Comentário de J.W Scott: Hebreus 1:1-4

comentário bíblico de hebreus
I. INTRODUÇÃO: A PALAVRA FINAL DE DEUS POR MEIO DE SEU FILHO Hebreus 1.1-4

Essa grande declaração inicial indica o tema principal do escritor (cf. Hb 3.1). Essa visão sobre a supremacia e suficiência absolutas de Cristo domina o pensamento da epístola inteira. Cristo é superior e ultrapassa todos os outros mediadores entre Deus e os homens, tais quais os profetas (1) e os anjos (4). Note-se a continuidade entre a revelação do Antigo Testamento e aquela que foi dada então em Cristo. A primeira revelação prepara o terreno para a segunda; a segunda consuma a primeira (cf. Hb 10.8-9). Note-se, igualmente, que essa revelação final de Deus é dada ao homem não somente na incarnação do Filho, mas no Filho como o cumpridor da obra de expiação pelo pecado (cf. 1Jo 4.9-10), e que a plena significação "dessa revelação e obra redentora só pode ser apreciada por aqueles que, mediante a fé, percebem que o Cristo anteriormente crucificado está agora entronizado, e, assim, é capaz de salvar até o limite extremo todos quantos se aproximam de Deus por intermédio dEle (ver Hb 8.1-7.25).

Nos vers. 2-4 há oito declarações sucessivas acerca de Cristo. Em Seu ser eterno Ele é Deidade genuína e absoluta, o resplendor ou brilho visível da glória de Deus, sendo Ele mesmo a expressão exata da deidade (gr. charakter tes hupostaseos, "reprodução da substância"), o Filho eterno do Pai, "vero Deus do Deus verdadeiro". No planejamento divino do universo, Cristo é o autor, sustentador e fim. Tudo foi criado por Ele. Ele sustenta a criação inteira. Ele é o seu herdeiro. Note-se que o fim é visto desde o início; a divina nomeação do Filho como herdeiro do universo precede a criação do universo. Em relação aos homens, Cristo é o Profeta, o Sacerdote e o Rei dos homens. Em Cristo Deus proferiu Sua final palavra de revelação; e assim Ele traz Deus aos homens (cf. Jo 1.14-18). Em Sua própria Pessoa Ele expurgou nossos pecados e consumou a obra de reconciliação; e assim Ele apresenta os homens a Deus. Agora Ele está entronizado à mão direita de Deus. Na qualidade de exaltado Deus-Homem, Ele obteve, por virtude de herança, uma posição muito acima de todos os outros (cf. Ef 1.20-21; Fp 2.9-11).