Significado de Salmos 122

Salmos 122

O Salmo 122 é um dos Cânticos de Subida, uma coleção de 15 salmos cantados por peregrinos a caminho de Jerusalém para os festivais anuais. Este salmo específico celebra a cidade de Jerusalém e a alegria e a paz que vêm de estar na presença de Deus. Começa com o salmista expressando entusiasmo e expectativa pela peregrinação a Jerusalém, dizendo: “Alegrei-me quando me disseram: ‘Vamos à casa do Senhor!’” (versículo 1). O salmista continua descrevendo a beleza de Jerusalém e a sensação de unidade e segurança que advém de estar ali com outros crentes.

O salmo também destaca a importância da oração e adoração na vida de um crente. O versículo 6 diz: “Orai pela paz de Jerusalém: Que aqueles que te amam estejam seguros.” Este versículo reconhece que a paz e a segurança vêm não apenas da proteção física, mas também do alinhamento espiritual com a vontade de Deus. O salmista encoraja os crentes a buscar o bem da cidade e de seu povo, dizendo no versículo 9: “Por amor da casa do Senhor nosso Deus, buscarei a tua prosperidade.” Este versículo enfatiza a importância de colocar as prioridades de Deus em primeiro lugar, mesmo em meio a desafios pessoais ou sociais.

No geral, o Salmo 122 é uma bela expressão da alegria e paz que vêm de estar na presença de Deus e adorá-lo ao lado de outros crentes. Recorda-nos a importância da oração e da procura do bem dos outros, sobretudo no contexto de uma comunidade de fé. Este salmo pode nos inspirar a abordar nossas próprias jornadas espirituais com antecipação e entusiasmo e a priorizar nosso relacionamento com Deus acima de tudo.

Introdução ao Salmo 122

O Salmo 122, um salmo de Sião, é o terceiro Cântico dos Degraus. Este poema descreve a alegria do peregrino ao chegar a Jerusalém para louvar a Deus. É atribuído a Davi (também os Salmos 124; 131; 133). Seu desenvolvimento é o seguinte: (1) descrição da alegria do peregrino ao se aproximar de Jerusalém (v. 1, 2); (2) descrição da beleza de Jerusalém (v. 3-5); (3) oração pela paz de Jerusalém (v. 6-9).

Comentário ao Salmo 122

Salmos 122:1 Alegrei-me. O verbo hebraico para riso e deleite é empregado aqui para descrever a atitude do peregrino que chega a Jerusalém para adorar ao Senhor. O júbilo do peregrino neste salmo contrasta fortemente com a tristeza daqueles que não podem adorar a Deus por causa do exílio, pessoal (Sl 42.1-3) ou nacional (Sl 137.1-3).

Salmos 122:2 Dentro das tuas portas. Há um entusiasmo puro, quase infantil, nestas palavras; uma sensação quase irreal permeia o salmo (veja também a alegria da descoberta em Sl 48.12-14).

Salmos 122:1-2

A Alegria do Peregrino

Após sua visão pessoal sobre o SENHOR e o encorajamento que lhe deu no salmo anterior, neste salmo ele vê com grande alegria que há companheiros de peregrinação. Aqui ouvimos falar de outros peregrinos pela primeira vez nas Canções das Subidas. Isso se aplica tanto ao remanescente que retorna à terra prometida quanto aos fiéis israelitas na terra que estão a caminho de Jerusalém por causa das festas do Senhor.

Enquanto profeticamente o povo escolhido das dez tribos segue para Jerusalém como peregrinos de todas as direções (Mateus 24:31), eles encontram outros peregrinos. Eles se encorajam com a perspectiva de logo estarem em Jerusalém (Sl 122:1-4) e começam a orar juntos pela paz de Jerusalém (Sl 122:6-9).

Esta é uma canção da pessoa solteira, “Eu” (Sl 122:1), que toma coragem ao ver outros peregrinos. É a experiência de Paulo que, quando é prisioneiro a caminho de Roma, pouco antes de Roma, no Mercado de Ápio e Três Estalagens, vê seus irmãos. Isso o leva a dar graças a Deus e a ter coragem (Atos 28:15).

Deste “Cântico das Subidas”, o terceiro, sabemos quem é o poeta (Sl 122:1). Esta canção é “de Davi”. Exprime a sua alegria por isso quando «eles» lhe dizem: «Vamos à casa do Senhor» (cf. Hb 12, 2). Os seus companheiros tementes a Deus anunciam-lhe a intenção de subir à casa de Deus, o templo de Jerusalém, por ocasião de uma das festas (cf. Ex 23,17; Ex 34,23; Dt 16,16). Seu coração salta de alegria quando ouve falar desse desejo. Aquece o coração quando encontra crentes que pensam da mesma forma.

