Comentário de J.W Scott: Colossenses 1:20-23

comentário bíblico da carta aos colossenses
IV. A OBRA RECONCILIADORA DE CRISTO Cl 1.20-23

Deve ser notado que a obra reconciliadora de Cristo abrange tudo. Rm 8.19-22 mostra que no ensino do apóstolo até a criação natural toma parte na discórdia cósmica. E a reconciliação, para ser completa, deve tratar com "todas as coisas... quer sobre a terra, quer nos céus" (20). C. H. Dodd interpreta assim: "Deus tem escolhido Cristo para pôr fim a todas as penosas desarmonias dentro do seu universo e trazer tudo debaixo de um governo efetivo".

Isto se realiza uma vez por todas por aquele ato divino que é a morte de Cristo, uma obra cujo efeito final não era ainda patente. Cf. Romanos, cap. 8. Este pensamento é desenvolvido mais completamente em Efésios (veja Cl 1.9; Cl 2.13). O que tem acontecido assim numa escala universal se revela na experiência dos próprios colossenses. Esta completa salvação realizada por Cristo não necessita da ajuda de outros poderes celestiais, e nela os próprios crentes têm participado. A condição anterior dos crentes colossenses é descrita nos termos mais fortes - "estranhos e inimigos" (21). Eis um exemplo da hostilidade superada. A verdade teológica do vers. 20 é vista agora na experiência evangélica. No corpo da sua carne (22). Estas palavras sublinham a verdade que Cristo participou completamente na vida do homem a fim de combater o pecado no seu próprio terreno, e que Ele executou a nossa redenção eterna por um ato decisivo na História do mundo. Pela sua vitória, Cristo apresenta o crente sem mácula e sem acusação qualquer contra ele. C. H. Dodd salienta o fato que não se refere neste verso a uma perfeição moral que os colossenses um dia alcançarão. Paulo trata aqui da justificação pela fé, e os termos "santos, inculpáveis e irrepreensíveis" (22) se referem à posição atual dos crentes em Cristo. Cf. Ef 1.4; Ef 5.27. Há, sem dúvida, uma condição para ser cumprida, a saber, que eles mantenham imaculada a sua fé nAquele que os justifica. Devem-se apegar a este evangelho universal e não serem desviados por qualquer culto extravagante.