Interpretação de Jeremias 49

Jeremias 49 é o quadragésimo nono capítulo do Livro de Jeremias no Antigo Testamento da Bíblia. Este capítulo contém uma série de profecias relativas a várias nações que cercam Israel, incluindo Amon, Edom, Damasco, Quedar, Elam e outras.

O capítulo começa com uma mensagem de Deus dirigida à nação de Amon. A profecia descreve o julgamento e a destruição iminentes que virão sobre Amon devido aos maus tratos a Israel.

Jeremias 49 continua descrevendo o destino de Edom. O capítulo retrata a queda das fortalezas de Edom e enfatiza que Edom será abatido devido ao seu orgulho.

O capítulo continua com uma mensagem a respeito de Damasco, a capital da Síria. A profecia fala da calamidade que se abaterá sobre a cidade e da sua destruição.

Jeremias 49 também contém profecias sobre Quedar e Hazor. O capítulo descreve sua queda e a dispersão de seus habitantes.

O capítulo termina com uma mensagem sobre Elam. A profecia fala do julgamento que cairá sobre Elão e de sua dispersão.

Em termos gerais, Jeremias 49 transmite uma mensagem do julgamento de Deus sobre várias nações vizinhas pelos maus tratos a Israel e pelo seu orgulho. O capítulo ilustra as consequências da arrogância, crueldade e desobediência, bem como a autoridade final de Deus sobre as nações. Serve como um lembrete de que nenhuma nação pode escapar da soberania e do julgamento de Deus. O capítulo também enfatiza o princípio de que a justiça de Deus é universal, estendendo-se a todas as nações e povos.

Interpretação

49:1-6 Os amonitas descendiam de Ben-Ami, filho de Ló (Gn. 19:38). Eles viviam na Transjordânia, entre os rios Arnom e Jaboque, a leste na direção do deserto. Eles, tal como os moabitas, freqüentemente lutavam contra os hebreus. Demonstraram sua hostilidade durante o reinado de Jeoaquim (II Reis 24:2) e ajudaram a destruir a comunidade dos refugiados depois da queda de Jerusalém (Jr. 40:11-14). Outros oráculos contra eles se encontram em Ez. 21:20; 25:1-7; Amós 1:13-15; Sf. 2:8-11.

49:1 Acaso não tem Israel filhos? Isto é provavelmente uma referência à invasão da Transjordânia pelos assírios vindos do Reino do Norte (II Reis 15:29) em 732 A. C. Após a deportação dos israelitas, os amonitas mudaram para o território de Gade - aquela parte da Transjordânia entre o Arnom e o Jaboque, perto de Jordão. Malcã, E.R.C. Se as vogais desta palavra forem trocadas, lê-se Milcom (E.R.A.), o deus dos amonitas (I Reis 11:5, 7, 33; II Reis 23:13). As Bíblias grega, siríaca e latina apóiam esta mudança.

49:2. Rabá. A cidade principal dos amonitas, atualmente chamada Amã a capital do Reino do Jordão. Montão. Vaia observação referente a 30:18. Aldeias vizinhas que dependiam de Rabá.

49:3 Hesbom, embora distasse apenas 8 ou 10 quilômetros da fronteira amonita, era controlada por Siom, o rei amorreu, quando Israel veio (Nm. 21:25-30, 34). Mais tarde passou para as mãos dos moabitas (cons. 48:2, observação). Aí. Parece que um lugar amonita com esse nome (não a Aí tomada por Josué, Js. 8:1-29) é do que se trata aqui. Em nenhum outro lugar foi mencionado. Muros. Cercados para as ovelhas. Milcom. Veja observação referente a 49:1.

49:4 Que confiais nos teus tesouros. O versículo expressa a confiança de uma pessoa vivendo em uma terra tão remota e inacessível que a invasão parecia impossível.

49:7-22 Os idumeus eram descendentes de Esaú, que também era chamado Edom (Gn. 36:1-19). Viviam na terra de Seir, ou Edom, um país muito acidentado e montanhoso, que se estende ao sul do Mar Morto, de ambos os lados da Arábia, até o Golfo de Ácaba. O relacionamento entre os reinos hebreu e edomita nunca foi bom. Estes (os edomitas) se regozijaram com a destruição de Jerusalém (Sl. 137:7), e depois ocuparam o sul de Judá. Foram por sua vez desapossados pelos nabateanos. Os macabeus lutaram com sucesso contra os idumeus e forçaram os seus remanescentes a se tomarem judeus. Outras profecias. contra os idumeus se encontram em Ez. 25:12-14; 35:1-15; Joel 3:19; Amós 9:12; Ob. 1-16. Partes desta seção se parece muito com partes da profecia de Obadias.