No Salmo 122:2, os peregrinos se veem com fé como tendo chegado à cidade. É assim que a fé pode falar, porque a fé é a certeza de que o que foi prometido vai acontecer. Eles abordam a cidade como uma pessoa, tão entusiasmados que estão por estar de volta lá.

Eles veem seus pés parados nos portões da cidade. Ficar com os pés em algum lugar significa tomar posse dele e declará-lo propriedade (Js 1:3). Frequentemente, o portão é o local de jurisdição (Rt 4:1; 11; 5:10; 12; 15). Os peregrinos têm o direito de entrar na cidade; eles pertencem lá.

Eles podem entrar pelos portões porque, ao confessarem seus pecados, foram qualificados para entrar na presença de Deus. Tanto na porta da cidade como na porta do templo há porteiros. Eles são para impedir a entrada de pessoas não autorizadas (cf. 2Cr 23:19).

Agora que o SENHOR é Rei e Sacerdote em Jerusalém, a distinção entre a cidade do grande Rei e a casa de Deus, o templo, torna-se menos nítida. É digno de nota que a Septuaginta – a tradução grega do Antigo Testamento – traduz ‘portas’ por ‘tribunal’.

Enquanto no Antigo Testamento o templo é a casa de Deus, onde o SENHOR fez habitar o Seu nome, no reino da paz toda a cidade será o lugar onde o SENHOR habita. Então Jerusalém terá um novo nome, a saber, “o SENHOR está ali” (Ezequiel 48:35).

Salmos 122:3 O visitante fica abismado não só com as grandes construções de Jerusalém, como também pelo fato de que a cidade era o lugar ideal para adorar a Deus.

Salmos 122:4 Onde sobem as tribos. Isto se refere às três festas anuais do antigo Israel (Lv 23), bem como a qualquer época em que o indivíduo ou a família precisasse louvar ao Senhor na Cidade Santa. O testemunho de Israel pode estar se referindo à arca da aliança (Êx 16.34). Darem graças significa fazerem declaração pública ou reconhecerem publicamente (Sl 105.1). O povo de Deus a Ele louvava por Sua bondade para com a sua vida. Seu louvor em voz alta acompanhava a oferta de animais, cereais, vinho e azeite.

Salmos 122:5 Tronos. Jerusalém era não só o centro da adoração, mas também o local onde se realizavam os julgamentos e decisões civis. As questões religiosas e civis estavam fortemente entrelaçadas na lei de Deus.

Salmos 122:3-5

A ação de graças do peregrino

Cheios de admiração, eles olham para a cidade e percebem que ela é “compacta” (Sl 122:3). É com ele como com as cortinas da tenda que cobrem o tabernáculo, que também estão tão unidas que formam um todo. Em hebraico, a mesma palavra “compactar” é usada ali (Êx 26:6; Êx 26:9; Êx 26:11). Expressa a unidade e a comunhão íntima do povo de Deus sob seu Rei e Deus.

Na fé, os fiéis veem a totalidade do povo que agora está tão dividido e disperso. O povo de Deus é formado pelas “tribos”, ou seja, as doze tribos, que são enfaticamente chamadas de “as tribos do SENHOR” (Sl 122:4). Isso significa que Judá, as duas tribos, e Israel, as dez tribos, estão unidas (Ezequiel 37:21-22).

Normalmente falamos das tribos de Israel. Por isso é impressionante que aqui eles sejam chamados de tribos do SENHOR. Isso enfatiza que eles são Sua propriedade. Eles não são apenas Seus por direito porque Ele os formou, mas também são Seus porque, como o Filho que se fez Homem, Ele os comprou e redimiu com Seu precioso sangue. Eles pertencem a Ele porque Ele os escolheu e adquiriu para Si mesmo para estar junto com Seu povo.

Isso eles saberão no fim dos tempos, quando se encontrarem face a face com o seu Messias.

“Todo olho o verá”, – isto é, o mundo inteiro, enquanto agora somente nós o vemos (Hb 2:9) – “até mesmo aqueles que o traspassaram” – ou seja, as duas tribos (cf. Zc 12:10) – “e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele” – ou seja, todas as doze tribos de Israel (Mateus 24:30) – “Assim é para ser. Amém” (Ap 1:7).

A cidade tem um grande apelo para eles. A atração está no que e em Quem está lá. Eles vêm lá para louvar Seu Nome. É sobre Ele. É Ele por meio de quem eles são unidos como tribos e juntos formam Seu povo. Eles O encontram lá.

A cidade não é apenas o centro de adoração, mas também o centro de justiça (Sl 122:5). A isso se referem “os tronos… por justiça”. A justiça está diretamente ligada à “casa de Davi”. Isso se refere à jurisdição real da casa de Davi. O SENHOR é então, em verdade, o Rei da justiça (Hb 7:2) em Jerusalém.

