Comentário de João 15:26

Mas, quando chegar o Consolador;... Ou, o Advogado, o Espírito de Deus; comentario biblico, evangelho de joão, novo testamentoque devia ser, e tem sido um defensor para Cristo, contra o mundo, e para o seu povo, contra todos os seus inimigos; e como ele devia reprovar, e reprovou o mundo do pecado, e deu testemunho da retidão, e julgamento, em favor de Cristo, assim ele devia ajudar o povo de Cristo, defender a causa deles, e os ajudar em Sua vindicação diante dos príncipes da terra, como fez ele: e que também deveria agir, e agiu, em parte, como um “consolador” para eles, debaixo de todo o ódio e violência que eles encontraram do mundo;[1] levando e aplicando as coisas de Cristo neles; através do derramamento do amor de Deus neles; aplicando as promessas do Evangelho a eles; testemunhando a adoção deles,[2] e os marcando para o dia de redenção:

Que eu vos enviarei do Pai;…
Visivelmente, como no dia do Pentecostes, em formado de línguas como que de fogo;
[3] e invisivelmente em seus corações; pela influência secreta de sua luz e graça; cuja missão não sugere nenhuma inferioridade no Espírito, ou para o Pai ou o Filho; visto que o mesmo Espírito com o Pai foi o responsável por enviar Cristo; assim é expressivo da igualdade da divindade de Cristo, e seu poder e autoridade em conjunto com o Pai:

O Espírito da verdade;… Que é o Espírito verdadeiro, a verdade em si mesmo; sim, o verdadeiro Deus, junto com o Pai e o Filho; o Espírito dele que é a verdade; o Ditador das Escrituras da verdade;
[4] que conduz seu povo à toda verdade; e que é o Espírito da verdade, como ele é uma Testemunha e Testificador de Cristo, como aqui é promedito:

Que procede do Pai;... Cristo não está contente apenas em descrevê-lo pelo seu trabalho e ofício, assim como um Defensor e Consolador, e como o Espírito da verdade: e da sua missão por parte do Pai; tudo que mostra, e evidencia a sua utilidade e autoridade; mas também da sua natureza e essência, que é a mesma com o Pai; e do caráter pessoal e distintivo dele, expresso pelo seu procedimento do Pai; e que é mencionado como o que é distinto da sua missão por Cristo,
[5] da parte do Pai antes mencionado; e designa nenhum outro, do que o seu eterno, infalível, e ato contínuo de procedência da parte do Pai e do Filho; em qual ele participa da mesma natureza com eles, e que o distingue pessoalmente deles. Os judeus antigos (x) falavam dele na mesma linguagem; "o Espírito de Deus", em Gen. 1:2; que eles dizem, o Espírito Santo, מאלהים דנפיק, "que procede de Deus": muito pertinentemente Cristo toma nota deste seu caráter aqui, quando ele estava a ponto de falar dele como seu Testificador:

Ele testemunhará de mim: Da sua deidade e Filiação, da sua encarnação, da Messianidade, dos seus sofrimentos e morte, da ressurreição dele e ascensão, da exaltação dele à mão direita de Deus, e da ordenação dele para ser o Juiz dos vivos e dos mortos; tudo para os quais ele deu testemunho, pelos dons dados aos apóstolos, e a grande graça que estava neles todos; pelos sinais, maravilhas, e vários milagres pelos quais o Evangelho de Cristo foi confirmado; e pelo poder, influência, e sucesso que lhe assistiu ao pregá-lo. Assim ele testemunhou de Cristo, e contra os Judeus blasfemadores, e perseguidores Gentílicos, para a reprovação e confusão deles; e ele testemunhou aos apóstolos, e todos os verdadeiros crentes, para a grande alegria deles e conforto, e para o apoio deles, debaixo de toda a malícia e ódio do mundo.



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Notas

(x) Zohar em Gen. fol. 1. 4.
[1] Cf. 2 Coríntios 1:4. N do T.
[2] Cf. Romanos 8:15. N do T.
[3] Cf. Atos 2:3. N do T.
[4] Cf. 2 Pedro 1:21. N do T.
[5] Cf. João 8:42. N do T.