Os Magos do Oriente — Mateus 2:1-23

Os Magos do Oriente (Leia Mateus 2:1-23) Belém (v. 1). É a mesma aldeia onde o rei Davi nasceu. Não era a cidade de José e Maria. O motivo da sua residência ali é dado em Lc 2.1-5. A aldeia era ao sul de Jerusalém. Judeia (v. 1), isto é, a província romana da Judeia, das três províncias palestinas a oeste do Jordão é a que fica mais a sul. O rei Herodes (v. 1). Da família Idumeia, era rei, sob os romanos, de toda a Palestina. Cognominado geralmente Herodes, o Grande. Os magos, talvez astrólogos pertencentes á mesma classe de homens chamados caldeus em Dn 2.2. É provável que vieram da Mesopotâmia. Embora existindo muitas lendas a respeito, nada se sabe das circunstâncias da sua viagem, além dos pormenores dados neste Evangelho. Aquele nascido Rei dos Judeus (v. 2). Esta frase constitui eco das esperanças messiânicas dos judeus. Sua estrela (v. 2). Não há evidência suficiente para sabermos se era fenômeno astronômico ou uma manifestação sobrenatural. A adorá-lo (v. 2). É patente que os magos já o consideraram como Ser divino.

Os príncipes dos sacerdotes e escribas (v. 4). Era natural que os magos se referiam aos chefes religiosos. Os escribas (heb. sopherim, gr. grammateis) eram os intérpretes oficiais da lei mosaica e constituíam uma espécie de ordem de religiosos eruditos. Cristo (v. 4). Tradução grega da palavra hebraica Messias. Ambas significam "o ungido". Os reis e sacerdotes judeus eram ungidos como sinal de consagração e a cerimônia lhes dava uma santidade especial. E tu Belém... meu povo de Israel, (v. 6). Referência a Miquéias (Mt 5.2), sem ser citação exata dos LXX, nem tradução literal do hebraico. Sem dúvida, os chefes religiosos compreendiam o trecho como profecia a respeito do nascimento do Messias e com esta interpretação a Igreja Cristã concorda.

Cf. Classificação das Cartas Paulinas
Cf. O Fim da Lei na Teologia Paulina
Cf. Regeneração na Teologia Paulina
Cf. Significado do Batismo com Fogo

A casa (v. 11). A santa família não se achava mais no estábulo da estalagem de Belém. Visto que este incidente tomou lugar a um tempo indeterminado durante o período de dois anos depois do nascimento de Jesus (ver o vers. 16), há possibilidade de que a família estivesse na Galiléia. A matança dos inocentes em Belém, por Herodes, numa data posterior foi baseada na profecia e não nas informações que lhe foram dadas a respeito do lugar onde o menino Jesus fora encontrado. Adoraram (v. 11). Os magos teriam recebido uma revelação ampla a respeito da pessoa de Cristo. Dádivas (v. 11). As três qualidades de dádivas são consideradas usualmente como símbolos do ofício tríplice de Cristo, como rei, sacerdote e profeta.

II. A fugida para o Egito (Mt 2.13-23)

O anjo (v. 13), melhor, "um anjo". Herodes há de procurar o menino (v. 13). Se a família tinha mudado já de Belém, escapou assim da matança ali. Porém, ainda seria difícil ficar escondida, permanecendo na Palestina. A morte de Herodes (v. 15). Ocorreu no ano 4 A. C. Devido ao erro no cálculo dos anos da era cristã, que foi adotada só no IV século, esta era começou realmente uns 4 a 6 anos depois do nascimento de Cristo. Do Egito chamei o meu Filho (v. 15). Citação do hebraico de Os 11.1. No contexto original, o trecho se refere à redenção de Israel do Egito pela mão de Moisés. Sua significação oculta, introduzida pelo Espírito Santo, é patenteada aqui pelo evangelista.

Segundo o tempo (v. 16). A implicação aqui é que a visita dos magos teve lugar quando o Senhor tinha quase dois anos de idade. Ver nota sobre o vers. 11 e cfr. o vers. 7. A citação do vers. 18 é tirada em grande parte dos LXX e talvez em parte do hebraico de Jr 31.15. O contexto de Jeremias encadeia a promessa da ressurreição e restauração das crianças mortas por Herodes a suas mães. Ramá era cidade da tribo de Benjamim (ver Js 18.25), cujo território se achava logo ao norte de Jerusalém. Raquel -esposa de Jacó e mãe de Benjamim, serve como símbolo das mães benjamitas.

A terra de Israel (v. 20), isto é, a Palestina. Arquelau (v. 22). Filho de Herodes, o Grande. Na morte de seu pai, em 4 A. C., Arquelau assumiu o poder nas províncias da Judéia, Samaria e Iduméia, enquanto os outros filhos de Herodes dividiram os demais domínios restantes entre si. Era tirano notório. As partes da Galiléia (v. 22). Das três seções da Palestina, a Galiléia era situada mais ao norte. Fizera parte dos domínios de Herodes, o Grande, mas na sua morte não passou a Arquelau, mas ao seu irmão Herodes Ántipas, outro filho de Herodes, o Grande. Ántipas não era rei, mas tetrarca, título grego que significa "governador da quarta Parte".uma cidade chamada Nazaré (23). Situada no centro da Galiléia, nos morros do norte da planície de Esdraelom. Este não foi o primeiro contato da sagrada família com Nazaré. Lc 1.26 revela que a virgem Maria morava ali. A narrativa dada por Lucas mostra também que ela tinha parentes na Judéia. Em Mt 13.55, José é chamado "o carpinteiro", traduzido do gr. tekton, que significa tanto "pedreiro" como "carpinteiro". Pesquisas recentes revelam que Belém era o centro dum grêmio de pedreiros que praticavam sua profissão em todo o país. Este fato pode explicar a conexão que José tinha com Belém e Galiléia. É possível que sentiu que, depois do nascimento do Senhor, seu dever era ficar em Belém, para Criá-Lo ali, mas foi obrigado a mudar de intenção, em consideração aos fatos supramencionados. Se ele tinha compromissos em Nazaré, seria a coisa mais natural fixar-se ali. Ele será chamado nazareno (v. 23). O evangelista emprega este termo para significar habitante de Nazaré. Esta expressão não é citada duma profecia do Velho Testamento; por isso, o modo de apresentá-la não é muito positivo. Pode ser que o evangelista se refira à profecia de Isaías a respeito de Cristo, como rebento (heb. netser, cf. Is 11.1). O termo não tem conexão alguma como nazireus mencionados em Nm 6.