Significado de Gênesis 30

Gênesis 30

Gênesis 30 é um capítulo que continua a história da vida familiar de Jacó, enfocando a competição entre Raquel e Lia para ter filhos e o uso de suas servas para gerar filhos em seu nome. O capítulo também retrata as complexas relações entre Jacó e suas esposas, bem como a dinâmica entre os filhos de cada esposa e suas respectivas servas.

Um dos temas principais em Gênesis 30 é o desejo de ter filhos e as lutas que podem surgir com a infertilidade. A competição de Raquel e Leia por filhos demonstra a importância da gravidez em sua sociedade e seu desespero para cumprir essa expectativa. O uso de aias para gerar filhos para elas enfatiza ainda mais a pressão e as expectativas sociais colocadas sobre as mulheres para terem filhos.

Outro tema deste capítulo é a importância da fé e confiança no plano de Deus. Apesar das lutas e da competição entre Raquel e Leia, ambas reconhecem o papel de Deus em suas vidas e sua fé em Seu plano para elas. Esse tema é exemplificado na nomeação de alguns dos filhos, como José, cujo nome significa “que o Senhor acrescente” e reflete a confiança de Raquel no plano de Deus de abençoá-la com outro filho.

No geral, Gênesis 30 é um capítulo que explora os temas de infertilidade, competição e fé. Ele retrata as lutas e complexidades da vida familiar nos tempos antigos e as expectativas sociais colocadas sobre as mulheres para ter filhos. O capítulo também enfatiza a importância da fé e da confiança no plano de Deus, mesmo em meio às dificuldades.

Em resumo, Gênesis 30 retrata a competição entre Raquel e Leia por filhos e o uso de servas para gerar filhos em seu nome. O capítulo explora os temas de infertilidade, competição e fé, enfatizando a pressão e as expectativas sociais colocadas sobre as mulheres para terem filhos e a importância da fé e confiança no plano de Deus.

Comentário de Gênesis 30

Gênesis 30:1 A declaração de Raquel: Dá-me filhos, senão morro remete a amargos sentimentos de inveja e ciúme. A inveja normalmente pressupõe também um acentuado sentimento de ciúme (Gn 37.11), que leva a pessoa a agir com raiva em relação à outra (Nm 25.11; 1 Rs 19.10; Zc 8.2). A inveja de Raquel nos lembra a inveja que Sarai sentiu de Agar por esta poder gerar filhos, e ela não (Gn 16).

Gênesis 30:2 Então, se acendeu a ira de Jacó contra Raquel. Algumas vezes, costumamos definir o estado de alguém muito furioso como “vermelho de raiva”. Em meio à confusão familiar, que estava crescendo por causa das acusações mútuas, é fascinante a palavra hebraica usada para raiva, que poderia ser traduzida literalmente como o nariz de Jacó queimou. O rosto barbado do homem semita adulto deixava mais visível o nariz ruborizado, de onde se originou esta expressão. Estou eu no lugar de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre? A fúria de Jacó contra sua esposa enciumada revelou-se uma transferência de culpa. Era como se Jacó dissesse: não me culpe; culpe Deus! De forma diferente de nós, o Senhor é muito paciente e compassivo (SI 103.8; Mq 7.18). Pode-se também usar a expressão hebraica longo de nariz, o que significa que é extremamente difícil fazer com que Deus fique furioso.

Gênesis 30:3-5 O desespero de Raquel fez com que ela desse sua serva Bila a Jacó, para que um filho fosse gerado, sendo considerado dela. [E isso que, no hebraico, significa ter um filho sobre os joelhos de alguém]. Esta era uma prática socialmente aceita no antigo Oriente Médio e era uma forma de a esposa proteger seu casamento contra a infertilidade. Um homem podia pedir o divórcio se sua mulher não pudesse dar-lhe filhos.

Gênesis 30:6 Ao nomear seu filho de Dã, uma palavra hebraica que significa “juiz”, Raquel agradecia a Deus por ter ouvido suas súplicas e respondido a elas, fazendo-lhe justiça.

Gênesis 30:7, 8 O nome do segundo filho da serva de Raquel, Naftali, o qual também foi gerado por uma mãe substituta, significa minha luta. Desta forma, Raquel reforçou a veemência de sua batalha ao competir com a irmã.

Gênesis 30:9-13 Leia estava muito feliz por causa de sua numerosa prole, e deu a seu filho o nome de Aser.

Gênesis 30:14 As mandrágoras são um tipo especial de erva que as pessoas do antigo Oriente Médio usavam para favorecer a concepção. Seu aroma é tido como afrodisíaco (Ct 7.13). A descoberta das mandrágoras por Rúben levou a uma nova disputa entre Leia e Raquel. Por fim, em troca da erva, Raquel “alugou” Jacó para Leia por uma noite, e Léia deitou-se com ele.

