Evidência externa da inspiração da Bíblia

introdução biblica, estudos biblicos

A evidência interna da inspiração é, em grande parte, de natureza subjetiva. Relaciona-se àquilo que o crente vê ou sente em sua experiência pessoal com a Bíblia. Com a possível exceção da última evidencia mencionada, a saber, a unidade da Bíblia, a evidência interna está disponível apenas para os que se acham dentro do cristianismo. O incrédulo não ouve a voz de Deus, tampouco sente o testemunho do Espírito de Deus e jamais sente o poder edificador das Escrituras em sua vida. Se o incrédulo não penetrar pela fé no interior do cristianismo, essa evidência pouco ou nenhum valor e persuasão terá em sua vida. É aqui, então, que a evidência externa exerce papel crucial. Funciona como balizas ou sinais que conduzem ao "interior" da verdadeira vida cristã. Trata-se de testemunho público de algo inusitado, que serve para atrair a atenção do ser humano para a voz de Deus nas Escrituras. A evidência baseada na historicidade da Bíblia. Grande parte do conteúdo bíblico é história e, por isso mesmo, passível de constatação. Existem duas espécies principais de apoio da história bíblica: os artefatos arqueológicos e os documentos escritos. No que diz respeito aos artefatos desenterrados, nenhuma descoberta arqueológica invalidou um ensino ou relato bíblico. Ao contrário, como escreveu Donald J. Wiseman: "A geografia das terras mencionadas na Bíblia e os remanescentes visíveis da antiguidade foram gradativamente registrados, até que hoje, em sentido mais amplo, foram localizados mais de 25.000 locais, nesta região, que datam dos tempos do Antigo Testamento”.[1] Aliás, grande parte da antiga crítica à Bíblia foi firmemente refutada pelas descobertas arqueológicas que demonstraram a existência da escrita nos dias de Moisés, a história e a cronologia dos reis de Israel e até mesmo a existência dos hititas, povo até há pouco só mencionado na Bíblia. A descoberta amplamente divulgada dos rolos do mar Morto ilustra algo não muito bem conhecido, a saber, que existem milhares de manuscritos tanto do Antigo como do Novo Testamento, o que contrasta com o punhado de originais disponíveis de muitos clássicos seculares de grande importância. Isso significa que a Bíblia é o livro do mundo antigo mais bem documentado que existe. É verdade que nenhuma descoberta histórica representa evidência direta de alguma afirmação espiritual feita pela Bíblia, como, por exemplo, a reivindicação de ser inspirada por Deus; no entanto, a historicidade da Bíblia fornece com certeza uma comprovação indireta de sua inspiração. É que a confirmação da exatidão da Bíblia em questões factuais confere credibilidade às suas declarações e ensinos em outros assuntos. Disse Jesus: “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (Jo 3.12).


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Notas

[1] Archaelogical confirmation of the Old Testament, in: Carl F. H. HENRY, org., Revelation and the Bible, Grand Rápids, Baker, 1958, p. 301-2.