49:7. Temã. Uma tribo de idumeus conhecida por sua sabedoria (cons. Jó 2:11).

49:8. Dedã. Uma tribo que morava ao sul de Edom, conhecida por sua influência comercial (Ez. 25:13; 27:15, 20; 38:13; Is. 21:13; Jr. 25:23). Possivelmente o nome ainda permanece como Daidã, no deserto árabe.

49:12 Edom, por causa de cumplicidade na queda de Jerusalém (Ob. 10-14), era especialmente culpada (cons. 25:15, observação, 28).

49:16. Fendas das rochas... alturas dos Outeiros. Uma referência à solidez das altas montanhas de Edom. Rochas. Sela', o nome hebraico para Petra, a principal cidade dos idumeus (cons. Ob. 3).

49:19-21 Estes versículos são repetidos em 50:44-46, onde se aplicam à Babilônia. O versículo 19 é de difícil interpretação. Aparentemente diz que o inimigo de Edom virá contra ela do Vale do Jordão, mas fugirá dela – não se diz o porquê. Deus fará o Seu escolhido reinar sobre Edom. Lá estabelecerei, isto é, o conquistador de Edom. A floresta jordânica (cons. 12: 5, observação). Tema (v. 20). Veja obs. referente a 49:7.

49:23-27 Damasco era a cidade principal da Síria. Pouco se sabe sobre ela no período de Jeremias. Amós 1:3-5 registra uma profecia contra ela.

49:23. Hamate. A atual Hamá, sobre o rio Orontes, 193 quilômetros ao norte de Damasco. Originalmente uma cidade hitita, nessa ocasião fazia parte da Síria. Arpade. Uma cidade perto de Hamate (cons. Is. 10:9). O mar agitado. A Síria não tinha litoral antigamente. A expressão é uma metáfora referindo-se à inquietação e aos distúrbios. Não se pode sossegar. Esta é a mesma expressão hebraica traduzida para o mar agitado de Is. 57:20.

49:25 Damasco era considerada uma das mais lindas cidades de antigamente. Suas fontes formavam um grande oásis no deserto da Síria.

49:27. Ben-Hadade. O nome de diversos reis damascenos (I Reis 15:18, 20; II Reis 13:24).

49:28-33 Este oráculo foi dirigido contra as tribos árabes. Quedar e Hazor não foram mencionadas entre as nações do oráculo de Jeremias 25, mas os versículos 23, 24 desse capítulo parecem se referir à mesma gente. Pouco se sabe da história primitiva da gente do deserto a leste da Palestina, que atualmente chamamos de árabes.

49:28 Quedar. Uma tribo ismaelita do deserto (Gn. 25:13; Is. 21:13, 16; 60:7; Ez. 27:21. Cons. Jr. 2:10, observação). Dos reinos de Hazor. Isto dificilmente pode se referir à grande fortaleza de Hazor ao norte da Palestina (Js. 11:1-13; 12:19), pois aqui se usa em relação a uma região do deserto. Não há nenhuma outra menção nas Escrituras sobre um deserto de Hazor. Feriu. Anteriormente, os assírios atacaram os árabes, e Josefo se refere a uma invasão da Arábia feita por Nabucodonosor.

49:31 Levantai-vos... subi. Uma ordem aos babilônios para saquear o povo do deserto.

49:32 Aqueles que cortam os cabelos nas têmporas, e não os que estão nas extremidades. Veja observação referente a 9:26. 33. Chacais, e não dragões.

49:34-39 Pouco se sabe sobre o Elão do tempo de Jeremias. A terra do Elão se localiza além do Rio Tigre, a leste da Babilônia. Fora conquistada pelos assírios. Os elamitas talvez estivessem nessa ocasião planejando uma campanha contra a Babilônia. Ezequiel 32:24, 25 também menciona o Elão.

49:35 O arco. Os elamitas eram famosos por sua perícia com o arco (cons. Is. 22:6).

49:38 Porei o meu trono, isto é, eu julgarei (cons. 1:15). 39. Veja observação referente a 48:47.

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