Gênesis 30:15-18 O significado de Issacar ainda está sendo discutido. Em geral, o termo é interpretado como alugar. Assim, Issacar talvez queira dizer aquele que foi alugado, pois ele só foi concebido por causa do acordo entre Leia e Raquel. Em contrapartida, Leia novamente louvou ao Senhor porque Ele mais uma vez a recompensou dando-lhe um filho.

Gênesis 30:19, 20 A palavra dotado (aquele que possui bens) no hebraico soa mais ou menos como Zebulom. O nome deriva do significado da expressão ser exaltado. Desta forma, Zebulom quer dizer o exaltado.

Gênesis 30:21 O nome Diná está relacionado à palavra hebraica que significa julgamento.

Gênesis 30:22 Deus finalmente permitiu que Raquel tenha um filho. Os três verbos usados aqui lembrar-se, ouvir e abrir (sua madre) enfatizam que a concepção é um presente do Senhor.

Gênesis 30:23 E ela concebeu, e teve um filho, e disse: Tirou-me Deus a minha vergonha. Na sociedade em que Raquel vivia, uma esposa sem filhos era menosprezada.

Gênesis 30:24 Ao dar um filho a Raquel, Deus retirou a humilhação e a vergonha que pesavam sobre ela e deu-lhe contentamento. O nome que Raquel deu ao filho, José, é um jogo de palavras que soa em hebraico como a junção de dois termos: Ele [Yahweh] acrescenta [assim como também retira].

Gênesis 30:25 Com o nascimento de José, filho de sua esposa amada, Jacó estava pronto para retornar ao [seu] lugar de origem. Ele sempre quis regressar a Canaã (Gn 27-43, 44). De fato, Deus havia prometido a ele que o levaria de volta à sua terra natal (Gn 28.4, 15).

Gênesis 30:26 Considerando que, por ocasião da hospedagem de Jacó na casa de Labão, apenas as filhas deste são mencionadas, talvez Labão ainda não tivesse filhos homens naquela época [ou eles fossem pequenos] (Gn 29.16). Por essa razão, Jacó teria assumido a administração dos bens do sogro. O Código de Hamurabi atesta tal situação como uma prática comum no antigo Oriente Médio. Assim, Jacó e sua família eram considerados parte do clã de Labão e herdeiros deste (v. 43 ). Contudo, com o tempo, os filhos de Labão [tendo nascido e crescido] ameaçaram a posição privilegiada de Jacó na família (Gn 31.1). Assim, neste versículo, Jacó pede a Labão que o deixe partir.

Gênesis 30:27 Deus prometera abençoar as outras pessoas por meio dos descendentes de Abraão (Gn 12. 2, 3). Nesta passagem, Labão reconhece que o Senhor o abençoou por amor de Jacó. Mais adiante, Deus abençoaria uma família egípcia por intermédio de José (Gn 39 .5 ).

Gênesis 30:28 Disse mais [Labão]: Determina-me o teu salário, que to darei. Estas palavras não devem ter soado muito bem para Jacó, dada a sua experiência anterior em tratar de negócios com Labão (Gn 29.15-30; 31.7).

Gênesis 30:29, 30 Jacó confirma a bênção: O Senhor te tem abençoado por meu trabalho. Labão (v. 27) e Jacó reconhecem que Deus foi o responsável pela prosperidade e pelo aumento do rebanho.

Gênesis 30:31, 32 Possivelmente, Labão propôs que o salário de Jacó fosse os animais salpicados, malhados ou morenos, porque estes animais estavam em menor número do que os demais; assim, mais uma vez Labão levaria vantagem no acordo.

Gênesis 30:33 Assim, testificará por mim a minha justiça no dia de amanhã... Com estas palavras, Jacó assegurou a sua fidedignidade e selou o acordo.

Gênesis 30:34 Então, disse Labão: Tomara que seja conforme a tua palavra. O negócio estava fechado.

Gênesis 30:35, 36 Três dias de caminho representava uma distância de aproximadamente 100 km. Essa era a distância que separava os rebanhos de Jacó e de Labão. Desta forma, eles não corriam o risco de os animais se misturarem. Jacó continuou a cuidar dos rebanhos de Labão.

Gênesis 30:37-40 Jacó colocou varas verdes de álamo, e de aveleira, e de castanheiro, descascadas, junto aos bebedouros para ver se os animais do rebanho nasciam listrados, salpicados e malhados (v. 27; compare com Gn 31.5, 9, 10). De fato, Deus abençoou Jacó como havia prometido (Gn 28.13-15) .Jacó adicionou os animais salpicados, malhados e listrados ao seu rebanho, conforme o acordo que fizera com Labão.

Gênesis 30:41-43 As varas eram um símbolo do desejo de Jacó de que Deus o abençoasse fazendo com que os animais do rebanho de Labão concebessem crias salpicadas, listradas e malhadas. Deus revelou em um sonho que faria tudo aquilo (Gn 31.10), e Jacó se tornou um homem muito rico (v. 43).

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