A Superioridade da Religião Cristã

HEBREUS, CARTA, CRISTÃ, RELIGIÃO, ESTUDO BIBLICOS, TEOLOGICOS
Alguns cristãos imaturos talvez se tornassem negligentes para com a sua salvação por meio de Cristo. (He 2:1-4) Ou talvez fossem influenciados pelos judeus descrentes que os cercavam. O apóstolo, vindo em auxílio deles com argumentos magistrais e usando as Escrituras Hebraicas, nas quais os judeus afirmavam basear-se, mostra irrefutavelmente a superioridade do sistema de coisas cristão, e do sacerdócio e da realeza de Jesus Cristo. (Cf. O Dia de Expiação e o Tabernáculo) Demonstra biblicamente que Jesus Cristo é o Filho de Deus, maior do que os anjos (1:4-6), do que Abraão (7:1-7), do que Moisés (3:1-6) e do que os profetas (1:1, 2). De fato, Cristo é o designado herdeiro de todas as coisas, coroado de glória e honra, e designado sobre as obras das mãos de Deus. — 1:2; 2:7-9.

Quanto ao sacerdócio, o de Cristo é muito superior ao sacerdócio arônico da tribo de Levi. Não se baseia numa herança de carne pecaminosa, mas num juramento de Deus. (He 6:13-20; 7:5-17, 20-28) Então, por que suportou ele tantas dificuldades e teve uma morte de sofrimento? Isto foi predito como essencial para a salvação da humanidade, e para habilitá-lo como Sumo Sacerdote e como aquele a quem Deus sujeitaria todas as coisas. (2:8-10; 9:27, 28; compare isso com Is 53:12.) Ele tinha de se tornar carne e sangue, e tinha de morrer, a fim de emancipar todos aqueles que, pelo temor da morte, estavam em escravidão. Por meio da sua morte, ele pode reduzir a nada o Diabo, algo que nenhum sacerdote humano podia fazer. (He 2:14-16) Tendo sofrido assim, ele é um Sumo Sacerdote que pode compadecer-se das nossas fraquezas e pode vir em nosso auxílio, tendo sido posto à prova em todos os sentidos. — 2:17, 18; 4:15.

Além disso, argumenta o apóstolo, este Sumo Sacerdote “passou pelos céus” e apareceu na própria presença de Deus, não numa mera tenda ou construção terrestre, que apenas era representativa de coisas celestiais. (He 4:14; 8:1; 9:9, 10, 24) Ele precisava comparecer só uma vez com seu sacrifício perfeito, sem pecado, não vez após vez. (7:26-28; 9:25-28) Não tem sucessores, assim como tiveram os sacerdotes arônicos, mas vive para sempre, para salvar completamente aqueles a quem ministra. (7:15-17, 23-25) Cristo é o Mediador do pacto melhor, predito por meio de Jeremias, sob os quais os pecados podem realmente ser perdoados e a consciência purificada, coisas que a Lei nunca podia realizar. As Dez Palavras, as leis básicas do pacto da Lei, foram escritas em pedra; a lei do novo pacto, em corações. Esta palavra profética de Yehowah, por meio de Jeremias, tornava o pacto da Lei obsoleto, fazendo-o desaparecer com o tempo. — 8:6-13; Je 31:31-34; De 4:13; 10:4.

É verdade, continua o escritor de Hebreus, que em Sinai se manifestou uma exibição atemorizante de poder, demonstrando a aprovação do pacto da Lei por Deus. De forma muito mais vigorosa, porém, Deus deu testemunho na inauguração do novo pacto, com sinais, portentos e obras poderosas, junto com distribuições de Espírito Santo a todos os membros reunidos da congregação. (He 2:2-4; compare isso com At 2:1-4.) E, quanto ao Reinado de Cristo, seu trono está no próprio céu, muito acima daquele dos reis da linhagem de Davi, que se sentavam no trono na Jerusalém terrestre. (He 1:9) Deus é a base do trono de Cristo, e o seu Reino não pode ser abalado, assim como foi o reino em Jerusalém, em 607 AEC. (1:8; 12:28) Além disso, Deus tem ajuntado seu povo perante algo muito mais espantoso do que a exibição milagrosa no monte Sinai. Ele tem feito os cristãos gerados com o Espírito chegar-se ao Monte Sião celestial, e ainda abalará não só a terra, mas também o céu. — 12:18-27.

A carta aos hebreus é de inestimável valor para os cristãos. Sem ela, muitas das realidades referentes a Cristo, conforme prefiguradas pela Lei, não estariam claras. Por exemplo, os judeus sempre souberam das Escrituras Hebraicas que, quando seu sumo sacerdote entrava no compartimento Santíssimo do Santuário a favor deles, ele os representava perante Yehowah. Mas eles nunca souberam avaliar a seguinte realidade: Algum dia, o verdadeiro Sumo Sacerdote havia de aparecer nos céus na própria presença de Yehowah! E, ao lermos as Escrituras Hebraicas, como poderíamos dar-nos conta do enorme significado do relato do encontro de Abraão com Melquisedeque, ou entender tão claramente o que este rei-sacerdote tipificava? Isto, naturalmente, são apenas dois exemplos dentre as muitas realidades que chegamos a visualizar ao ler a carta.

A fé edificada pela carta ajuda os cristãos a se apegarem à sua esperança por meio da “demonstração evidente de realidades, embora não observadas”. (He 11:1) Numa época em que muitos se estribam na antiguidade, na riqueza material e no poder de organizações, no esplendor de ritos e cerimônias, e recorrem à sabedoria deste mundo, em vez de a Deus, a divinamente inspirada carta aos hebreus ajuda admiravelmente a tornar o homem de Deus “plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra”. — 2Ti 3:16, 17.