Significado de Obadias 1

Significado de Obadias 1


Significado de Obadias 1


1.1 — Visão, uma palavra comum no contexto profético (Is 1.1; Na 1.1), mostra que o profeta viu a revelação. O nome Obadias significa servo do Senhor. Assim diz o Senhor Jeová. Eis uma contundente afirmação de que a revelação profética não surgira no pensamento do profeta; foi Deus quem o inspirou a profetizar. Uma profecia é dirigida a Edom, território localizado ao leste do mar Morto e ao sul de Moabe. Nações é o termo bíblico padrão para se referir a territórios maiores como nação da Ásia Ocidental e do Nordeste Africano. Veja em Jeremias 49.7-22 uma passagem com muitas similaridades com o livro de Obadias. O livro de Ezequiel também contém profecias contra Edom similares à mensagem de Obadias (Ez 25.12-14; 35.1-15). 

1.2 — Te fiz pequeno. Deus inverteria a importância exagerada que a nação de Edom dava a si mesma. 

1.3 — Fendas das rochas. Pode ser uma referência à lendária Petra (Sela), que, mais tarde, tornou-se a capital do reino posterior dos nabateus (com início em 312 a.C.). Durante a época de Obadias, só se chegava a Petra por uma fenda de 1,6 km de extensão esculpida na rocha. Trata-se de uma passagem tão estreita em determinados pontos que é possível abrir os braços e tocar as duas paredes da rocha ao mesmo tempo. As impressionantes ruínas vistas em Petra (hoje, território da Jordânia) são de um período posterior à antiga nação de Edom. Sem dúvida, os edomitas tinham estruturas impressionantes semelhantes na superfície rochosa desse lugar durante sua época. Alta morada. Alguns dos picos das montanhas de Edom chegavam a pouco mais de 1.800 m de altura; Jerusalém ficava a aproximadamente 700 m acima do nível do mar. Quem me derribará. A aparente segurança física de Edom levou os edomitas a ficarem altivos, o que os conduziria à ruína. 

1.4 — Elevares como águia... entre as estrelas. A localização física de Edom tornou-se uma metáfora do espírito soberbo e altivo que a nação exibia na época da aflição de Judá. Confiando em seus lugares altos e em suas enormes fortalezas, Edom imaginou que ninguém poderia levá-la a prestar contas por suas ações. 

1.5,6 — Se viessem... ladrões. A colocação hipotética alude ao despojamento total ao qual Edom seria submetida. Teria sido melhor para a nação o ataque de ladrões e roubadores. Buscados. Em vez de ser roubada ao acaso, a nação seria sistematicamente saqueada (Jr 49.7-10).

1.7 — A designação teus confederados refere-se às nações aliadas a Edom por meio de uma aliança, que lhes possibilitava gozar de paz e comer o pão com os edomitas. 

1.8 — Edom tinha a fama de ter muitos sábios entre seus cidadãos (Jr 49.7). 

1.9 — O nome Tema vem de um filho de Elifaz, o primogênito de Esaú (Gn 36.9-11). O nome muitas vezes é usado como sinônimo de Edom (Jr 49.7; Am 1.12). Acredita-se também que tenha sido o nome de uma de suas principais cidades. Um dos amigos de Jó, também chamado Elifaz, veio de Tema (Jó 2.11). 

1.10 — Teu irmão Jacó. Esaú e J acó eram irmãos, filhos de Isaque e Rebeca (Gn 25.24-26). Edom descendia de Esaú; Judá descendia de Jacó. 

1.11 — A expressão no dia refere-se ao tempo de aflição de Judá. Forasteiros... estranhos. Essas palavras, usadas para descrever os principais inimigos de Judá, contrastam com as palavras do versículo 10, teu irmão. Algo compreensível seria os babilônios atacarem Judá, mas era impensável uma nação como Edom juntar-se aos babilônios contra seus próprios irmãos. 

1.12 — Mas tu não devias olhar para o dia de teu irmão. A derrota e a destruição de Judá deveriam ter causado aflição em seus vizinhos. Em vez disso, a nação irmã de Judá escarneceu em alto e bom som. Mais do que isso, Edom ajudou a completar a destruição de Judá, tomando os despojos, capturando os que tentavam escapar do ataque babilônio e entregando-os nas mãos dos soldados de Nabucodonosor. Nem alargar a tua boca. A tradução literal seria: “Tu não deverias ter falado de boca cheia”. 