Assim como Salomão como rei também foi o juiz supremo, o Senhor Jesus como Rei também julgará em Seu trono (Mateus 25:31). Há menção de tronos, plural. Isso indica que existem vários tronos. Eles estão lá porque há outros que podem reinar com Cristo (Mateus 19:28; Ap 4:4).

Salmos 122:6-9 Paz de Jerusalém. Enquanto orava pelo bem da cidade, o povo recebia da graça de Deus. E desejo de Deus que Sua cidade se mantenha em paz (Sl 125.5; 128.6). A paz final e verdadeira só virá, porém, quando o Príncipe da Paz vier para estabelecer o Seu reino (Sl 98). Por causa da casa. A determinação do peregrino de buscar a Deus em Jerusalém é somente porque ali era o centro da adoração ao Senhor e local que Deus escolhera para Si (1 Rs 11.36).

Salmos 122:6-9

A Oração do Peregrino

Após os tronos da justiça, que enfatizam a manutenção da justiça, pode haver paz (Sl 122:6). A paz é baseada na justiça. Enquanto as tribos estão lá, pedem para rezar “pela paz para Jerusalém” (cf. Jr 29,7), porque ainda não é a situação do reino da paz. A paz é mais do que apenas a ausência de guerra. É harmonia e prosperidade sob o governo do Príncipe da paz.

Quando um israelita encontra outro israelita, eles desejam paz um ao outro com a saudação shalom. Quando um israelita entra em uma casa, ele deseja “a paz de Deus” para aquela casa. Mesmo quando os peregrinos entram na cidade de Jerusalém, eles desejam paz a Jerusalém, para que Jerusalém seja na verdade ‘a cidade da paz’ de acordo com o significado de seu nome. Então o título do Senhor Jesus será também Rei de Salém, isto é, o Rei da paz (Hb 7:2). A verdadeira paz só é possível quando o Príncipe da paz é realmente Rei.

Um desejo de bênção é anexado à oração pela paz: “Que prosperem aqueles que te amam”. Aqueles que amam Jerusalém, a cidade da paz, amam a paz. Portanto, para eles pode-se pedir ao SENHOR que os torne prósperos (cf. Mt 10,40-42). Jerusalém significa “cidade da paz”, mas desde um breve período de paz sob o reinado de Salomão, nunca houve paz na cidade. Essa paz só se tornará realidade quando a cidade abrir as portas ao Príncipe da paz.

Há um grande desejo de “paz esteja dentro de seus muros” e “prosperidade dentro de seus palácios” (Sl 122:7). O fato de haver muros (cf. Sl 48,12-13) significa que, embora existam inimigos, eles não são mais uma ameaça (Is 26,1). Pode haver paz e descanso quando o coração está em comunhão com o Senhor.

Para uma igreja local, uma situação de paz e descanso também pode ser uma realidade (cf. Atos 9:31). Este será o caso quando os crentes se colocarem pessoalmente sob a autoridade do Senhor Jesus. Eles então experimentarão “justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17).

Aqueles que pessoalmente têm essa paz e descanso também o desejarão para seus “irmãos” e seus “amigos” (Sl 122:8). Paulo faz o mesmo nas palavras iniciais de quase todas as suas cartas. Os tementes a Deus têm com eles um amor comum por Jerusalém e pelo templo, isto é, por Aquele que ali habita. Juntos, eles O servem e O adoram. Isso mostra que, no nível mais profundo, não se trata de edifícios, mas de pessoas. A paz da cidade deve resultar, em última análise, na paz do povo para com Deus e entre si.

Este aspecto também é importante para a igreja. Somos chamados “sendo diligentes para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3), pois estamos com todos os crentes “mantidos juntos pelo que toda junta fornece” (Ef 4:16).

O desejo último de paz tem a ver com o fato de que na cidade está “a casa do Senhor nosso Deus” (Sl 122:9). Essa é a motivação dos tementes a Deus em buscar o bem para a cidade. Este salmo é enfaticamente sobre a casa do Senhor. O salmo começa com ele no Salmo 122:1 e termina com ele no Salmo 122:9.

O fato de haver menção do testemunho no Salmo 122:4, relacionado ao Nome do SENHOR, deixa claro que esse salmo é sobre o lugar que o SENHOR escolheu “para estabelecer ali o Seu nome” (Dt 12:5). Aquele lugar que o salmista adora.

Da mesma forma, conosco deve ser sobre o Senhor Jesus. Onde Ele é glorificado e adorado, aí também é o nosso lugar. Sabemos pelo Novo Testamento que chegamos ao Monte Sião espiritual (Hb 12:22-23; cf. Gl 4:24). Esta aproximação denota uma atmosfera na qual entramos. A atmosfera no “Monte Sião” é de graça e paz, de amor convidativo, onde todo medo está ausente (1 Jo 4:18). Isso é característico da companhia dos filhos de Deus.

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