Interpretação de Mateus 20

Mateus 20

Esta parábola ilustra o ensinamento anterior de Cristo e amplia 19:30 (conf. 20:16).

20:1 Dono de casa. O proprietário de uma vinha precisava de um maior número de trabalhadores por ocasião da colheita. De madrugada. Os primeiros trabalhadores foram contratados de madrugada.

20:2. Um denário (denarius) por dia. O salário usual para um trabalhador ou soldado.

20:3-7 Outros que estavam desocupados. Não estavam trabalhando porque nenhum homem os contratara. Não há nenhuma indicação de que fossem preguiçosos. Desse grupo de desempregados que estava na praça, o pai de família contratou mais trabalhadores às 9 horas da manhã, às 12, às 15 e às 17 horas. Todos atenderam imediatamente ao convite.

20:8. Ao cair da tarde. Conf. Dt. 24:15.

20:9-12 Para que aqueles que foram contratados primeiro vissem o que se fazia, o pagamento começou com os que foram contratados por último. Cada trabalhador recebeu um denário, sem considerar o seu tempo de serviço.

20:13, 14 Para um dos que estava no grupo de murmuradores, o pai de família explicou que o contrato fora inteiramente cumprido. Quanto aos outros, a obrigação do dono da vinha para com eles era negócio que só a ele dizia respeito.

20:15 São maus aos teus olhos porque eu sou bom? O sentido é, Você está com inveja porque eu sou generoso? (Pv. 28:22)

20:16. Os últimos serão primeiros. Esta declaração, repetida de 19:30, mostra que a parábola era um prolongamento das instruções dadas aos Doze (19:27-30). A parábola ensina que o serviço prestado a Cristo será fielmente recompensado, e que fidelidade ao chamado quando idêntica, será identicamente recompensada. Entretanto, só Deu, pode avaliar adequadamente a fidelidade e o apelo, e assim os juízos humanos podem ser completamente alterados.

20:17-34 Mateus observou particularmente os movimentos geográficos (4:12; 16:13; 17:24; 19:1; 21:1). Tendo estado a leste do Jordão na Pereia, Jesus e o seu grupo dirigiu-se agora diretamente para Jerusalém. Esta parte descreve os acontecimentos da viagem da Peréia a Jerusalém, na vizinhança de Jericó, na Judeia (v. 29).

20:17-34 A terceira predição direta e detalhada da paixão de Cristo (conf. 16:21; 17:22, 23, mais a simples declaração de 17:12). Ela amplia algumas das informações anteriores. Pela primeira vez Jesus indicou que a sua morte seria através das mãos dos gentios, que os escarneceriam, açoitariam e crucificariam.

20:20-28 Marcos apresenta o pedido como vindo dos próprios filhos. Mateus mostra que pela primeira vez pediram através de sua mãe, mas que mais tarde eles mesmos entraram na conversa.

A mulher de Zebedeu com seus filhos. Salomé, aparentemente a irmã da Virgem Maria, como se vê comparando Mt. 27:56 com Mc. 15:40 e Jo. 19:25. 21. O pedido por lugares de maior honra no reino de Cristo pode ter sido provocado por causa de sua revelação anterior sobre os doze tronos (19:28). Embora ela surgisse da ideia de que o reino seria muito brevemente estabelecido (Lc. 19:11), e traiu um espírito não muito humilde, deve-se notar que se baseava numa firme fé de que Jesus era o Messias e o seu reino uma realidade. Uma fé assim Jesus queria purificar e nutrir.

20:22, 23 Cálice. Um símbolo dos sofrimentos de Cristo (conf. 26:39, 42). Ser batizados com o batismo (aparece só na ERC). Broadus explica, "ser mergulhados nos mesmos sofrimentos" (Commentary on Matthew, pág. 417). A concordância de ambos com as severas exigências de Jesus era sem dúvida sincera. Tiago foi o primeiro discípulo a morrer por Cristo (Atos 12:2); João sofreu de diversas maneiras por um período mais longo. Entretanto a disposição das posições pedidas é uma prerrogativa do Pai.

20:24. Indignaram-se. Uma reação dos dez que talvez fosse agravada pelo procedimento dos dois que fizeram uma parenta de Jesus interceder por eles.

20:25-27 A resposta de nosso Senhor demonstrou que embora os governos humanos mantenham o poder através da autoridade de diversos funcionários colocados sobre seus subordinados, o seu reino seria diferente. O desejo de servir é o sinal da grandeza espiritual.

20:28 O maior exemplo desse princípio é o Filho do homem. A suprema demonstração aconteceu no Calvário, onde ele ofereceu a sua vida em resgate a Deus, contra quem os homens pecaram e estavam sujeitos à penalidade. Por muitos. A morte de Cristo é claramente substitutiva, "no lugar de" (anti) muitos. (Veja A.T. Robertson, Grammar of the Greek New Testament, págs. 572-574.) Muitos aqui não tem a intenção de ser restritivo, mas contrasta como o um que morreu. Entretanto, a escolha foi muito feliz à vista do ensinamento explícito de outras passagens que nem todos se garantiram da salvação oferecida.

20:29-34 Narrativas paralelas (Mc. 10:46-52; Lc. 18:35-43) propõem problemas de harmonização, mas este fato proíbe qualquer sugestão de conivência.

20:29 Saindo eles de Jericó. Marcos concorda, mas Lucas coloca o incidente ao se aproximarem da cidade. A parte principal de Jericó romana, ocupada pelos judeus mais pobres, fica cerca de uma milha a leste do quartel-general de inverno de Herodes (também chamada Jericó), que continha o palácio, a fortaleza e as casas dos ricos amigos de Herodes. (Veja Lucetta Mowry, BA, XV, 2, pág. 34). Assim o milagre poderia ter ocorrido entre as duas Jericós, com Lucas naturalmente pensando em termos de cidade herodiana, onde provavelmente ocorreu o seu próximo incidente (Zaqueu).

20:30-34 Dois cegos. Os outros evangelistas mencionam apenas o mais importante, Bartimeu (conf. os dois endemoninhados, Mt. 8:28). Filho de Davi. Com esse título queriam dizer o Messias. Anteriormente Jesus tinha proibido o seu uso público, mas agora, ao se aproximar de Jerusalém, está pronto a proclamá-lo (conf. 21:16; Lc. 19:40).

Ao traçar os movimentos de Jesus a caminho de Jerusalém, Mateus omite a viagem de Jericó a Betânia, seis dias antes da Páscoa (Jo. 12:1), que foi um dia antes da Entrada Triunfal (Jo. 12:12).

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