1.13 — A expressão no dia da sua calamidade, que aparece três vezes nesse versículo, refere-se ao dia do juízo de Deus contra Judá, executado pela mão de Nabucodonosor. 

1.14 — Parar nas encruzilhadas. A expressão sugere ações premeditadas da parte de Edom. Dia da angústia. Repetida no versículo 12, é sinônimo de dia da sua calamidade, no versículo 13. Entregar os que... restassem. Os edomitas capturaram os que tentaram escapar do exército babilônio e depois os entregaram nas mãos de seus perseguidores. 

1.15 — O dia do Senhor é um termo peculiar aos profetas para indicar o dia do juízo de Deus (Am 5.18-20). Aqui o termo provavelmente se refere ao momento em que Deus julgaria todas as nações, incluindo Edom, que haviam contribuído para a destruição de Judá. Como tu fizeste. A natureza do juízo de Deus sempre reflete a natureza do pecado que está sendo julgado. 

1.16 — Como vós bebestes. Declaração alusiva ao cálice da ira de Deus que passou de Samaria para
Judá e, por fim, para as nações — incluindo Edom (Jr 25.27,32,33). O Senhor ainda via Jerusalém como o monte da Sua santidade porque Ele pretendia restabelecer Sua presença lá (Zc 1.16). 

1.17 — O monte Sião e o monte da minha santidade (v. 16) são designações do mesmo lugar: Jerusalém. Embora Edom tivesse profanado Sião, bebendo nele, haveria um tempo em que o monte seria novamente o lugar do livramento de Deus. Santo. Mais uma vez, essa seria a característica do monte e a casa de Jacó seria restaurada ao seu lugar por direito. 

1.18 — As referências à casa de Jacó e à casa de José são uma menção à unificação da nação de Israel. Deus tem a intenção de unir novamente os reinos de Israel e de Judá como um só povo. Porque o S e n h o r o disse. Essas palavras dão uma espantosa certeza ao anúncio de juízo (Jr 49.13). 

1.19 — O sul refere-se a Neguebe, a região árida em torno de Berseba, no território de Simeão e em Judá. Era propícia para lavoura e pastoreio. O mais importante dessa profecia é que Neguebe fazia fronteira com Edom ao leste. De acordo com esse versículo, Judá possuiria a terra dos edomitas. Os das planícies, ou Sefelá, são os das colinas mais baixas em Judá, entre a região montanhosa central ao leste e a planície costeira ao oeste. Judá e Filístia lutaram violentamente por essa região no início da história de Israel. Mas Judá, no final, prevaleceria contra as terras disputadas com a Filístia (Sf 2.4-7).
Efraim... Samaria... Gileade eram territórios de Israel durante o período dos judeus e o período monárquico. Efraim e Samaria foram o centro do Reino do Norte durante o período da monarquia dividida. Mas, na época da profecia de Obadias, as três regiões submeteram-se ao domínio estrangeiro e sofreram um influxo considerável de estrangeiros. No dia do S e n h o r sobre o qual Obadias profetizou, essas regiões voltariam para as mãos dos israelitas. A terra de Israel seria restituída aos seus habitantes por direito. 

1.20 — Zarefate era uma cidade fenícia que ficava a pouco mais de 20 km ao norte de Tiro (1 Rs 17.8-24). Sefarade era uma cidade onde alguns da Judéia ficaram exilados. A restauração de Judá do exílio, prenunciada nesse versículo, era um sinal para Judá e para todas as nações de que o Deus de Israel não era somente um Deus local. Marduque, o deus babilónio, não derrotou o Senhor. O fato de Deus permitir que Seu povo fosse levado cativo para uma terra estrangeira e depois voltasse para sua própria terra era uma evidente prova do Seu poder e da Sua soberania sobre toda a terra.

1.21 — A expressão salvadores significa libertadores ou aqueles que trarão salvação (Ne 9.27). Os da Judeia que foram levados cativos voltariam como libertadores e reinariam sobre o povo de Edom. O reino será do Senhor . Essas foram as últimas palavras de Obadias contra toda a arrogância, o orgulho e a rebelião humana. Edom achava-se indestrutível, mas o Senhor humilhou aquela nação e restaurou Judá, que estava caída. Muitas pessoas são tentadas a achar que estão fora do alcance de Deus. Não obstante, Deus as humilhará, assim como exaltará aqueles que se humilharem diante dele. E, no grande dia, Ele estabelecerá Seu justo governo sobre todos.