minha mente” (versículo 2). Isso fala do desejo de Deus de purificar nossos corações e mentes, e de nos refinar através das provações e desafios da vida.

Deus é um Deus de justiça: O salmista declara: “Lavo minhas mãos na inocência, e ando ao redor do teu altar, ó Senhor, proclamando em voz alta ações de graças e contando todas as tuas maravilhas” (versículos 6-7). Isso fala da justiça de Deus e da nossa necessidade de abordá-lo com mãos limpas e coração puro.

Deus é um Deus que liberta o seu povo: O salmista declara: “Meu pé está firme em terreno plano; na grande assembleia bendirei ao Senhor” (versículo 12). Isso fala da capacidade de Deus de nos livrar dos desafios e provações da vida e de nossa necessidade de confiar nele para nossa salvação e libertação.

Livro I: Salmos 1 Salmos 2 Salmos 3 Salmos 4 Salmos 5 Salmos 6 Salmos 7 Salmos 8 Salmos 9 Salmos 10  Salmos 11 Salmos 12 Salmos 13 Salmos 14 Salmos 15 Salmos 16 Salmos 17 Salmos 18 Salmos 19 Salmos 20 Salmos 21 Salmos 22 Salmos 23 Salmos 24 Salmos 25 Salmos 26 Salmos 27 Salmos 28 Salmos 29 Salmos 30 Salmos 31 Salmos 32 Salmos 33 Salmos 34 Salmos 35 Salmos 36 Salmos 37 Salmos 38 Salmos 39 Salmos 40 Salmos 41

Divisão dos Salmos:
Livro I Livro II Livro III Livro IV Livro V