Comentário de J.W Scott: 1 Coríntios 1:18-21

A causa das divisões: uma concepção errônea de sabedoria (1Co 1.18; 3.4) e do ministério cristão (1Co 3.5-4.13)

1. CONTRASTADAS A VERDADEIRA E A FALSA SABEDORIA (1Co 1.18-2.5) A pregação da cruz é loucura para os que se perdem (18). O homem naturalcomentario de primeira carta aos corintios, comentario biblico, isto é, como nasce no mundo, não pode crer na séria consequência do pecado, e por isso não se pode compenetrar da necessidade de receber a Cristo, que foi feito pecado por nós (2Co 5.21). Uma coisa parece loucura ao homem natural, quando não se ajusta às suas ideias preconcebidas. Para nós, que somos salvos, é poder de Deus (18). O grego tem os verbos destas duas frases assim: "Os que estão perecendo... nós que estamos sendo salvos". Cada frase representa uma classe. O Novo Testamento ensina que os "santos", isto é, os verdadeiros crentes, estão na classe dos salvos, contudo, ainda não estão plenamente santificados. A santificação é um processo.

O apóstolo agora passa a considerar a natureza e o valor da sabedoria do mundo, contrastando-a com a natureza e o valor da sabedoria que se acha em Cristo Jesus. Não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? (20). Todos os sistemas filosóficos da lavra do homem, que se alheiam de Deus ou O definem segundo a imaginação humana, acabam em nada, em loucura. "Porventura, pesquisando, poderás encontrar Deus?" (Jó 11.7). Por sua própria sabedoria o mundo não O conheceu (21). Na última parte de Rm 1, o apóstolo discorre longamente sobre os falsos caminhos palmilhados pelo homem. Podia-se fazer um confronto das duas passagens. Tanto é verdade que Deus é manifestado pelo universo em si (esta é a mensagem de Rm 1) como é verdade que o homem não pode ter um verdadeiro conhecimento de Deus só pelos dons naturais (é esta a mensagem de 1Co 1). A loucura da pregação (21). Pregação aqui, no grego, significa a "mensagem". Refere-se aos simples fatos, como podíamos dizer, da história cristã, o conteúdo do evangelho. Este conteúdo parecia "loucura" (porque muito fora do comum; como o nascimento virginal, a ressurreição) aos gregos contemporâneos do apóstolo. Ainda parece loucura a muitos hoje, porque a mentalidade grega (mais ou menos racionalista) persiste na Europa. Os que crêem (21). "Crer" no Novo Testamento não implica comumente assentimento intelectual em primeiro lugar; antes é confiança pessoal adicionada a obediência. Aceitando-se os fatos do evangelho como provindos de Deus e, portanto, confiando-se neles plenamente, entra-se num estado de salvação.